quarta-feira, 15 de abril de 2015

O setor de petróleo e gás e as consequências de atos criminosos individuais!

Em depoimento à CPI da Petrobras em 12 de março, o ex-presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli falou sobre as denúncias de corrupção envolvendo os ex-gerentes da empresa, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco e alertou para o risco de “práticas individuais” comprometerem o setor de petróleo e gás e, consequentemente, a economia brasileira. 

“Estamos vivendo um risco de, por comportamento criminal de algumas pessoas, condenar a economia brasileira a uma crise mais profunda; condenar a geração de emprego e renda, condenar a estrutura de postos de trabalho associado a essa atividade”, alertou Gabrielli. 

De acordo com o ex-presidente da Petrobras, o setor de petróleo e gás representa em torno de 10 a 15% de formação bruta de capital do Brasil, o que representa  o principal setor de investimento do país.  Ele sentenciou que “a paralisação desse setor pode significar um impacto sobre 1 milhão de postos de trabalho no Brasil”. 

Em relação à conduta dos ex-diretores da petrolífera, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, réus confessos da Operação Lava Jato da Policia Federal, Sérgio Gabrielli disse que, com os procedimentos internos da Petrobras, estabelecidos a partir de regras definidas, não era possível perceber atos de corrupção.  

“É impossível pensar que era possível, na Petrobras, no funcionamento normal da empresa, identificar esse comportamento. Tanto é que o senhor Barusco, por exemplo, confessa que faz isso há mais de 18 anos e não foi pego. É impossível”, reafirmou. 

Ele disse também que ato de corrupção, de propina, ocorre na negociação quando algumas pessoas, criminalmente, se associam com fornecedores externamente à Petrobras. “É negociação externa à Petrobras. Entre esses agentes individuais que têm a fonte da confissão desses senhores”, afirmou Gabrielli. 

Investigação interna
Gabrielli disse ainda que, por não ser possível identificar práticas ilícitas nos procedimentos internos à Petrobras, após a deleção premiada de Paulo Roberto feita à Justiça Federal, a Petrobras faz investigação paralela. Segundo ele, dezenas de investigadores de dois grandes escritórios mundiais contratados pela empresa estão acompanhando o caso.  Gabrielli observou ainda que, apesar de tudo isso, um ano depois não se chegou à conclusão final sobre o assunto.


Texto: Benildes Rodrigues

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