A agressividade demonstrada por Aécio Neves durante o debate no SBT, pode ter
espantado muitos telespectadores. Ainda mais porque o tucano não é conhecido
como um político de confrontos duros na tribuna – quando do outro lado estão
homens experientes na vida legislativa.
Por que, então, Aécio estava tão agressivo no embate com Dilma?
Há algumas explicações possíveis. Surpreendido pela adversária no debate anterior (na Band), Aécio quis partir logo para a ofensiva. Como se não pudesse dar tempo para a adversária respirar… Ultrapassou o limite razoável e desconheceu qualquer regra de cortesia.
Por que, então, Aécio estava tão agressivo no embate com Dilma?
Há algumas explicações possíveis. Surpreendido pela adversária no debate anterior (na Band), Aécio quis partir logo para a ofensiva. Como se não pudesse dar tempo para a adversária respirar… Ultrapassou o limite razoável e desconheceu qualquer regra de cortesia.
O perfil pessoal de Aécio Neves pode ajudar a compreender esse comportamento
exaltado no embate direto com uma mulher.
Aécio é um rapaz que só teve facilidades na vida. Filho e neto de políticos,
ganhou emprego ainda jovem como assessor parlamentar. Depois, foi nomeado para
um banco público. Sempre protegido por papai e vovô. Nunca enfrentou
dificuldades pra valer.
Nada parecido com a trajetória de Dilma, que viveu clandestina durante a ditadura, foi presa e torturada.
No debate, era esse o confronto: de um lado uma senhora, com mais vivência, e
uma trajetória difícil. De outro, um homem maduro, mas com aparência de
garotão, acostumado a ultrapassar todos os obstáculos sem que ninguém ouse
confrontá-lo. Um “playboy” – como se costuma dizer.
E há mais que isso. Aécio não parece ser um homem acostumado a tratar as mulheres de igual para igual. As histórias sobre ele, nas noitadas cariocas, indicam que Aécio gosta de companhias femininas que não ameacem sua posição de centro das atenções. “Modelos”, garotas sem grande apetite por debates políticos e intelectuais: essas seriam as companhias femininas do tucano no Rio. Sempre acompanhado por outros garotões da elite carioca.
E há mais que isso. Aécio não parece ser um homem acostumado a tratar as mulheres de igual para igual. As histórias sobre ele, nas noitadas cariocas, indicam que Aécio gosta de companhias femininas que não ameacem sua posição de centro das atenções. “Modelos”, garotas sem grande apetite por debates políticos e intelectuais: essas seriam as companhias femininas do tucano no Rio. Sempre acompanhado por outros garotões da elite carioca.
Pouco antes da campanha eleitoral, Aécio reatou relacionamento com uma
namorada. Parece ter sido um relacionamento “produzido” para gerar a imagem de
uma família estável. A mulher (que virou a companheira oficial dele) cumpriria
o papel de “completar” a imagem pública do político: Aécio, um pai de família
respeitável!
Mas quem conhece a trajetória de Aécio sabe que isso não
combina muito com ele.
Se o candidato tucano mostrou contrariedade, e abusou da virulência verbal, ao
lidar publicamente com uma mulher durante o debate, na vida privada o
comportamento dele não parece ser tão diferente.
Pelo menos é a indicação que fica da leitura de um texto do
jornalista Juca Kfouri – publicado em 2009. Na época, Aécio disputava a
indicação de candidato tucano com José Serra. Juca ficou sabendo de uma
história que chocou a chamada “sociedade carioca”. O título do post: “A
Covardia de Aécio”.
O jornalista revelou que Aécio teria agredido fisicamente a namorada – na frente de vários convidados – durante uma festa. Aécio jamais processou ou interpelou Kfouri judicialmente. Talvez, porque soubesse que o jornalista contava com testemunhas do ocorrido.
O jornalista revelou que Aécio teria agredido fisicamente a namorada – na frente de vários convidados – durante uma festa. Aécio jamais processou ou interpelou Kfouri judicialmente. Talvez, porque soubesse que o jornalista contava com testemunhas do ocorrido.
A história jamais foi esclarecida. Mas – se confirmada – pode ajudar a explicar
o comportamento agressivo do tucano. E indica uma personalidade algo explosiva
e autoritária – por trás da fachada de garotão mineiro radicado no Rio de
Janeiro.
Cordato com os homens, virulento com as mulheres que ousam desafiá-lo: esse parece ser o perfil de Aécio Neves – um político que nunca teve dificuldades nem contrariedades na vida.
É um bom perfil para quem almeja a presidência da República num país dividido?
No primeiro turno, a imagem já se revelara quando apontou o dedo em riste diante de uma pergunta dura de Luciana Genro durante outro debate.
No primeiro turno, a imagem já se revelara quando apontou o dedo em riste diante de uma pergunta dura de Luciana Genro durante outro debate.
Relembremos o texto de Juca Kfouri, em 01/11/2009.
COVARDIA DE AÉCIO NEVES
“Aécio Neves, o governador tucano de Minas Gerais, que luta para ter o jogo
inaugural da Copa do Mundo de 2014, em Belo Horizonte, deu um empurrão e um
tapa em sua acompanhante no domingo passado, numa festa da Calvin Klein, no
Hotel Fasano, no Rio. Depois do incidente, segundo diversas testemunhas, cada
um foi para um lado, diante do constrangimento geral. A imprensa brasileira não
pode repetir com nenhum candidato a candidato a presidência da República a
cortina de silêncio que cercou Fernando Collor, embora seus hábitos fossem
conhecidos. Nota: Às 15h18, o blog recebeu nota da assessoria de imprensa do
governo mineiro desmentindo a informação e a considerando caluniosa. O blog a
mantém inalterada.”
No Blog da Cidadania, Eduardo Guimarães mostrou que há outras referências na
imprensa sobre o mesmo episódio narrado por Juca Kfouri. Guimarães faz a
pergunta: por que Aécio nunca processou Juca?
Texto: Rodrigo Vianna, publicado em 17/10/ 2014
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