Deputado usava verba pública para abastecer helicóptero apreendido com cocaína
PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
Copiloto achava que drogas em helicóptero eram 'muamba', diz advogado
Deputado vai depor sobre apreensão de helicóptero com drogas
A prestação de contas do mês de novembro ainda não está disponível. Após o encerramento do mês, o deputado tem até três meses para apresentar as notas fiscais cujos valores são reembolsáveis, segundo informou a Assembleia, por meio da sua assessoria.
Até R$ 5.000 dos R$ 20 mil da verba mensal indenizatória podem ser usados com combustível, sem distinção de transporte, seja carro, seja avião. Segundo a Assembleia, além desse limite de 25% da verba, o combustível tem de ser usado na atividade parlamentar. Na prática, contudo, o deputado não tem de comprovar o motivo de uma determinada nota fiscal ter sido apresentada para reembolso.
Divulgação/Polícia Federal no Espírito Santo | ||
Polícia Federal apreende helicóptero com drogas de empresa do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG) |
Ele disse ainda que "em 90% das vezes em que o helicóptero era usado para atividade profissional". Segundo Kakay, "não há irregularidade" no uso da verba indenizatória para a compra de combustível para a aeronave. Segundo o deputado, a última vez que a verba foi usada foi em 1º de outubro.
Gustavo Perrella foi intimado pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos sobre o uso do helicóptero pelo piloto Rogério Almeida Antunes, que trabalhava para o deputado e foi ainda nomeado por ele para cargo na Assembleia Legislativa, recebendo por mês R$ 1.700.
O piloto, que está preso na PF do Espírito Santo, foi demitido do Legislativo, mas ninguém ainda explicou o que ele fazia lá e nem se ele se apresentava regularmente para o trabalho. A Assembleia diz que a explicação deve ser do deputado, que joga a questão para a secretaria da Mesa, que a devolve para o gabinete de Perrella.
Segundo o delegado da PF Leonardo Damasceno, até agora não há prova de envolvimento da família Perrella ou da empresa dele com o tráfico de cocaína. Kakay disse que seu cliente autorizou que o piloto fizesse frete particular para ajudar nas despesas da aeronave, o que seria uma coisa comum, mas nunca soube que seria usado para tráfico.
O piloto também nega que soubesse que transportaria cocaína. Ele atribuiu a responsabilidade da carga ao copiloto. Além do deputado, de uma irmã e do primo dele, todos sócios na Agropecuária, foram intimados pela PF a prestar esclarecimentos. Kakay não disse quando isso vai ocorrer.
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