terça-feira, 19 de novembro de 2013

ESSE CIDADÃO NÃO ACEITOU PASSIVAMENTE SUA CONDENAÇÃO. ELE PODE TRAZER REAIS ESCLARECIMENTOS A RESPEITO DO TAL "MENSALÃO". NA MATÉRIA ABAIXO, CONSTA QUE ELE AUTORIZOU O REPASSE DE R$ 73,8 MILHÕES DE REAIS DO "FUNDO VISANET" PARA A "DNA PROPAGANDA" DE MARCOS VALÉRIO. ENTÃO LENDO ABAIXO, PODEMOS INFERIR QUE AS ACUSAÇÕES AOS AGORA CONDENADOS SÃO EQUIVOCADAS. A MÍDIA RETRÓGRADA BRASILEIRA QUERIA ERA ACABAR COM A CARREIRA POLÍTICA DE ZÉ DIRCEU E ASSIM, DESMORALIZAR O PARTIDO DOS TRABALHADORES.

Ex-diretor do BB monta dossiê com dados desde 2002

Foragido, Pizzolato reúne documentos de sua atuação política a partir da 1ª campanha vitoriosa de Lula ao Planalto


19 de novembro de 2013 | 2h 03

O Estado de S.Paulo
O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato levou para a Itália, ao fugir do Brasil, informações detalhadas e documentadas sobre sua participação na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, na qual sua tarefa era fazer contatos com o empresariado.

Conselheiro, à época, do Previ, poderoso fundo de pensões e aposentadorias do Banco do Brasil, o hoje foragido da Justiça brasileira havia recebido da direção da campanha de Lula a missão de articular a agenda empresarial do candidato em sua quarta campanha. Usou, então, seus contatos no meio empresarial para ser bem-sucedido.
Foi nessa tarefa que Pizzolato articulou encontros de Lula com gigantes empresariais, como representantes da Embraer, da Gerdau e da Perdigão.
Também criou um "kit vip", uma caixa com uma estrela dourada do PT e um DVD, entre outras coisas, que foi enviado a líderes empresariais brasileiros.
Seu alvo eram 5 mil empresários nacionais aos quais a candidatura seria apresentada pelo mimo. A caixa teria gerado, segundo contam petistas, ciúme da equipe de marketing de Duda Mendonça, que não teria gostado da "invasão" de sua área.
A documentação, organizada ao longo de meses e guardada em pen drive, divide-se em nove partes, todas com documentos que, segundo o ex-diretor do Banco do Brasil, comprovam a sua inocência. Os outros oito pontos são: a diretoria de Marketing do BB; a CPI dos Correios, que investigou o mensalão em 2005; a construção da denúncia; a aceitação da denúncia pelo STF; o julgamento em agosto de 2012; os embargos de declaração; o inquérito 2.474 do STF (que contém outras investigações da Polícia Federal sobre o mensalão) e que foi aberto para apurar denúncias contra o Banco Rural; o processo paralelo na 12.ª Vara Federal em Brasília.
A estratégia de Pizzolato é forçar a realização de um julgamento na Itália, para tentar, segundo pessoas próximas a ele, "desmascarar" o processo realizado no Brasil, que, diz, foi contaminado por pressões políticas.

Credibilidade.
A ideia do ex-diretor do Banco do Brasil é que, se vier a ser inocentado pela Justiça italiana, o caso no Brasil sofrerá um abalo de credibilidade. O dossiê de quase mil páginas está sendo preparado, e o condenado promete apresentar provas supostamente "inéditas" de que seria inocente.
Pizzolato pretenderia alegar que o ministro e relator Joaquim Barbosa manteve um processo paralelo ao original, sob segredo de Justiça e ao qual ele teve acesso negado. Outro argumento é que documentos inteiros do processo teriam sido "forjados". Um desses documentos "mentirosos" seria uma carta do ex-presidente da Visanet, Antonio Luiz Rios, enviada à PF em fevereiro de 2006. / W.T. e J.C.
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MATÉRIA TRANSCRITA DO GOOGLE

