Deutsche Welle05.12.2012 Experiência do Brasil contra fome pode ajudar a África.
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Nos últimos anos o Brasil também se juntou à luta pela erradicação da fome no continente, principalmente devido ao know-how do país no próprio território. O relatório da FAO mostra que o Brasil conseguiu reduzir o número de subnutridos de 14,9% para 6,9% da população desde 1990.
Em troca, a atuação brasileira na África pode representar uma grande oportunidade comercial e de investimentos, principalmente no setor agrícola.
Na última semana, o diretor-geral da FAO, José Graziano, a presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini Zuma e o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva – em nome do Instituto Lula – reuniram-se em Addis Abeba, capital da Etiópia, para discutir a ajuda ao desenvolvimento e marcaram para março de 2013 uma reunião sobre “novas abordagens unificadas para acabar com a fome na África”.
Esforços e interesses brasileiros
Na opinião do coordenador executivo para a África do Instituto Lula, Celso Marcondes, os programas sociais desenvolvidos nos últimos anos ajudaram a “desenvolver a imagem do Brasil como um país que combate a má distribuição de renda com intensidade”. Segundo ele, os programas podem ser utilizados, com as devidas adaptações, nos países africanos.
Para as empresas brasileiras, o mercado africano em expansão abre boas oportunidades. “A balança comercial no Brasil cresceu muito fortemente em relação à África. Empresas brasileiras estão indo [para o continente] com cada vez mais força, tanto as grandes empresas, como também as pequenas e médias, que começam a descobrir esse novo mercado”, afirmou Marcondes em entrevista à DW Brasil.
Para o diretor de programas da ADRA-Moçambique (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais), Armindo Salato, que atua no país africano desde 1987, o diferencial da atuação brasileira no projeto está na experiência e na tecnologia.
Para ele, que já presenciou três grandes projetos quinquenais de agricultura contra a fome, não houve mudanças significativas nos investimentos tecnológicos. “Nunca vi trazerem um trator para esses projetos. Foi sempre a enxada com cabo curto, trabalho manual. Eu esperava que em algum momento pudéssemos começar, pouco a pouco, a mecanizar a agricultura nesses 15 anos.” Com a nova parceria, Salato espera que a agricultura industrializada se desenvolva.
Investimentos em agricultura industrial
De acordo com dados da União Africana, o continente tem potencial para aumentar consideravelmente sua produção agrícola, uma vez que quase 60% da terra cultivável ainda não é utilizada.
Uma das medidas a ser debatida na reunião em 2013 será a necessidade de se investir na produção agroindustrial, em vez da simples produção agrícola de subsistência. Para Salato, a “mecanização da agricultura poderá resolver de fato, em pouco tempo, o problema da fome”, mas alertou para a necessidade de se incluir os pequenos agricultores no programa.
Outra preocupação está nos tipos de culturas agrícolas a serem produzidas em larga escala. Salato teme que a industrialização da agricultura foque apenas na exportação e não invista no cultivo de alimentos.
“Temos que olhar primeiro para as necessidades da própria África, e a primeira necessidade é a alimentar. Antes de sermos produtores para vender para fora, temos que olhar para o consumo interno”, afirmou Salato.
OBS: NOSSA EMBRAPA JÁ ATUA EM MOÇAMBIQUE E ESTÁ ATUANDO PARA RESOLVER A QUESTÃO DA FOME NA ÁFRICA.
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