domingo, 6 de junho de 2010

A greve em nossa cidade





Imagem da Assêmbléia realizada hoje dia 06 de junho que decidiu pela continuidade da greve





Si nóis si uní, ói nóis nele. Mais si nóis num si uní, ói ele ni nóis*
Por Roberto Miranda Costa

Contam de um movimento grevista ocorrido no porto de Santos, nos idos da ditadura. No alto de um caminhão, um dirigente do sindicato narrava aos seus liderados, os itens da pauta de reinvidicações. Mas no final de sua explanação, ele, do alto de sua psicologia sindical, bradou essa frase escrita acima. Hoje nossa cidade de Indaiatuba já está se acostumando com as idas e vindas dos grevistas. São táticas de uma luta que, gradativamente, vai fortalecendo os músculos do movimento. O Prefeito, dirigente da cidade, eleito pelo povo, ainda não caiu na real. O traçado mais curto entre dois pontos, é uma reta. Ele pode, sem perder sua autoridade, chamar os dirigentes do sindicato dos funcionários públicos municipais, para estabelecder o DiÁLOGO. Mas a grande dificuldade é que ele não está acostumado a ceder. Sempre agiu de forma sutil e autoritária. Mas ao longo dos anos, desde que foi eleito pela primeira vez, o mundo mudou, o comportamento das pessoas mudou, o Brasil já é governado por um operário com curso primário, já há mais de 7 anos. Ocorreram crises na economia global, mas aqui no Brasil, com um operário que na infância passou fome, somos dirigidos com sabedoria. A grande crise de 2008 quase não se fez sentir. Hoje, junho de 2010, na Europa balançam Portugal, Espanha e Grécia. Os Estados Unidos começam a se movimentar e já se nota lá, a redução do desemprego, lentamente. Agora é a Hungria que balança na Europa. E nosso Brasil, deve, segundo os especialistas em finanças, crescer uns 7% nesse ano.
Mas com tudo isso acontecendo, aqui, em Indaiatuba nosso dirigente acaba de chegar da China, em viagem de negócios. Para quem, não sabemos. E ao chegar, se deparou com essa greve que ele afirma não existir. Os funcionários públicos, com nova diretoria em seu sindicato, tentou o diálogo em vão. Só lhe restou chamar uma assembléia e por unanimidade, a greve foi deflagrada. A cada dia já bastam suas aflições. Esse movimento já dura mais de 20 dias. Clima para abrir um diálogo respeitoso existe. O sindicato bem que já tentou. Já bateu ás portas da Câmara para que servisse de "ponte". Sem sucesso, pois essa casa de Leis, no momento é subserviente ao executivo. Esperamos que consigam dialogar, pois assunto é que não falta: estabelecer data base, o acompanhamento hospitalar, a reposição da inflação do período, os dias parados. Mas nessa queda de braço, já foi iniciada a coleta de alimentos para ajudar as famílias dos grevistas. Nós da militância do Partido dos Trabalhadores, já com larga experiência, pois nosso partido governa no país,mais de 300 cidades e entre elas, diversas capitais e importantes cidades com populações bem superiores á de Indaiatuba. Nosso partido já sabe que dialogar com seus funcionários é fundamental. E deve ser permanente, pois as demandas no mundo do trabalho são fatos do cotidiano. E a velocidade ds negociações reduz o litígio. Dia há de chegar, em que reunião entre executivo e seu staff de um lado e dirigentes do sindicato de outro será coisa normal. Mas antes é preciso aprender como se constróem essas pontes de diálogo. E o aprendizado é penoso, doloroso, um verdadeiro "parto democrático". Depois tudo volta ao seu normal.
Agora um HUIP HURRA; HUIP HURRA, ao movimento, pois esse pessoal já aprendeu bastante. Aos políticos ainda falta muito a aprender. Mas aprenderão.







Roberto Miranda Costa* - É membro da Executiva Municipal do PT de Indaiatuba

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