Ninguém
precisa ser muito inteligente para perceber o gigantesco mecanismo, montado por
poderosas forças internas e externas, para retirar o PT do poder. Essas forças
políticas e econômicas, sem nenhum compromisso com o futuro do país, se unem num
processo articulado para atingir objetivos que não são os mesmos do povo
brasileiro. Constata-se, desse modo, que o que está em jogo nestas eleições não
é apenas o poder temporal no Brasil, mas a sua soberania, o seu posicionamento
no concerto das nações como país ideologicamente independente, capaz de se fazer
ouvir no cenário mundial e de impor-se como potencia emergente.
A Grande
Imprensa é, talvez, a mais importante engrenagem desse mecanismo, que tem peças
como tentáculos atuando nos mais diferentes setores de atividades do país,
inclusive no judiciário, onde as questões que possam contribuir para apear os
petistas do poder são programadas, “coincidentemente”, para serem investigadas
ou julgadas nos períodos eleitorais. Maus brasileiros mais preocupados com os
seus próprios interesses, coadjuvados por inocentes úteis, completam o
mecanismo, que vem funcionando desde o início do mandato da presidenta Dilma
Rousseff e que, conforme previsto, intensificou sua ação nesta reta final das
eleições presidenciais.
Primeiro
tentaram influenciar o resultado das eleições municipais de 2012, objetivando
sobretudo impedir a vitória petista na capital paulista, como importante passo
para afetar o pleito presidencial deste ano. O julgamento do chamado mensalão no
período eleitoral, uma “coincidência” que contou com a valiosa colaboração do
ex-ministro Joaquim Barbosa – que não obedeceu a legislação e manteve no mesmo
pacote réus com e sem direito a foro privilegiado – não surtiu o efeito desejado
porque o petista Fernando Haddad foi eleito prefeito da maior cidade do país,
mas causou danos ao governo do partido no âmbito federal.
Agora, também “coincidentemente”, programaram para os dias que antecedem o segundo turno do pleito presidencial os depoimentos referentes à delação premiada do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, com direito a ampla divulgação, na grande mídia oposicionista, de frases habilmente selecionadas para produzir o efeito desejado, ou seja, influir no voto dos eleitores. O jurista Luiz Moreira, membro do Conselho Nacional do Ministério Público, criticou o processo, afirmando que “há uma engenharia responsável pelo vazamento que seleciona criteriosamente que partes devem ser divulgadas e o momento adequado para que o vazamento chame mais atenção e cause mais impacto nos eleitores”. É exatamente o que estão fazendo os veículos que integram a grande mídia, até com manchetes semelhantes.
Na verdade esse ataque da imprensa oposicionista já era esperado, mas o que surpreende é a cumplicidade de setores da justiça, visível com a recomendação aos depoentes para não citar nomes de pessoas com mandatos, o que, conforme lembra a colunista Tereza Cruvinel, levaria o problema para a órbita do Supremo Tribunal Federal, onde Barbosa não mais se encontra para fazer a sua parte. Os dois corruptos, então, fazem acusações sem citar nomes e sem apresentar provas, o suficiente, porém, para que o fato seja escandalizado em grandes manchetes dos jornalões e nas emissoras de televisão, com efeitos desastrosos para os projetos do PT. E os parlamentares oposicionistas completam o processo repercutindo as notícias no Congresso Nacional.
Agora, também “coincidentemente”, programaram para os dias que antecedem o segundo turno do pleito presidencial os depoimentos referentes à delação premiada do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, com direito a ampla divulgação, na grande mídia oposicionista, de frases habilmente selecionadas para produzir o efeito desejado, ou seja, influir no voto dos eleitores. O jurista Luiz Moreira, membro do Conselho Nacional do Ministério Público, criticou o processo, afirmando que “há uma engenharia responsável pelo vazamento que seleciona criteriosamente que partes devem ser divulgadas e o momento adequado para que o vazamento chame mais atenção e cause mais impacto nos eleitores”. É exatamente o que estão fazendo os veículos que integram a grande mídia, até com manchetes semelhantes.
Na verdade esse ataque da imprensa oposicionista já era esperado, mas o que surpreende é a cumplicidade de setores da justiça, visível com a recomendação aos depoentes para não citar nomes de pessoas com mandatos, o que, conforme lembra a colunista Tereza Cruvinel, levaria o problema para a órbita do Supremo Tribunal Federal, onde Barbosa não mais se encontra para fazer a sua parte. Os dois corruptos, então, fazem acusações sem citar nomes e sem apresentar provas, o suficiente, porém, para que o fato seja escandalizado em grandes manchetes dos jornalões e nas emissoras de televisão, com efeitos desastrosos para os projetos do PT. E os parlamentares oposicionistas completam o processo repercutindo as notícias no Congresso Nacional.
Já há temores de que essa estratégia, exaustivamente utilizada nos últimos quatro anos, tem também como objetivo preparar o terreno para privatizações, especialmente da Petrobrás, que há tempos desperta a cobiça de poderosos grupos econômicos estrangeiros. A revista “Época”, em sua última edição, torna evidente o projeto de privatização da maior empresa estatal brasileira num eventual governo de Aécio Neves, ao atribuir seus problemas de corrupção justo ao seu controle pelo governo. Mas não é apenas a Petrobrás que está na mira dos tucanos. Também o Banco do Brasil e o BNDES poderão ser privatizados, como deixou escapar o “ministro da Fazenda” de Aécio, Armínio Fraga, em recentes declarações.
Para completar, diplomatas ligados ao tucanato sinalizam para uma mudança da política externa brasileira, com o abandono do Mercosul e a retomada do atrelamento aos Estados Unidos, que não escondem sua insatisfação com os últimos posicionamentos do governo da presidenta Dilma Rousseff que, além de enfrentá-los no caso da espionagem e de não aprovar suas decisões belicistas, participou da criação do Banco dos BRICS, uma iniciativa que deu maior força ao bloco formado com a Rússia, Índia, China e África do Sul. Por isso, há quem acredite que os norte-americanos também estariam participando do mecanismo que, atuando em diferentes frentes, vem trabalhando para derrotar o PT nas eleições presidenciais. Isso não é difícil, considerando a participação deles no golpe de 64.
Vale lembrar ainda o vergonhoso divisionismo levantado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que chamou os pobres nordestinos que votaram em Dilma de ignorantes, o que serviu de estimulo para internautas preconceituosos que chegaram, inclusive, a sugerir nas redes sociais o lançamento de uma bomba no Nordeste para acabar com a sua população. Com semelhante declaração, imprópria para um ex-presidente que pretende voltar a ter poder com a eventual eleição de Aécio Neves, não é difícil concluir que os pobres voltarão a ser tratados a pão e água, como no governo dele, caso o tucano seja eleito.
Só um cego não
vê o tamanho da arapuca que foi armada, com a decisiva participação da imprensa
oposicionista, para levar o Brasil de volta aos tempos em que o Brasil vivia de
pires na mão diante do FMI e com uma coleira puxada pelo Tio Sam.
Texto: Ribamar Fonseca, publicado em 11/10/2014
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