‘Converso com todo mundo, da esquerda à direita’, diz governador
Para Planalto, Eduardo Campos joga pôquer sem mostrar cartas e articula discretamente palanques propondo era ‘pós-PT’
09 de março de 2013 | 21h 37
Vera Rosa, de O Estado de S. Paulo
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"Eu converso com todo mundo, da esquerda à direita", despista o governador, quando questionado sobre sua movimentação. "Não tenho guru", emenda.
Quem com ele convive garante que não é bem assim. Desde 2005, Campos não dá um passo sem consultar o marqueteiro argentino Diego Brandy. Foi ele, por exemplo, que apostou na viabilidade de Geraldo Julio (PSB), eleito no ano passado prefeito do Recife em acirrada disputa contra o PT.
O governador também tem ouvido conselhos do publicitário Duda Mendonça e do cientista político Antonio Lavareda. Duda foi absolvido no processo do mensalão e quer fazer a campanha de Campos, em 2014. Para sair candidato e enfrentar Dilma, favorita na disputa, o presidente do PSB faz de tudo para engordar o tempo de seu partido na propaganda eleitoral de TV, estimado em 1’54". A meta é atingir o patamar de 4 a 5 minutos.
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"O nosso discurso é o do pós Dilma, pós PT", diz o deputado Beto Albuquerque (RS), líder do PSB na Câmara. "Uma economia amarrada põe a perder os avanços sociais."
Na campanha de 2010, o então candidato José Serra (PSDB) empunhou a bandeira do "pós-Lula". Não deu certo. "Mas nós não somos oposição nem pregamos o rompimento", insiste o líder do PSB. "No nosso partido, até a cubana Yoani Sánchez tem direito de falar, quanto mais nossos filiados.
Pode ter certeza de que aqui o Cid Gomes (governador do Ceará), mesmo se manifestando contra o Eduardo, será aplaudido, e não vaiado", provoca ele, numa alusão às vaias recebidas por Cid em Fortaleza, no dia 28, em ato promovido pelo PT.
A estratégia do PSB consiste em bater na tecla dos "ciclos" que se concluem. Com esse argumento, Campos reconhecerá conquistas do governo Lula – que integrou como ministro de Ciência e Tecnologia – e da gestão Dilma, mas investirá no discurso desenvolvimentista, criticando a ausência de garantias para investimentos.
Na quarta-feira, ele passou seis horas recebendo políticos de vários partidos, em Brasília. Na lista estavam o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM), os prefeitos de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), e de Teresina, Firmino Filho (PSDB), o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) e o senador Sérgio Petecão (PSD-AC). Na sexta, já no Recife, Campos se reuniu com o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT) e, nesta semana, promete ter um tête-à-tête com o senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB à Presidência.
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OBS: OS ATORES DA ARENA POLÍTICA COMEÇAM A SE MOVIMENTAR. A COMPARAÇÃO DE EDUARDO CAMPOS COM O JOGO DE POQUER É CORRETA. ESSE JOGO É EXTREMAMENTE TÉCNICO, SEM MOSTRAR AS CARTAS E O BLEFE FAZ AS EMOÇÕES CORREREM JUNTO COM JOGO. DILMA COMETE UM ÊRRO AO REDUZIR AS VERBAS PARA PERNAMBUCO. ESTÁ JUDIANDO DE SEU ALIADO. PRECISAMOS NOS LEMBRAR QUE O PSB FOI O PARTIDO QUE MAIS CRSCEU NO PAÍS NAS ELEIÇÕES DE 2012. AO COMPOR COM TEMER DO PMDB, OS ESPECIALISTAS DO PT NÃO PODEM ESQUECER QUE ESSE ALIADO "ENCOLHEU" 15 % NESSAS ELEIÇÕES. DÁ A IMPRESSÃO DE QUE O PMDB GALGOU A MONTANHA, CHEGOU NO TOPO E AGORA LENTAMENTE ESTÁ COMEÇANDO A DESCER. NEGOCIAR COM EDUARDO CAMPOS E MANTER UM GOVERNO MAIS LIGADO À IDEOLOGIA DE ESQUERDA FARÁ SENTIDO, MESMO PORQUE EM 2018 NÃO HAVERÁ ESPAÇO PARA AS ACOMODAÇÕES POLÍTICAS QUE DILMA ESTÁ FAZENDO HOJE.
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