Ex-presidente manda PT barrar coro do 'Volta, Lula': 'É burrice'
Em conversas nesta semana com políticos, petista diz que o momento é de 'cautela e de ajustar as coisas'
18 de julho de 2013 | 2h 36
Vera Rosa - O Estado de S.Paulo
Brasília - Em conversas com parlamentares e governadores do PT, nesta semana,
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "burrice" a tentativa de
companheiros de entoar o coro do "Volta, Lula" para a eleição de 2014. Lula
cobrou apoio à presidente Dilma Rousseff e desautorizou quem tenta passar a
imagem de que ele é um "reserva" no banco, à espera da saída da afilhada
política. "Quem prega o 'Volta, Lula' ou é burro ou é ingênuo", afirmou o
ex-presidente, segundo petistas que estiveram com ele.
Depois de ter lançado Dilma à reeleição com um ano e oito meses de
antecedência, em fevereiro, Lula diz agora que o melhor é empurrar essa
discussão para 2014 porque é "um erro" antecipar o fim do governo.
"Não podemos cair na armadilha de enveredar no mesmo debate político da oposição", resumiu o senador Jorge Viana (PT-AC). "Há um mês, o governo tinha todo respaldo e agora há demandas novas das ruas. Mesmo com problemas na articulação política, as mexidas na equipe só serão feitas por causa do calendário eleitoral. O momento é de cautela e de ajustar as coisas." Lula se reuniu, nos últimos dias, com os líderes do PT na Câmara, José Guimarães (CE), e no Senado, Wellington Dias (PI), e também com os deputados Marco Maia (RS), Cândido Vaccarezza (SP), Ricardo Berzoini (SP) e Nelson Pellegrino (BA). Estiveram com ele, ainda, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), e os governadores Jaques Wagner (Bahia) e Tião Viana (Acre), todos do PT.
Amigo de Lula há 30 anos, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) é um dos que defendem abertamente o seu retorno. Em entrevista ao Estado, no último dia 4, Devanir criticou a articulação do governo e disse que a presidente continuará enfrentando problemas na base se não der autonomia aos ministros.
"Já está na hora de Lula voltar", afirmou Devanir. No seu diagnóstico, "falta gestão" e coordenação política. E comentou: "A Ideli, coitada, é como um elefante numa loja de cristais".
O ex-presidente não gostou das declarações. Nas conversas dos últimos dias, repetiu várias vezes que o PT só deve discutir a eleição de 2014 em 2014. Também repreendeu quem cobra em público a troca de ministros.
Embora Lula tenha críticas à articulação política e à comunicação do governo, ele avalia que a hora é de ajudar Dilma, não de encostá-la na parede. Quem sai perdendo com essa ofensiva, avisa, é o próprio PT.
Depois dos protestos que tomaram conta das ruas, a aprovação do governo Dilma despencou, de acordo com as pesquisas. As intenções de voto na presidente também caíram, o que animou a base aliada a escancarar suas divergências em temas como plebiscito e reforma política. Agora, aliados que eram dados como certos em 2014, como o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, não escondem o flerte com possíveis adversários. "Lula diz que não quer voltar, mas, se precisar, volta", insiste Devanir.
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"Não podemos cair na armadilha de enveredar no mesmo debate político da oposição", resumiu o senador Jorge Viana (PT-AC). "Há um mês, o governo tinha todo respaldo e agora há demandas novas das ruas. Mesmo com problemas na articulação política, as mexidas na equipe só serão feitas por causa do calendário eleitoral. O momento é de cautela e de ajustar as coisas." Lula se reuniu, nos últimos dias, com os líderes do PT na Câmara, José Guimarães (CE), e no Senado, Wellington Dias (PI), e também com os deputados Marco Maia (RS), Cândido Vaccarezza (SP), Ricardo Berzoini (SP) e Nelson Pellegrino (BA). Estiveram com ele, ainda, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), e os governadores Jaques Wagner (Bahia) e Tião Viana (Acre), todos do PT.
Amigo de Lula há 30 anos, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) é um dos que defendem abertamente o seu retorno. Em entrevista ao Estado, no último dia 4, Devanir criticou a articulação do governo e disse que a presidente continuará enfrentando problemas na base se não der autonomia aos ministros.
"Já está na hora de Lula voltar", afirmou Devanir. No seu diagnóstico, "falta gestão" e coordenação política. E comentou: "A Ideli, coitada, é como um elefante numa loja de cristais".
O ex-presidente não gostou das declarações. Nas conversas dos últimos dias, repetiu várias vezes que o PT só deve discutir a eleição de 2014 em 2014. Também repreendeu quem cobra em público a troca de ministros.
Embora Lula tenha críticas à articulação política e à comunicação do governo, ele avalia que a hora é de ajudar Dilma, não de encostá-la na parede. Quem sai perdendo com essa ofensiva, avisa, é o próprio PT.
Depois dos protestos que tomaram conta das ruas, a aprovação do governo Dilma despencou, de acordo com as pesquisas. As intenções de voto na presidente também caíram, o que animou a base aliada a escancarar suas divergências em temas como plebiscito e reforma política. Agora, aliados que eram dados como certos em 2014, como o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, não escondem o flerte com possíveis adversários. "Lula diz que não quer voltar, mas, se precisar, volta", insiste Devanir.
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