Mensalão

Na calada da noite, a fuga de Pizzolato de Copacabana rumo à Itália

Ex-diretor do Banco do Brasil, condenado por repassar 73,8 milhões para a agência de Marcos Valério, abandonou a cobertura à beira-mar para se esconder na Itália. Advogado acompanhou o primeiro trecho da viagem

Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro

Henrique Pizzolato (foto) (Rodrigo Paiva/AE)
, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil
Duas vezes por dia – nas primeiras horas da manhã e no início da noite – o morador da cobertura do número 46 da Domingos Ferreira era visto a caminho da Praia de Copacabana. De tênis e bermuda na primeira saída, e muitas vezes de chinelos, ao entardecer, Henrique Pizzolato percorria incógnito os 180 metros que separavam sua portaria das ondas em preto e branco desenhadas junto à areia. Ninguém importunava o homem que, findo o julgamento do mensalão, foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Pelo contrário: vizinhos, porteiros e até o guardador de carros da Domingos Ferreira consideravam aquele um senhor simpático, discreto, um morador exemplar.
Ser discreto e eficiente era o que se esperava do braço da quadrilha no Banco do Brasil – um quadro do PT no BB, que saltou de arrecadador de fundos da campanha de Lula para a diretoria de marketing do banco. No novo posto, Pizzolato autorizou o repasse de 73,8 milhões de reais do Fundo Visanet para a DNA Propaganda, de Marcos Valério. A campanha da Visanet nunca foi veiculada. A investigação indicou que ele teria, pelo serviço ao esquema, recebido 326.000 reais.
O valor é pouco inferior ao que foi oficialmente pago pela cobertura em Copacabana, em 2004, um mês depois de a dinheirama pingar na conta de Pizzolato. A partir daquele ano, ele e a mulher, Andréa, passaram a morar em um piso com piscina, churrasqueira, vista para o Cristo Redentor, o topo do Pão de Açúcar e a três minutos, a passos lentos, do Atlântico.
Há cerca de 45 dias, Pizzolato pôs em prática o plano que o levaria para o outro lado do oceano. O porteiro da noite estranhou o horário da caminhada, às três da madrugada, com duas grandes malas de viagem. Pizzolato não estava sozinho: acompanhavam o ex-diretor do BB o advogado Marthius Lobato e um outro defensor. Lobato disse, neste sábado, que foi surpreendido pela notícia de que seu cliente estava na Itália, e deu por encerrada sua relação profissional com Pizzolato “a partir do trânsito em julgado”.
Supõe-se que Pizzolato tenha viajado do Brasil ao Paraguai, para, da cidade fronteiriça de Pedro Juan Caballero – um entreposto dos traficantes brasileiros – escorregar por vias não oficiais até a Europa, valendo-se de sua dupla cidadania. Como um réu desse quilate no Brasil desaparece para brotar na Europa, passando por um país vizinho? Um dos delegados da PF envolvidos na tentativa de prender Pizzolato formulou a seguinte hipótese, logo depois de tomar conhecimento do paradeiro do condenado: como tem dupla cidadania, ele poderia ter se apresentado em um consulado italiano (certamente no Paraguai) dizendo ter perdido seu passaporte. A partir daí, a representação italiana se encarregaria de fornecer um novo documento para que seu cidadão retornasse ao país de origem.
Pizzolato quer ter, na Itália, um julgamento "justo e livre das pressões da mídia". Registrou ele, em nota: "Por não vislumbrar a mínima chance de ter um julgamento afastado de motivações político eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial".
O ataque “à mídia” e à Justiça foi a forma que o foragido encontrou de dar sua “banana” para os brasileiros – sua versão do punho em riste dos mensaleiros de mais alta patente, José Dirceu e José Genoino. Imprensa, mas imprensa mesmo, para ele, só a revista “Retrato do Brasil”. Tinha gosto especial por duas edições da publicação, cujos exemplares distribuiu a amigos, vizinhos, porteiros e até ao guardador de carros da Domingos Ferreira – este, sim, um retrato da realidade brasileira, cobrando migalhas para vigiar e afastar os ladrões dos carrões dos moradores de um dos bairros mais ricos do país. A propósito: Pizzolato e a mulher não tinham carros. Nem filhos.
O guardador de carros guardou as revistas, como recordação de seu contato mais próximo com o ilustre mensaleiro. “STF Também Erra!”, traz uma das capas distribuídas para a vizinhança da Domingos Ferreira. O conteúdo, como se deduz, é um amontoado de críticas às investigações do mensalão e, claro, à imprensa. O guardador de carros não critica o mensalão, nem Pizzolato, nem seus advogados. “Aquele (Lobato) me deu cinquenta reais para lavar o carro”, contou, horas depois de Marthius Lobato, o autor da doação generosa, confirmar oficialmente o paradeiro de seu ex-cliente.
Para os vizinhos, Andrea Pizzolato era mais calada do que o marido. Ele ainda contava piada e brincava, mas nos últimos meses estava muito abatido. “Entrava e saía do edifício com a cabeça baixa, quieto”, contou um porteiro. Visitas frequentes, só dos advogados. “Ela sempre subia com sacolas. Acho que ele não fazia compras do mês. Ultimamente, ele só saía para caminhar”, contou.
Depois do sumiço de Pizzolato, Andrea se manteve na cobertura. Os dois tinham ainda outro apartamento no bairro – ambos visitados por policiais federais na tarde de sexta-feira, quando começaram a ouvir de representantes do réu que ele se entregaria.
O casal sempre teve uma relação de união e cumplicidade. Andrea e Pizzolato se conheceram em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, quando cursavam arquitetura e começaram a namorar. Além dos advogados e de uns poucos amigos, o casal recebia esporadicamente os parentes do Sul – ela é gaúcha e ele, catarinense.
As visitas cessaram de vez há quinze dias. Também na calada da noite, Andrea desceu, certa noite, com três malas. “Ela não se despediu, não disse nada. Apenas pediu ajuda para descer as escadas até a rua e entrou em um táxi. Uma semana depois, começou o boato de que ela teria ido ao encontro do marido”, disse um dos porteiros. A Justiça e a polícia não perceberam nada.


