terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A SABEDORIA MILENAR DA CHINA



A roda e o arado - 2ª parte

Foi assim no fim do século 20, com a revolução da tecnologia da informação na qual se encaixa a internet, avanço talvez mais significativo do que muitos precedentes, porque democratiza o conhecimento, base para novas descobertas.

Essas reflexões são oportunas porque, no andar rápido da carruagem durante o ano, em geral nos fixamos demasiadamente na aridez dos problemas conjunturais. Olhamos dia após dia para as crises da Europa e dos EUA, por exemplo, como se isso fosse a única preocupação relevante para o nosso futuro.

À medida que o Brasil vai superando suas enormes deficiências, com a agregação de milhões de brasileiros ao mercado de consumo, já passa da hora de pensar com mais seriedade na educação e na formação profissional das pessoas.
É hora de investir pesado em instrumentos de apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico em todas as áreas.

Com grata surpresa, vimos na semana passada números que mostram o aumento da procura de financiamento para inovação da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), agência do BNDES.
Neste ano, a demanda de crédito foi multiplicada por cinco, atingindo R$ 9 bilhões, sinal de que as empresas e a sociedade brasileira em geral passaram a olhar para o futuro com ênfase no desenvolvimento de projetos inovadores.

A inovação é responsável por saltos na economia mundial, que se deram com a locomotiva, a luz elétrica, o automóvel e muitas outras invenções. Há 20 anos, ninguém poderia prever a importância que teria a internet e o intenso uso dos engenhosos equipamentos eletrônicos móveis de hoje, como tablets e smartphones. Mas isso tudo já é uma realidade que fez nascer centenas de empresas bilionárias e criou milhões de empregos em todo o mundo.

O incentivo à inovação, portanto, deve ser uma preocupação recorrente em qualquer país, cada um colocando foco em suas vocações.
O Brasil, por exemplo, poderia investir preferencialmente em energias renováveis -muitos "profetas" acham que o novo salto da economia mundial será nessa área- e em matérias-primas. Mas isso é apenas palpite.

Depende de todos os brasileiros, estejam no governo ou na iniciativa privada, a construção desse país inovador, capaz de reinventar a roda ou o arado que os chineses criaram há 2.600 anos.

BENJAMIN STEINBRUCH, 58, empresário, é diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, presidente do conselho de administração da empresa e primeiro vice-presidente da Fiesp. Escreve às terças, a cada 14 dias, nesta coluna.
bvictoria@psi.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário