1/10/2013 às 00h30 (Atualizado em 1/10/2013 às 11h44)
Com registro atrasado, médica estrangeira disse que passa dia “olhando para as paredes”
Profissionais estrangeiros articulam manifestação na porta do Cremesp nesta sexta-feira (4)
Médicos já estão há uma semana esperando registro Daia Oliver/R7
— Hoje [nesta segunda-feira] uma médica brasileira não pôde comparecer na UBS [Unidade Básica de Saúde], onde eu deveria estar trabalhando. Com a falta dela, os pacientes foram remarcados e eu fiquei no meu hotel olhando para as quatro paredes enquanto poderia estar atendendo eles.
Katia disse que o clima é de insatisfação geral entre os médicos do programa em relação Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).
— Para mim, o conselho regional está boicotando os médicos estrangeiros. Não me conformo como o Governo Federal pode dar poder a eles. Nos seis países que eu trabalhei Bélgica, Alemanha, Espanha, Holanda, Inglaterra e Portugal nunca aconteceu isso que está acontecendo aqui.
Na última semana, a médica explicou que os profissionais com diplomas estrangeiros visitaram as unidades de saúde pública e conheceram os formulários médico.
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Manifestação
Revoltada com a demora para o início de seu trabalho, a africana disse que esperará até sexta-feira (4) para receber seu registro, caso contrário irá ao prédio do Cremesp para reivindicar o seu registro. Ela afirmou que uma manifestação está sendo articulada por alguns médicos.
— Vamos lá e só saímos com o nosso registro. Já até conversei com uma colega que está na cidade de São Paulo, vamos nos mobilizar e ficar lá esperando eles nos darem um retorno.
Procurado pelo R7, o Cremesp informou que recebeu os documentos dos profissionais, mas estavam com inconsistências. Por isso, devolveu ao Ministério da Saúde, que ainda não reenviou os papéis. Na última semana, a Justiça Federal decidiu em caráter liminar (provisório) que o conselho tem autonomia para avaliar as condições dos documentos.
Atrasos
De acordo com o Governo Federal, os atrasos concentram-se em 15 Estados. Segundo o governo, os profissionais que ainda não receberam o registro estão "conhecendo a rede; conhecendo as unidades de saúde, ajudando na identificação do número de famílias cadastradas e verificar situação sanitária diagnóstico de saúde da comunidade (número de: gestantes, crianças até 2 anos, número de casos de hipertensão, diabetes, transtornos mentais (e outras doenças crônicas) e endêmicas"
* Brunna Mariel, estagiária do R7
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