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MATÉRIA TRANSCRITA DO GOOGLE

O que é a Visanet e o Fundo Visanet


A VISA INTERNACIONAL, A CBMP/VISANET, O FUNDO DE INCENTIVO VISANET A CBMP/VISANETPOST 1
A empresa multinacional americana - Visa Internacional -,operadora de cartões com marca Visa, no ano de 1995, convidou 25 bancos brasileiros para criarem juntos uma empresa chamada Companhia Brasileira de Meios de Pagamento - CBMP -, que ficou conhecida por VISANET. Objetivo: unificar a administração e operacionalização dos cartões de crédito, de marca Visa, no Brasil. Os bancos não teriam mais custos para afiliar estabelecimentos comercias e distribuir as “maquininhas” de leitura dos cartões. A Visa Internacional entrou com o dinheiro (custos operacionais), os bancos entraram com sua carteira de clientes (consumidores). Para incentivar a parceria, cada banco associado recebeu, da Visa International, uma porcentagem de participação na CBMP/Visanet, conforme seu tamanho (número de clientes) para distribuição de lucros futuros. Os bancos não gastaram um único centavo para concretizar esta parceria; o compromisso era aumentar a venda de cartões com a marca Visa e, assim, todos lucrarem mais. (Programa de parceria Visa - Documento de Compromisso Ap 419) 1 VISA

 CONDENAÇÃO

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