FOLHA: FABIANO MAISONNAVE, DE PEQUIM
A China apresentou ao governo brasileiro uma lista de 421 produtos considerados prioritários para importação nos próximos anos e que terão alíquotas diminuídas.
Desse total, o país tem potencial para fornecer cerca de metade, segundo o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira.
"A estratégia para a China nos próximos anos será aproveitar essa lista de produtos, na maioria manufaturados, e trabalhar com aquilo que temos competitividade natural, que são os produtos da agroindústria", disse Teixeira, ontem em Pequim.
"Temos um potencial muito grande para sermos provedores", completou o secretário, que participou de reuniões com os ministérios do Comércio e da Indústria e com empresas chinesas.
O próximo passo será a ida de missões compradoras chinesas ao Brasil. Os produtos com maior potencial incluem máquinas agrícolas, máquinas do setor de celulose e equipamentos, na avaliação da secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. A diversificação da pauta da exportação para a China, hoje concentrada em matérias-primas, é a principal preocupação brasileira nas vendas para o seu maior parceiro comercial desde 2009.
Para que o Brasil aproveite a "janela de abertura" oferecida pela lista, é preciso, segundo o secretário-executivo, investir num "marketing mais agressivo" no exterior. Outros desafios são adaptar o produto ao mercado chinês e ter escala para atender à demanda do país mais populoso do mundo.
Houve uma pequena melhora na diversificação neste ano, segundo Teixeira. A exportação de manufaturados aumentou 17,3% de janeiro a outubro ante o mesmo período de 2011, passando para US$ 1,9 bilhão.
Os principais responsáveis foram a venda de aviões, com alta de 44%, e a de filtro de ar, que, de praticamente inexistente, chegou a US$ 24 milhões entre janeiro e outubro.
Trata-se, no entanto, de uma quantia ainda modesta em relação ao total das vendas para a China: US$ 35,2 bilhões até outubro, com destaque para soja, minério de ferro, petróleo e açúcar.
As vendas brasileiras para a China devem ter neste ano seu primeiro recuo desde 1999. De janeiro a outubro, elas caíram 5,2% em relação aos mesmos meses de 2011.
Além de temas comerciais, a comitiva brasileira também acertou a criação de um grupo de trabalho para facilitar investimentos chineses.
Teixeira afirmou que as montadoras Chery, JAC e Foton ratificaram os projetos de produzir no Brasil.
O CRESCIMENTO ECONÔMICO, CHINÊS COM SUA IMENSA POPULAÇÃO, COMEÇA A PROCURAR NOVOS PRODUTOS. O BRASIL PODE ATENDER MAIS DA METADE DOS PRODUTOS DE QUE A CHINA PRECISA, E APRESENTOU AO BRASIL
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