terça-feira, 28 de abril de 2015

"Explica, Moro. Por que só o PT?"

Se Moro fosse um produto lançado recentemente, e não um juiz, caberia para ele a seguinte palavra: flopou.

Moro flopou.

Flopar, como sabemos todos, vem de flop, fracasso em inglês.

Pois é. Moro fracassou. Fracassou miseravelmente.

A maior de todas as razões é que ele acabou trazendo ainda mais divisão a um país que já estava suficientemente dividido antes que ele saísse da obscuridade paranaense em que vivia e trabalhava.

Como Joaquim Barbosa antes dele, Moro é hoje idolatrado pelos conservadores e detestado pelos progressistas.

A culpa é dele ou das circunstâncias? — você poderia perguntar.

Claro que as circunstâncias favorecem. Você tem hoje um Brasil parecido, sob certos aspectos, com a Venezuela – visceralmente dividido.

Mas Moro com certeza deu sua contribuição pessoal. Ele jamais emprestou à Lava Jato uma coloração apartidária, assim como Joaquim Barbosa e o STF, um pouco atrás, para o Mensalão.

Mais uma vez, fica a sensação que o principal alvo não é exatamente a corrupção, mas o PT e o governo Dilma.

E disso resulta a percepção, entre tantos brasileiros, de uma justiça injusta, simbolizada há algum tempo em JB e agora em Moro.

Os desvios de conduta da Lava Jato se manifestaram, ao longo da campanha eleitoral, em vazamentos descaradamente construídos para minar Dilma.

Só agora, muito depois das eleições, é que se soube, por exemplo, que o doleiro Youssef citou Aécio e sua irmã no jamais investigado Caso Furnas. Imagine o impacto que isso teria nas urnas.

Aécio foi poupado dos vazamentos, como em tantas outras coisas, ao passo que Dilma foi massacrada.

Que Aécio ainda assim tenha sido derrotado mostra a sua fragilidade como candidato, e a deterioração de seu partido.

Moro jamais se pronunciou contra os vazamentos, ou tomou alguma atitude que demonstrasse seu desagrado.

Especulo aqui que seu comportamento seria provavelmente outro se vazassem coisas sobre Aécio.

Passadas as eleições, Moro cometeu uma monumental tolice ao aceitar um prêmio da Globo e subir ao palco, num contentamento provinciano, com João Roberto Marinho.

Justiça e imprensa não podem se misturar. Não em circunstâncias normais, e menos ainda no quadro vivido pelo país.

Você jamais vê na Inglaterra, para pegar apenas um exemplo, um juiz confraternizando com Murdoch. É ruim para a imagem de ambos, e a sociedade simplesmente não tolera esse tipo de associação.

Agora, a discutível prisão do tesoureiro do PT — no mesmo dia em que a esquerda marcara protestos contra a terceirização – lança ainda mais sombras sobre a isenção de Moro.

No twitter, uma hashtag que viralizou dia 16/04, retrata o que muita gente pensa, e não estou falando apenas de petistas.

Ei-la: #ExplicaMoroPorqueSoPT.

O fato é que Sérgio Moro não tem nenhuma explicação razoável para isso.

O país necessita, com urgência, vencer uma divisão que o vai tornando parecido com a Venezuela.

Moro veio para dividir ainda mais.

Por isso flopou. Por isso fracassou.

Por isso, também, ele é uma figura que faz mal ao país.


Texto: Paulo Nogueira

Os impolutos políticos pró impeachment!

O jogo político no Brasil funciona assim.
Pelo atual modelo de financiamento político, todos – repito: todos – os partidos e políticos que compartilham alguma forma de poder entram no jogo. Não há nenhuma diferença entre PT e PSDB. 
A única diferença está na forma como a IMPRENSA atua: Os aliados, ela protege; os adversários, ela massacra.

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No último dia 15 de abril foi tirada uma foto histórica do encontro de lideranças da oposição com alguns dos agitadores dos protestos do dia 12 de abril.
Aécio Neves (PSDB) foi citado em delação do doleiro Alberto Yousseff, com riqueza de detalhes, como beneficiário de esquemas de caixa 2 de Furnas.
Desde 2010 está na gaveta do Procurador Geral da República um inquérito em que ele é acusado de manter contas em Liechtenstein – paraíso fiscal.

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Agripino Maia (DEM) tem em seu currículo a acusação de receber R$ 1 milhão em propinas de um esquema que envolvia a inspeção veicular no Rio Grande do Norte. O caso está sendo analisado no STF.

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Ronaldo Caiado (DEM) foi acusado pelo ex-senador Demóstenes Torres de ter trabalhado para o bicheiro Carlinhos Cachoeira em um caso envolvendo um delegado aposentado.

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O ex-deputado federal Roberto Freire (PPS) é suspeito de envolvimento com o chamado “mensalão do DEM”. A diretora comercial da empresa Uni Repro Serviços Tecnológicos, Nerci Soares Bussamra, relatou que o PPS praticava chantagem e pedia propina para manter um contrato de R$ 19 milhões com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Freire teria sido beneficiado no esquema.


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O impoluto Paulinho da Força Sindical (SD) é acusado de ter participado de desvio de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Foi indiciado também sob a acusação de comercializar cartas sindicais, a um preço de R$ 150 mil por carta.

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Mendonça Filho (DEM) aparece na Operação Castelo de Areia, suspeito de ter recebido R$ 100 mil de Camargo Correia. Ele admitiu ter recebido mais, R$ 300 mil, mas dentro da lei – o mesmo que alega o tesoureiro do PT.

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O deputado Carlos Sampaio (PSDB), recebeu R$ 250 mil de uma empreiteira envolvida no esquema de corrupção da Petrobras investigado na Operação Lava Jato. Sua última campanha arrecadou, oficialmente, R$ 3 milhões.

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Flexa Ribeiro (PSDB)foi preso pela Polícia Federal em 2004, na Operação Pororoca, por fraude em licitações de grandes obras realizadas no Amapá.

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Antonio Imbassahy (PSDB), quando prefeito em Salvador, em 1999, assinou contratos suspeitos com as empreiteiras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Siemens, que formavam o consórcio responsável pelo metrô da capital baiana. Estima-se um superfaturamento de R$ 166 milhões. Hoje, ele é o vice-presidente da CPI da Petrobras, que investiga desvios de verbas da estatal, onde diretores da Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa também aparecem como réus.

Escaparam da foto outros políticos impolutos, como José Serra e Aloyzio Nunes.

São esses varões de Plutarco que, graças à parceria com o Ministério Público, assumem a vanguarda da cruzada moralista nacional.


Texto:  Luis Nassif


Mitos e Verdades sobre o ex Presidente LULA

MITO 6
Lula não criou o Bolsa Família: ele já pegou tudo pronto!
Os programas sociais do governo tucano eram dispersos, não tinham um eixo estratégico, e beneficiavam pouquíssima gente. Eram pouco mais que uma vitrine. Foi Lula, em 2003, quem unificou vários programas e multiplicou seu alcance e o volume de recursos, transformando-os em políticas de Estado.

O governo Lula mostrou que os pobres não eram o problema do Brasil e sim parte da solução para que o país crescesse e se tornasse mais igual. Por isso, o investimento em políticas sociais cresceu oito vezes: de R$ 3 bi para R$ 25 bi. Hoje, graças ao Bolsa Família, 36 milhões de brasileiros e brasileiras estão fora da pobreza extrema.


FONTES QUE REVELAM A VERDADE
2.     Último Segundo 

3.     UOL 

Mitos e Verdades sobre o ex Presidente LULA

MITO 5
Lula deu sorte e já pegou a economia bombando
O Brasil se transformou radicalmente desde a eleição de Lula – de um país para poucos, passou a ser em um país para todos.

Poucos países conseguem crescer com inclusão social, num ambiente de plenas liberdades democráticas. O Brasil se orgulha de ser um deles.

Das grandes economias do mundo, nenhuma outra gerou 21 milhões de empregos, garantiu ganho real de 70% para o salário mínimo, triplicou os investimentos em educação, retirou 36 milhões de pessoas da miséria e promoveu 42 milhões à classe média – com inflação dentro da meta, dívida pública em queda, reservas internacionais sólidas e crescente protagonismo no cenário mundial.

