Cúpula do PT mantém Vaccarezza à frente do debate da reforma política
Manifestantes levaram cartazes com os dizeres ‘Sou PT e quero plebiscito - Vaccarezza não me representa’, pedindo a saída do parlamentar da comissão que analisa reforma
20 de julho de 2013 | 13h 02
VERA ROSA e DAIENE CARDOSO - Agência Estado
Atualizada às 16h33
BRASÍLIA - A cúpula do PT decidiu manter o deputado Cândido Vaccarezza (SP)
na coordenação do grupo de trabalho da reforma política, mas ele fica
enfraquecido no posto, depois do tiroteio sofrido por parte dos colegas de
bancada. Na reunião do Diretório Nacional do PT realizada hoje, em Brasília,
petistas criticaram Vaccarezza, que não estava presente, por suas declarações de
que nenhuma mudança no sistema político valerá para a eleição 2014, mesmo se
houver um plebiscito. A presidente Dilma Rousseff enviou carta ao partido, que
foi lida na reunião pelo presidente do PT, Rui Falcão, na qual pede ajuda dos
petistas para aprovar a reforma política, com plebiscito, para atender às "vozes
das ruas", que, na sua avaliação, pedem um sistema mais "oxigenado".
"Para o PT e para a bancada, o deputado Vaccarezza está na comissão (da reforma política) por indicação do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, do PMDB", afirmou o líder do PT no Senado, Wellington Dias. "Para nós, quem defende as posições do PT nesse grupo de trabalho é o deputado Ricardo Berzoini".
Vaccarezza não compareceu neste sábado à reunião do partido. Em nota, ele afirmou que não se pode transformar a discussão da reforma política em uma "arena" política. "Reafirmo publicamente o meu compromisso pessoal com a aprovação do plebiscito na Câmara", escreveu.
O racha no PT em torno da condução da reforma política marcou os debates deste sábado na reunião do diretório nacional do partido. Pela manhã, munidos de cartazes com os dizeres "Sou PT e quero plebiscito - Vaccarezza não me representa", dez militantes petistas postaram-se diante da sede da legenda desde cedo e pediram a saída de Vaccarezza do grupo de trabalho criado pela Câmara para formular, em 90 dias, um projeto de reforma política.
Do lado de dentro, em uma reunião tensa, com fortes críticas a Vaccarezza - que deixou clara a impossibilidade de mudanças no sistema político valerem para as eleições de 2014 -, o ex-presidente do PT José Eduardo Dutra foi um dos poucos que saiu em defesa do parlamentar.
"Não dá tempo de aprovar até outubro deste ano uma reforma política com efeitos para as eleições de 2014. Nem plebiscito nem comissão da Câmara produzirão resultados agora", disse Dutra. Ex-senador, ele defendeu a proposta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que prevê proibição de doações por parte de empresas e eleição em dois turnos para deputados. "Precisamos ter foco para viabilizar alguma mudança para 2014. O Ficha Limpa foi aprovado no Congresso em um mês", argumentou.
Nos últimos dias, Vaccarezza e a bancada do PT protagonizaram um bate-boca público sobre a reforma política. Na sexta-feira, o líder do partido na Câmara, José Guimarães (PT-SP), divulgou uma nota dizendo que as opiniões de Vaccarezza "não expressam o pensamento nem da bancada na Câmara nem do PT". Outros 39 dos 89 deputados do PT assinaram manifesto em solidariedade a Henrique Fontana (PT-RS), que deixou a comissão da reforma política depois que Vaccarezza assumiu.
Para Eduardo Valdoski, um dos militantes do PT que neste sábado levantou
cartaz de protesto contra Vaccarezza, o deputado deveria deixar o partido. "Ele
tem mais perfil de deputado do PMDB", provocou. Foi o presidente da Câmara,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), quem indicou o petista para o comando da
comissão de reforma política. A indicação foi avalizada pelo ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e contrariou Dilma e a bancada petista.
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Vaccarezza e a bancada do PT protagonizaram
um bate-boca sobre a reforma política
"Para o PT e para a bancada, o deputado Vaccarezza está na comissão (da reforma política) por indicação do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, do PMDB", afirmou o líder do PT no Senado, Wellington Dias. "Para nós, quem defende as posições do PT nesse grupo de trabalho é o deputado Ricardo Berzoini".
Vaccarezza não compareceu neste sábado à reunião do partido. Em nota, ele afirmou que não se pode transformar a discussão da reforma política em uma "arena" política. "Reafirmo publicamente o meu compromisso pessoal com a aprovação do plebiscito na Câmara", escreveu.
O racha no PT em torno da condução da reforma política marcou os debates deste sábado na reunião do diretório nacional do partido. Pela manhã, munidos de cartazes com os dizeres "Sou PT e quero plebiscito - Vaccarezza não me representa", dez militantes petistas postaram-se diante da sede da legenda desde cedo e pediram a saída de Vaccarezza do grupo de trabalho criado pela Câmara para formular, em 90 dias, um projeto de reforma política.
Do lado de dentro, em uma reunião tensa, com fortes críticas a Vaccarezza - que deixou clara a impossibilidade de mudanças no sistema político valerem para as eleições de 2014 -, o ex-presidente do PT José Eduardo Dutra foi um dos poucos que saiu em defesa do parlamentar.
"Não dá tempo de aprovar até outubro deste ano uma reforma política com efeitos para as eleições de 2014. Nem plebiscito nem comissão da Câmara produzirão resultados agora", disse Dutra. Ex-senador, ele defendeu a proposta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que prevê proibição de doações por parte de empresas e eleição em dois turnos para deputados. "Precisamos ter foco para viabilizar alguma mudança para 2014. O Ficha Limpa foi aprovado no Congresso em um mês", argumentou.
Nos últimos dias, Vaccarezza e a bancada do PT protagonizaram um bate-boca público sobre a reforma política. Na sexta-feira, o líder do partido na Câmara, José Guimarães (PT-SP), divulgou uma nota dizendo que as opiniões de Vaccarezza "não expressam o pensamento nem da bancada na Câmara nem do PT". Outros 39 dos 89 deputados do PT assinaram manifesto em solidariedade a Henrique Fontana (PT-RS), que deixou a comissão da reforma política depois que Vaccarezza assumiu.
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