O jogo político no
Brasil funciona assim.
Pelo atual modelo de
financiamento político, todos – repito: todos – os partidos e políticos que
compartilham alguma forma de poder entram no jogo. Não há nenhuma
diferença entre PT e PSDB.
A única diferença está na forma como a IMPRENSA
atua: Os aliados, ela protege; os adversários, ela massacra.
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No último dia 15 de
abril foi tirada uma foto histórica do encontro de lideranças da oposição com
alguns dos agitadores dos protestos do dia 12 de abril.
Aécio Neves (PSDB) foi citado em delação do doleiro
Alberto Yousseff, com riqueza de detalhes, como beneficiário de esquemas de
caixa 2 de Furnas.
Desde 2010 está na
gaveta do Procurador Geral da República um inquérito em que ele é acusado de
manter contas em Liechtenstein – paraíso fiscal.
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Agripino Maia (DEM) tem em seu currículo a acusação
de receber R$ 1 milhão em propinas de um esquema que envolvia a inspeção
veicular no Rio Grande do Norte. O caso está sendo analisado no STF.
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Ronaldo Caiado (DEM) foi acusado pelo ex-senador
Demóstenes Torres de ter trabalhado para o bicheiro Carlinhos Cachoeira em um
caso envolvendo um delegado aposentado.
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O ex-deputado federal
Roberto Freire (PPS) é suspeito de
envolvimento com o chamado “mensalão do DEM”. A diretora comercial da empresa
Uni Repro Serviços Tecnológicos, Nerci Soares Bussamra, relatou que o PPS
praticava chantagem e pedia propina para manter um contrato de R$ 19 milhões
com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Freire teria sido beneficiado no
esquema.
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O impoluto Paulinho da Força Sindical (SD) é
acusado de ter participado de desvio de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao
Trabalhador). Foi indiciado também sob a acusação de comercializar
cartas sindicais, a um preço de R$ 150 mil por carta.
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Mendonça Filho (DEM) aparece na Operação Castelo de
Areia, suspeito de ter recebido R$ 100 mil de Camargo Correia. Ele admitiu ter
recebido mais, R$ 300 mil, mas dentro da lei – o mesmo que alega o tesoureiro
do PT.
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O deputado Carlos Sampaio (PSDB), recebeu R$ 250
mil de uma empreiteira envolvida no esquema de corrupção da Petrobras
investigado na Operação Lava Jato. Sua última campanha arrecadou, oficialmente,
R$ 3 milhões.
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Flexa Ribeiro (PSDB) já foi preso pela Polícia
Federal em 2004, na Operação Pororoca,
por fraude em licitações de grandes obras realizadas no Amapá.
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Antonio Imbassahy (PSDB), quando prefeito em
Salvador, em 1999, assinou contratos suspeitos com as empreiteiras Andrade
Gutierrez, Camargo Corrêa e Siemens, que formavam o consórcio responsável pelo
metrô da capital baiana. Estima-se um superfaturamento de R$ 166 milhões. Hoje,
ele é o vice-presidente da CPI da Petrobras, que investiga desvios de verbas da
estatal, onde diretores da Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa também aparecem
como réus.
Escaparam da foto
outros políticos impolutos, como José Serra e Aloyzio Nunes.
São esses varões de
Plutarco que, graças à parceria com o Ministério Público, assumem a vanguarda
da cruzada moralista nacional.
Texto: Luis Nassif
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