Com FHC, quem mandava no Brasil era o Fundo Monetário Internacional (FMI). Isso mudou. O país que era obrigado a cortar investimentos, empregos e programas sociais para cumprir as metas do FMI hoje é dono do próprio nariz e – surpresa! – empresta dinheiro ao FMI.

FONTES QUE REVELAM A VERDADE
3.     Brasil da Mudança

4.     Isto É

Mitos e Verdades sobre o ex Presidente LULA

MITO 4
Lula recebe aposentadoria por invalidez
Em 1964, aos 18 anos, o ex-presidente sofreu um acidente na Metalúrgica Independência, em São Paulo, onde trabalhava. Lula recebeu uma indenização à época e continuou trabalhando durante vários anos, sendo eleito posteriormente presidente da República. Boatos espalhados pela internet dizem que ele recebe até hoje uma aposentadoria por invalidez, o que não é verdade. Quem recebe esse benefício não pode trabalhar e receber salários de qualquer espécie, muito menos como representante do povo.


FONTES QUE REVELAM A VERDADE
2.     Lei nº 8.213 (Seção V, Subseção I)

4.     Revista Trip

Mitos e Verdades sobre o ex presidente LULA

MITO 3
Lula está com câncer no pâncreas, no pulmão e até já morreu
Lula foi acometido por um câncer de laringe em 2011. Desde o início, a doença do ex-presidente foi tratada com toda transparência, a pedido do próprio Lula. O diagnóstico e as etapas do tratamento, até o desaparecimento do câncer, em 28 de março de 2012, foram amplamente divulgadas. Desde então, os exames periódicos feitos pelo ex-presidente são divulgados, em notas médicas que atestam a boa saúde dele. A última vez que Lula fez exames foi em 15 de novembro de 2014 e a nota divulgada pela equipe médica afirma o seguinte: “Todos os exames apresentaram resultados normais”.


FONTES QUE REVELAM A VERDADE

2.     Brasil 247

Mitos e Verdades sobre o ex presidente LULA

MITO 2
O filho do Lula é dono da Friboi, de um avião, da Torre Eiffel e da Casa Branca
Outro mito famoso diz respeito a um dos filhos do ex-presidente, Fabio Luís Lula da Silva, que nos boatos é identificado como Lulinha.

“Denúncias” anônimas afirmam, sem apresentar fontes, que Lulinha é milionário, tem uma mansão faraônica e um avião de US$ 50 milhões e é um dos donos da empresa JBS, da marca de carnes Friboi. Mais uma mentira. Lulinha não é sócio da empresa, nunca teve avião e a foto da suposta mansão que pertenceria a ele mostra, na verdade, a bela sede da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), em Piracicaba.

Lulinha pediu a abertura de inquérito policial para investigar as origens desses boatos, com o objetivo de identificar e punir os responsáveis. Os verdadeiros donos da Friboi são o empresário Joesley Batista e sua família.

FONTES QUE REVELAM A VERDADE

2.     ESALQ-USP

Mitos e Verdades sobre o ex presidente LULA!

MITO 1

Lula saiu na capa da Forbes e é um dos homens mais ricos do Brasil (LOL)

Uma falsa capa da Forbes, revista norte-americana de economia e negócios, circula há alguns anos pela internet. Ela mostra Lula como principal personagem do ranking dos homens e mulheres mais ricos do mundo, elaborado todos os anos pela revista.

Para começar, trata-se de uma montagem grosseira. Uma simples busca nos arquivos da publicação comprova que a tal capa nunca existiu. Mesmo assim, o boato se espalhou tanto que a própria Forbes fez questão de publicar um desmentido, em 2013. O nome de Lula jamais constou do ranking anual de bilionários dessa ou de qualquer outra revista, pela simples razão que Lula não é e jamais foi bilionário.



FONTES QUE REVELAM A VERDADE
1.     A própria Forbes
3.     e-Farsas

4.     Forbes de novo

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Presidenta Dilma e a redução da maioridade penal

A presidenta Dilma Rousseff declarou, em postagem no Facebook dia 13/04, ser contra a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Na publicação, ela também defendeu o aperfeiçoamento do Estatuto da Criança e do Adolescente.

