terça-feira, 16 de abril de 2013
CASO PROFUMO: O TURNING POINT
Há
50 anos estourou na Grã Bretanha o chamado Caso Profumo, talvez o primeiro
escândalo cujas conotações sexuais tenham sido mais amplamente exploradas pela
mídia do que suas dimensões políticas. John Profumo, então secretário da Guerra
do Reino Unido, envolveu-se com uma bailarina chamada Christiane Keeler. Até aí,
tudo bem; na época os jornais britânicos e anglo-saxões eram extremamente
discretos com as puladas de cerca de seus líderes. O problema é que Keeler
também tinha um caso com Yevgeny Ivanov, adido naval da embaixada soviética em
Londres e tido como espião
pelo MI-5 (serviço de contra-espionagem britânico).
A preocupação dos comuns se justificava, pois na época a Guerra Fria estava em seu apogeu. O affair do secretário da Guerra com a bailarina não era uma questão de mera infidelidade conjugal, como aconteceria décadas mais tarde com o presidente americano Bill Clinton e a estagiária charuteira Monica Lewinsky, mas um problema de segurança nacional. Afinal, fazia poucos meses que o mundo havia escapado de uma hecatombe nuclear com a crise dos mísseis de Cuba (outubro de 1962), quando EUA e URSS quase apertaram os botões. Que segredos de Estado o secretário da Guerra poderia ter revelado na alcova a Keeler e esta ao amante e espião soviético?
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1h79GKeUVi6a2kt0jaEWNYexJEA_tlr7BarXazo5Obfhp2kxWuVETeL560m0F6UiCTszw3enNmK8hvczPVsbN3xhYruNcbzCM1asodu3gRpwJL4kkpVIdN2R1dZOg0eXoo6nRNlk5NH5i/s320/christine-keeler.jpg)
Os
rumores do triângulo amoroso vieram à público em 1962; em março de 1963 Profumo
foi obrigado a prestar esclarecimentos à Câmara dos Comuns. Mas ele não só negou
que tivesse qualquer relação com Keeler como também ameaçou processar os
deputados por calúnia, injúria e difamação se o assunto saísse daquele âmbito, a
Câmara dos Comuns (vejam só como eles eram discretos naqueles tempos pré
1968...).
A preocupação dos comuns se justificava, pois na época a Guerra Fria estava em seu apogeu. O affair do secretário da Guerra com a bailarina não era uma questão de mera infidelidade conjugal, como aconteceria décadas mais tarde com o presidente americano Bill Clinton e a estagiária charuteira Monica Lewinsky, mas um problema de segurança nacional. Afinal, fazia poucos meses que o mundo havia escapado de uma hecatombe nuclear com a crise dos mísseis de Cuba (outubro de 1962), quando EUA e URSS quase apertaram os botões. Que segredos de Estado o secretário da Guerra poderia ter revelado na alcova a Keeler e esta ao amante e espião soviético?
O
caso resvalou para o escândalo sexual quando fotos de Keller em poses eróticas,
tiradas por Lewis Morley em maio daquele ano, foram publicadas pelo Daily
Mirror, que obteve uma cópia sem autorização do fotógrafo. O affair
pegou fogo e em junho
Profumo acabou confessando que mentira e renunciou. O governo
do primeiro-ministro conservador Harold Mcmillan cairia meses depois. E o médico
que apresentou Keeler a Profumo, o dr. Stephen Ward, suicidou-se. A moral ainda
era vitoriana, mas a prática desonesta do Mirror e a exploração sensacionalista
de escândalos de celebridades se tornaria um padrão na mídia britânica e
mundial.
OBS: NOSSAS AUTORIDADES FAZEM O QUE QUEREM MAS SABEM QUE ACABARÃO FICANDO COM O RABO DE FORA. TEM UM DITADO POPULAR NA TRASEIRA DOS CAMINHÕES, ONDE ESTÁ ESCRITO: "SEGREDO ENTRE TREIS, SÓ MATANDO DOIS"
![]() |
John Profumo, secretário de Guerra do Reino Unido em 1963 |
![]() |
Christiane Keeler, em fotos de Lewis Morley |
OBS: NOSSAS AUTORIDADES FAZEM O QUE QUEREM MAS SABEM QUE ACABARÃO FICANDO COM O RABO DE FORA. TEM UM DITADO POPULAR NA TRASEIRA DOS CAMINHÕES, ONDE ESTÁ ESCRITO: "SEGREDO ENTRE TREIS, SÓ MATANDO DOIS"
Nenhum comentário:
Postar um comentário