Em fins de 2002 encerrava o período de oito (8) anos do governo FHC, em meio a muitos comentários, pois saía um Presidente com cultura elevada, sociólogo, poliglota, e entrava um operário, eleito no 2º turno, novembro de 2002, tendo vencido o seu oponente, Sr. Geraldo Alckmin. Eleito o Presidente Lula, a interrogação que surgia era quanto á sua capacidade de bem governar nosso país continental. Nos oito anos em que FHC dirigiu o Brasil, nosso país enfrentou três crises econômicas internacionais e por não ter reservas, o governo corria a pedir dinheiro emprestado ao FMI e também ao Clube de Paris. Então diante de tantas complicações, como se comportaria o novo Governo? Essa era a grande dúvida. Uma família amiga nos dizia: se mal sabe falar o português e fala errado, não sabe falar o inglês, que é a língua predominante nos meios da governança global. Vai ser um desastre, diziam. Essas pessoas desconheciam o fato, de uma pessoa nascida e criada nos moldes simples de uma família numerosa, cuja mãe, sabia os rudimentos, de só gastar o estritamente necessário. E precisava poupar, pois “dor de barriga” não avisa a hora que vem. O presidente sociólogo estudou essa questão da fome nos livros, pois nunca passou dificuldades. Então, diante das crises econômicas que balançaram o mundo, ia assumir o novo Presidente. Nesse ponto que entra o tal “risco país”. Em novembro de 2002, logo após encerrar a apuração eleitoral, esse risco alcançava um número absurdo: 2.560 pontos. Os investidores correriam alto risco de perderem seus investimentos. E investidor só quer ganhar. Agora já em final de governo, passados sete anos e meio, com muita sabedoria e muita estrada, pois o Presidente Lula percorreu quase o mundo todo, várias vezes, para estimular os investidores a não parar, pois o novo governo tinha uma estratégia a executar nesse campo. Quando viajava, o Presidente Lula costumava levar dezenas de empresários para vender seus produtos. Com o aumento das exportações, esse Governo começou a poupar e num certo momento pagou nossa dívida com o FMI e com o Clube de Paris. Continuou a poupar, pois o Presidente Lula uma vez afirmou: um país capitalista tem que ter capital e assim, o Brasil hoje em fins de Governo, pagou a dívida que recebeu e agora tem mais de 240 bilhões (dólares) de reserva e já emprestou 14 bilhões (dolares) ao FMI. Com toda essa crise mundial de 2008/2009, o risco país hoje 26/07/2010, está na casa dos 208 pontos. Os organismos que analisam o risco de um país, até já mudaram nossa posição para “investment grade”, que dizer que os investidores não correm risco e nessa fase somos um dos países, que mais atraem e recebem investimentos do exterior. Está provado que ser poliglota, ter muitos diplomas é bom, mas não é fundamental. O importante é ter uma estratégia e pensar a longo prazo. Fez tudo isso e com distribuição de renda.
Roberto Miranda Costa, secretário de finanças do PT.
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