A presidenta informou ter orientado que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, dê início a uma ampla discussão com entidades e organizações para o aprimoramento do Estatuto da Criança e do Adolescente.

“Acredito que é chegada a hora de ampliarmos o debate para alterar a legislação. É preciso endurecer a lei, mas para punir com mais rigor os adultos que aliciam menores para o crime organizado”, disse a presidenta.

Para Dilma, a aprovação da redução da maioridade penal resultaria em um “retrocesso” para o Brasil.
“Reduzir a maioridade penal não vai resolver o problema da delinquência juvenil. Isso não significa dizer que eu seja favorável à impunidade”, reforçou a presidenta.

Além disso, ela defendeu que menores responsáveis por algum tipo de delito sejam submetidos a medidas socioeducativas.
“Lugar de meninos e meninas é na escola. Chega de impunidade para aqueles que aliciam crianças e adolescentes para o crime”, finalizou a presidenta.

Leia o texto na íntegra:

“SOU CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
Nas últimas semanas, intensificou-se o debate sobre a redução da maioridade penal no Brasil de 18 anos para 16 anos de idade. Isso seria um grande retrocesso para o nosso país. Há poucos dias eu reiterei aqui a minha posição contrária a esse tipo de iniciativa. E mantenho minha palavra.
Reduzir a maioridade penal não vai resolver o problema da delinquência juvenil. Isso não significa dizer que eu seja favorável à impunidade. Menores que tenham cometido algum tipo de delito precisam se submeter a medidas socioeducativas, que nos casos mais graves já impõem privação da liberdade. Para isso, o país tem uma legislação avançada: o Estatuto da Criança e do Adolescente, que sempre pode ser aperfeiçoado.
Acredito que é chegada a hora de ampliarmos o debate para alterar a legislação. É preciso endurecer a lei, mas para punir com mais rigor os adultos que aliciam menores para o crime organizado.
Eu já orientei o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a dar início a uma ampla discussão com representantes das entidades e organizações da sociedade brasileira para aprimoramento do Estatuto da Criança e do Adolescente. É uma grande oportunidade para ouvirmos em audiências públicas as vozes do nosso país durante a realização deste debate.
Mas, insisto, não podemos permitir a redução da maioridade penal. Lugar de meninos e meninas é na escola. Chega de impunidade para aqueles que aliciam crianças e adolescentes para o crime.
Dilma Rousseff
Presidenta da República”


Texto: Redação da Agência PT de Notícias

Conheça o Programa HUMANIZA REDES

Lançado no último dia 7 de abril, o programa Humaniza Redes, do governo federal, é considerado um importante passo para reduzir as violações de direitos humanos na internet.

A iniciativa visa garantir mais segurança e respeito no compartilhamento de informações, segundo destacou editorial do jornal “Estado de S. Paulo”, publicado dia 13/04. “Trata-se de uma necessária ação do Estado para tentar ao menos limitar os efeitos da selvageria na internet”, afirma.
O texto classifica a ação como uma forma de tornar a rede um local mais democrático e livre de crimes de ódio. Além disso, para o jornal, é importante a “disposição do Brasil de fazer da internet a tribuna mais franca possível”.

O Humaniza Redes quer incentivar a denúncia de violações de direitos e incitação a crimes de ódio, prevenir e responsabilizar agentes responsáveis por esse tipo de conduta.

Para isso, o governo oferece um canal de ouvidoria online para receber e mapear informações sobre cometimento de violações na rede. Por meio do site oficial, é possível denunciar casos de violência contra as mulheres, racismo, intolerância religiosa, homofobia, entre outros.

A ferramenta oferece também atendimento psicológico para vítimas de agressões virtuais. As denúncias formalizadas serão encaminhadas às autoridades competentes para investigação e possível punição.

O veículo pretende também orientar internautas sobre como se prevenir de ataques, baseado em regulamentos jurídicos como o Marco Civil, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Constituição Federal.

O programa pretende ainda estimular o respeito à segurança de dados pessoais e de navegação na internet.

Texto: Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias


SERVIÇO:
www.humanizaredes.gov.br             
Whatsapp -  (61) 9304-0021

PL 4330: uma afronta aos direitos dos trabalhadores!

