Francisco deu seu recado à população e aos políticos
Imagem do Papa abraçando idosos e beijando crianças pelas ruas do Rio ficará para sempre na memória dos brasileiros
Rio - O Rio amanhecerá diferente nesta segunda-feira. Aquela imagem que se transformou em alegre rotina da cidade, do senhor alto e rechonchudo, carismático, de semblante calmo, vestes brancas e solidéu, percorrendo as ruas, sempre cercado por uma multidão ávida por simples aceno, ou, aos mais afortunados — como idosos, criancinhas e jovens devotos —, distribuindo abraços, beijos e um apertar de mãos, já não está entre nós.
No embarque no Galeão, Francisco acena para autoridades
Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Após extensa rotina em sete dias da Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco, o primeiro latino-americano a assumir o mais alto posto da Igreja Católica, partiu neste domingo à noite para Roma. Mas deixa muitas saudades. E muitas lições a aprender.
E talvez a principal delas seja o recado curto e grosso dado aos governantes. De desapego ao egoísmo e benesses do cargo para proveito próprio — numa época em que explodem protestos de todos os lados nas ruas e autoridades ainda teimam em passear com a família de aeronaves às custas do dinheiro público. Mais do que a pregação de amor e fé aos milhões de fiéis que chegaram de todos os pontos do país e do mundo — de levar a mensagem do Evangelho sem medo aos que precisam —, em todos os discursos do Santo Padre, marcou a preocupação por políticas de inclusão dos mais pobres.
Um recado que, espera-se, a presidenta Dilma Rousseff, presente nas cerimônias de chegada e na grande missa em Copacabana nesta domingo, tenha sublinhado mais fortemente em sua agenda de governo. À cidade que se prepara para a Copa e as Olimpíadas, Sua Santidade e a Jornada deixam também outro recado. O de que ainda há muitos desafios a superar para dar aos visitantes um transporte coletivo, público e privado, minimamente digno.
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