Monsanto retoma melhoramento de alface no Brasil
A partir do ano que vem, empresa desenvolverá pesquisas no País para produzir variedades mais adaptadas ao clima e solo local
Danielle Assalve, da Califórnia (EUA)
31/08/2011
A partir do ano que vem, empresa desenvolverá pesquisas no País para produzir variedades mais adaptadas ao clima e solo local. A Monsanto vai retomar suas pesquisas para melhoramento de alface no Brasil a partir do ano que vem.
“Estamos recomeçando um programa especial para o País e faremos esforço para desenvolver novas variedades adaptadas ao clima e condições brasileiras. Nosso foco serão as alfaces americana e crespa”, diz William Waycott, pesquisador responsável pelo melhoramento do produto na Seminis, divisão de hortaliças e vegetais da companhia americana.
Atualmente, os estudos de alface para o Brasil estão concentrados principalmente em unidades nos Estados Unidos. Segundo Waycott, a vantagem de pesquisar e testar novas variedades diretamente no país em que serão comercializadas é conseguir espécies mais resistentes e apropriadas para as condições locais.
“Não temos muito em comum entre Califórnia [EUA] e Brasil. O clima é muito diferente. O tipo de alface que cresce aqui nos EUA não necessariamente vai crescer no Brasil, por isso decidimos retomar o projeto”, afirma. Os estudos serão feitos na unidade de Carandaí, em Minas Gerais. A estação de Uberlândia, no mesmo Estado, também dará suporte ao projeto.
A Seminis, comprada pela Monsanto seis anos atrás, realizava pesquisas para a hortaliça na região de Campinas. Algumas variedades de alface crespa comercializadas hoje no País, como a Amanda e a Solaris, foram desenvolvidas neste centro de pesquisa, desativado por ocasião da integração das operações das duas empresas.
“Fizemos todos os semeios nessa estação de pesquisa e crescemos as plantas, ano após ano, até que conseguimos boas variedades que vendem muito bem no mercado brasileiro até hoje”, diz Waycott.
Já a alface americana Lucy Brown, há quase 15 anos no mercado brasileiro, foi desenvolvida na estação de pesquisa de San Juan Bautista, na Califórnia.
Como é feito o melhoramento?
O melhoramento de plantas consiste em selecionar as sementes com as características desejadas – como resistência a pragas e doenças – e cruzá-las entre si para que produzam novas variedades. O processo é quase tão antigo quanto a própria agricultura.
Para chegar à melhor combinação das características, são milhares de polinizações e cruzamentos todos os anos entre plantas selvagens (como são encontradas na natureza) e domesticadas (variedades usadas comercialmente). O processo pode durar de 3 a 5 anos. A segunda etapa é realização de testes com as sementes no campo, que serão cultivadas e selecionadas por um período que leva de 6 a 8 anos.
“É um processo longo, para uma boa variedade falamos em algo próximo a 12 anos”, diz Waycott. Ainda assim, ele acredita que o esforço e o investimento "valem a pena", porque permite desenvolver uma planta com resistência natural a doenças.
OBS: O BRASIL POR MEIO DA EMBRAPA JÁ FAZ UMA INFINIDADE DE PESQUISAS NO CAMPO DOS ALIMENTOS. A MONSANTO SEGURAMENTE ATUA NESSE SEGMENTO, EM PROXIMIDADE COM A EMBRAPA.
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