O procurador do Ministério Público do Trabalho Helder Amorim declarou, em audiência pública no Senado Federal no último dia 13/04, que o Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização, é inconstitucional. Ele participou de audiência na Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Casa.
Para a secretária-geral da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), juíza Noemia Porto, a precarização das relações trabalhistas em ambiente terceirizado já é grave nas atividades-meio (aquelas de apoio à rotina de uma empresa). Este é o único tipo de terceirização autorizado hoje pela Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A juíza disse não ver motivos para acreditar que o mesmo quadro não se repetirá com a proposta de ampliação da terceirização para as atividades-fim de uma empresa, inclusive pública. Segundo ela, a regra em vigor nunca permitiu a utilização de terceirizados na atividade finalística, seja da iniciativa privada ou em empresas públicas ou de economia mista.
“Terceirizar atividade finalística é inconstitucional. Atinge direitos fundamentais como o direito à greve, acordos e convenções coletivas, reduz a remuneração dos trabalhadores e as contribuições para a Previdência”, manifestou Amorim.

O procurador garantiu que, caso passe no Congresso Nacional, o projeto terá sua constitucionalidade questionada pelo MPT no Supremo Tribunal Federal (STF) no “dia seguinte”.

Segundo Noemia, a Anamatra tem dúvidas quanto à adoção da prática até como atividade-meio, por revelar ambiente de “baixos salários, aumento dos acidentes de trabalho e burla ao direito de férias”.
“Nós ouvimos que a terceirização vai criar novos postos de trabalho. A primeira questão importante a dizer é: lei não cria emprego, nenhuma lei é capaz de criar empregos. O que pode acontecer efetivamente é que uma lei pode contribuir para péssima qualidade do emprego brasileiro”, afirmou.

Diálogo – Depois de ouvir duras manifestações do Ministério Público do Trabalho e da Anamatra contra o projeto de terceirização da mão-de-obra, o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, senador Paulo Paim (PT-RS), afastou a possibilidade de análise e decisão sobre o assunto serem “atropeladas” na Casa como aconteceu na Câmara, semana passada.
Na sessão, a representante do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Lílian Marques, alertou que a terceirização está vinculada a condições de trabalho análogas à escravidão.
Paim informou ao plenário da Comissão que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), garantiu uma avaliação mais aprofundada sobre o tema, por meio de realização de uma sessão temática especial, em plenário.
“Ele (Renan) está acompanhando nossa sessão e pediu que eu anunciasse. E eu senti na voz dele que, como está, (o projeto) não dá não. Lá na Câmara foi atropelado, aqui não será atropelado”, anunciou o senador, após receber ligação do presidente da Casa.

Trabalho escravo – Ao comentar o projeto 4330, a representante do Dieese, instituição ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), Lílian Marques, fez graves acusações à terceirização, por estar associada a condições de trabalho semelhante à escravidão.
Ela se baseou em dados sobre mortos ou resgatados de condições graves no trabalho para afirmar que, nas 10 maiores operações de resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão, quase 3 mil, entre 3.553 casos, envolviam terceirizados. Os dados são relativos ao período 2010 a 2013.
No setor elétrico, por exemplo, 61 terceirizados perderam a vida em 2013, contra 18 empregados diretos. Na construção civil, das 135 mortes, 75 eram de terceirizados. Em obras de acabamento, 18 entre 20 mortes foram de terceirizados; nas de terraplanagem, 18 entre 19 casos; e, nos serviços especializados, 30 dos 34 casos.
Dados do Dieese também demonstram que a rotatividade entre terceirizados é o dobro da que existe entre empregados diretos. Lílian também afirmou os casos de calote em direitos e indenizações trabalhistas são rotineiros: as empresas fecham as portas antes de pagá-los.


Texto: Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

quarta-feira, 22 de abril de 2015

"O PT não teme. Estamos apresentando os fatos e nossas versões. E vocês? Por que estão blindando os demais partidos?”

O depoimento do ex-secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto, à CPI da Petrobrás, no último dia 09/04, serviu para desmontar de uma vez por todas a tese criada para tentar criminalizar as doações legais recebidas pelo partido.

Apesar do espetáculo montado pela oposição com apoio da mídia tradicional, que incluiu ataques pessoais ao petista e outros malabarismos feitos por deputados oportunistas tucanos e democratas, o secretário apresentou dados que comprovam a legalidade das doações que o PT e e outros partidos, como PMDB, PSDB e PSB, só para citar alguns, receberam de empresas que estão sob investigação na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).

“Como já reiteramos em diversas oportunidades, todas as doações feitas ao PT estão estritamente dentro da lei e são contabilizadas e declaradas à Justiça Eleitoral e receberam a aprovação do TSE”, afirmou o secretário de Finanças aos parlamentares.
De acordo com os dados levados por Vaccari à CPI, o dinheiro doado de forma legal e contabilizada pelas empresas investigadas na operação bancaram 40% das doações do PT, PSDB e PMDB, por exemplo.

O dinheiro investido pelas empreiteiras durante os anos de 2007 e 2013 equivale a R$ 557 milhões. Entre 2010 e 2013, o PSDB recebeu 36% do dinheiro doado; e o PT 35%. Ou seja, o PSDB recebeu mais recursos do que os destinados ao PT. Só em 2010, ano de eleição, o PMDB recebeu 24% das doações, o PT, 23%, e o PSDB, 20%.

Vaccari explicou, ainda, como são feitas as doações ao partido, quem pode doar e mostrou que essas transações ocorrem via transação bancária. Nelas, são emitidos recibos ao doador e cópias desses documentos são registradas na contabilidade do PT para prestação de contas ao TSE.
“Todas as nossas contas foram aprovadas pelo Tribunal. Todas as doações são feitas via transação bancária, são emitidos recibos ao doador com cópia para a contabilidade do PT, para comprovarmos o lançamento de receita, e prestamos contas”, ressaltou.

Argumentos - Os dados levados por Vaccari à comissão desmontaram as delações premiadas feitas com o objetivo de confundir as investigações sobre irregularidades na Petrobras e deixou sem argumentos membros da oposição, que optaram por ataques pessoais ao petista, como fizeram os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Ônix Lorenzoni (DEM-RS), ao constatar que não tinham argumentos para rebater os números apresentados pelo petista.

No mesmo dia, advogados do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, enviaram à Justiça petição na qual apresentaram nova versão em relação às denúncias apresentadas inicialmente pelo investigado. Desta vez, Costa negou haver negociações com propinas e garantiu que os repasses de recursos foram feitos dentro da margem de lucro das empresas que negociaram com a Petrobras.
“As afirmações feitas nas delações premiadas sobre minha pessoa não são verdadeiras”,  afirmou Vaccari repetidas vezes, “Sou inocente”, enfatizou.

A defesa do ex-secretário de Finanças e das doações legais recebidas pelo PT ganhou reforços. A deputada Maria do Rosário (PT) denunciou durante a sessão que existe uma rede de proteção para tesoureiros de outros partidos, como para o investigado Fernando Soares, o Fernando Baiano, que tem relações com o PMDB.
O líder do PT na Casa, Sibá Machado (AC), também chamou a atenção dos parlamentares e da mídia para esse fato. “Somos tratados de forma diferente, os demais partidos foram sequer apreciados. O PT não teme. Estamos apresentando os fatos e nossas versões. E vocês? Por que estão blindando os demais partidos?”, indagou a parlamentar.


Da Redação da Agência PT de Notícias.

Tratamento diferente!

Leia a carta da APEOESP ao diretor de Jornalismo da Rede Globo.

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Uma geração de comportamento egoísta, na base do cada um pra si e Deus por todos!

Faço parte da geração 68, como ficou conhecida a dos estudantes libertários que viraram o Brasil e o mundo de cabeça para o ar naquele ano do século passado, contestando todas as hierarquias e estruturas de poder, sem ter ideia de onde pretendiam chegar. Sabiam o que não queriam mais, mas não se entendiam sobre o que exatamente sonhavam colocar no lugar.
Pintava de tudo naqueles movimentos estudantis, das barricadas de Paris às grandes passeatas no Rio: comunistas, trotskistas, anarquistas, hippies do paz e amor, guerrilheiros urbanos, porra-loucas e insatisfeitos em geral.
Tinha acabado de entrar na faculdade, na primeira turma da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, criada um ano antes. Voltei lá esta semana para participar de um debate junto com Heródoto Barbeiro, meu colega no Jornal da Record News, que comemorou na segunda-feira sua milésima edição no ar.
Para mim, foi um verdadeiro choque cultural. Nada mais restava daquele agito permanente em que os alunos ficavam mais fora do que dentro das salas de aula, pintando cartazes e faixas, fazendo discursos inflamados contra o reitor, a polícia, os americanos, a ditadura militar, o diabo a quatro.

Confesso que não tinha na época a menor consciência política e gostava mesmo era da farra, das festas, das paqueras, das intermináveis conversas no Rei das Batidas, um bar que existe até hoje na entrada da Cidade Universitária.
Já trabalhava na época como estagiário do Estadão, o principal jornal brasileiro naquele tempo, onde tinha entrado no mesmo mês em que passei no vestibular. Como viajava muito para fazer reportagens, comecei a frequentar cada vez menos a faculdade, que não consegui terminar até hoje.

Agora, ao entrar na sala, onde os alunos do professor Santoro já nos aguardavam, tive uma sensação estranha. Todos em silêncio, comportadamente sentados, pareciam esperar o início de uma missa. Do lado de fora, nenhum sinal ou som fazia lembrar a escola onde estudei quase meio século atrás. A ECA-USP velha de guerra, um dos principais focos dos confrontos dos anos 60, mais parecia a sede de uma repartição pública.

Imaginava encontrar um clima bem diferente após as manifestações do Fla-Flu político dos últimos dias. Nos debates de que participei quando era aluno, os palestrantes passavam o maior sufoco. Eram contestados a todo momento. Desta vez, porém, depois de uma hora de conversa, me dei conta de que só Heródoto e eu falamos, sem ninguém nos interromper para discordar de nada. Até comentei isso para dar uma provocada na turma, que ficou só olhando para a minha cara como se eu fosse um extraterrestre.
Com o entusiasmo de sempre, Heródoto falava das maravilhas das novas tecnologias e eu da minha paixão pela reportagem, relembramos fatos históricos, arriscamos previsões sobre o futuro da profissão. Quando chegou a vez das perguntas, ninguém tocou nas profundas crises que o país está vivendo em todas as áreas. Na verdade, nem eram perguntas, mas apenas comentários sobre teorias da comunicação e mercado de trabalho, algo bem limitado ao que costumam discutir em sala de aula. É como se não estivessem preocupados com o que acontece fora das fronteiras da universidade.

À noite, na TV, quando comentamos nosso encontro na ECA, me dei conta de uma diferença fundamental que aconteceu neste meio tempo: somos de uma geração que dedicou boa parte de suas vidas à luta coletiva, queríamos mudar o país e o mundo, e fomos vitoriosos ao ajudar a derrotar a ditadura e a dar início a um processo de distribuição de renda, que tornou nosso país mais livre e menos injusto.
Hoje, noto um comportamento mais egoísta, em que os jovens estão preocupados com a carreira e a própria sobrevivência, na base do cada um por si e Deus por todos.
Em algum ponto, nós falhamos. Não conseguimos repassar para as novas gerações valores como a solidariedade, a ousadia, o inconformismo, a capacidade de sonhar e mudar o estabelecido para a construção de uma sociedade mais generosa.
Pior do que isso: não fomos capazes de criar novas lideranças, tanto que o país continua dividido entre FHC e Lula, trinta anos após a redemocratização do país, nem de manter vivo o espírito que mobilizou os movimentos sociais em torno das lutas pela anistia, pela Constituinte, pelas liberdades públicas. Ou alguém sabe quem são esses líderes que apareceram nas manifestações de março? De onde surgiram, quais são suas histórias, que representatividade têm, quais são seus projetos de país?
Somos ao mesmo tempo vitoriosos e derrotados. Ganhamos nas lutas do passado, mas fomos derrotados na construção do futuro.
Por isso, chegamos ao final de um ciclo político, com a falência do chamado presidencialismo de coalizão da Nova República, esta zorra federal instalada em Brasília e tão distante do Brasil real, colocando em xeque o futuro da própria democracia representativa pela qual tanto lutamos.


Texto: Ricardo Kotscho