"O País
assiste há semanas uma escalada das forças conservadoras. Esse movimento,
de profundo caráter reacionário, se estende das instituições à disputa das
ruas, da batalha de ideias e informações à manipulação de investigações
policiais, da agenda econômica aos direitos civis. Seu propósito é indisfarçável:
derrotar a administração da presidenta Dilma Rousseff, revogar conquistas
históricas do povo brasileiro e destruir o Partido dos Trabalhadores.
Esta
ofensiva engloba os interesses políticos e de classe dos setores que perderam
o comando do Estado em sucessivas batalhas eleitorais desde 2002, mas
agora rearticulados para interromper o processo de mudanças iniciado pelo
ex-presidente Lula. Para tanto, tentam impor seu programa ao governo e ao
país, banir a esquerda como alternativa de poder e criminalizar os
movimentos sociais.
A oposição
de direita, liderada pelo PSDB, busca fundir sua tática à ação dos
grupos reacionários de caráter extra parlamentar, responsáveis pela
convocação das camadas mais abonadas à mobilização contra o mandato
constitucional da presidenta Dilma Rousseff. Cada dia fica mais clara a
intenção golpista dessa política, encarnada por políticos aventureiros e
bacharéis de plantão, que ensaiam processo de impeachment sem qualquer
base jurídica ou legal.
A maioria
conservadora no parlamento empenha-se na aprovação de contra-reformas
que retiram direitos dos trabalhadores, preservam mazelas do atual sistema
político e impõem retrocesso a avanços com relação a direitos civis,
políticos e sociais. Além do caráter regressivo dessas medidas, revela-se
a intenção de emparedar o governo e deixá-lo de mãos atadas em momento de
gravidade da situação nacional.
Importantes
empresas de comunicação, que efetivamente exercem o monopólio da produção
e veiculação de informações, ocupam a linha de frente da
empreitada restauradora. Abertamente, comandam a onda reacionária,
estimulam o terrorismo econômico, convocam a ocupação das ruas contra o
governo e procuram criar clima de condenação moral contra o PT a partir de
notícias distorcidas sobre investigações de corrupção na Petrobrás.
Corrupção nunca dantes combatida como nos governos do PT, que deve ser
enfrentada implacavelmente nos marcos do Estado de Direito, mas não
de forma seletiva, facciosa e espetaculosa. Por isso é que também exigimos
a mais ampla e transparente investigação dos episódios envolvendo o HSBC e
a chamada Operação Zelotes, de combate à corrupção e à sonegação fiscal.
Não faz
parte da nossa história, da nossa tradição democrática, de nossa ética pública
e de nossa prática na democracia brasileira a convivência e a conivência
com a corrupção. Se algum dirigente ou filiado praticou corrupção não foi
em nome dos petistas. E, se comprovadamente algum filiado incorreu em
corrupção será expulso.
O PT liderou
entre 2003 e 2014 as maiores e mais importantes iniciativas no combate
à corrupção na história brasileira e mais recentemente a Presidenta Dilma
sintetizou e propôs ao parlamento cinco novas propostas que buscam cercar
a impunidade dos corruptos no Brasil. Daí porque o PT luta pelo fim do
financiamento empresarial das eleições, que renova na base os circuitos da
corrupção no Brasil.
Ao mesmo
tempo que lutamos pelo fim do financiamento empresarial decidimos que
os Diretórios Nacional, estaduais e municipais não mais receberão doações
de empresas privadas, devendo essa decisão ser detalhada, regulamentada e
referendada pelos delegados(as) ao 5º. Congresso Nacional do PT.
O Partido
revitalizará a contribuição voluntária, individual dos filiados, filiadas, simpatizantes
e amigos. Tais definições são coerentes com nosso Estatuto, segundo o qual
“arrecadação básica e permanente do Partido é oriunda de seus próprios
filiados”. Ao mesmo tempo, condizem também coerentemente com a nossa
defesa de uma reforma política democrática que ponha fim à interferência
do poder econômico nas decisões políticas.
A prisão do
companheiro João Vaccari, nas condições em que ocorreu, demonstra que
o clima de ódio e revanche envolve também fatias da Polícia Federal, do
Ministério Público e do Judiciário. Vamos assistindo, aos poucos, a
transformação de indispensável processo de apuração e punição, relativo a
desvios na principal estatal brasileira, em espetáculo de atropelos
legais, politicamente manipulado a serviço das forças antipetistas. Mais
que tudo, conforma-se um embrião de estado de exceção, violador dos mais
elementares direitos fundamentais, cuja existência indigna, enoja e ofende
a consciência democrática do País. E, por isso mesmo, antes que prospere,
exige resposta corajosa da nossa militância.
O Partido
dos Trabalhadores, diante deste cenário, concentrará o melhor de
suas energias para construir, ao lado de outras correntes progressistas,
junto com movimentos do campo e da cidade, uma frente político-social para
a defesa da democracia, das pautas dos trabalhadores e das reformas
estruturais.
Um novo
pacto do campo democrático-popular é indispensável para disputar as ruas e
as instituições contra o bloco conservador.
O Partido
dos Trabalhadores reafirma que o programa para a unidade popular deve
ter como eixos básicos a reforma política, com proibição do financiamento
empresarial de campanhas; com a firme defesa dos direitos humanos; com a
criminalização da homofobia e a rejeição da PEC 215, que versa sobre a
transferência da FUNAI para o Legislativo da responsabilidade pela
demarcação das terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação;
bem como da PEC 371, que pretende reduzir a maioridade penal; a defesa da
Petrobrás e do regime de partilha e de conteúdo nacional; a reforma tributária
de caráter progressivo, com adoção de impostos crescentes sobre renda,
patrimônio e
ganhos financeiros; a democratização dos meios de comunicação, com o restrição dos monopólios de mídia; a expansão da reforma agrária; uma reforma urbana, com investimentos em mobilidade, moradia e saneamento; a adoção de um amplo programa de ampliação e melhoria dos serviços públicos.
ganhos financeiros; a democratização dos meios de comunicação, com o restrição dos monopólios de mídia; a expansão da reforma agrária; uma reforma urbana, com investimentos em mobilidade, moradia e saneamento; a adoção de um amplo programa de ampliação e melhoria dos serviços públicos.
Diante da
tramitação da contra-reforma política (PEC 352), o PT reafirma sua posição congressual
– em defesa de uma Assembléia Constituinte Exclusiva e Soberana, do financiamento
público exclusivo, do voto em lista com paridade de gênero e da participação
popular – e de sua objeção à constitucionalização do financiamento empresarial.
O Partido
dos Trabalhadores apoia o empenho da presidenta Dilma Rousseff para enfrentar
os problemas fiscais do Estado brasileiro, mas considera vital que a política econômica
esteja voltada para impedir que os efeitos desse ajuste recaiam sobre as costas
dos trabalhadores e tenham caráter recessivo. O Diretório Nacional, nesse
sentido, considera fundamental o mais amplo diálogo do governo com a
sociedade (sobretudo com os movimentos sociais e centrais sindicais).
O DN também
orienta nossas bancadas no Congresso Nacional, que já vêm trabalhando nessa
direção, a ajudar no aprimoramento das medidas propostas pelo Ministério da Fazenda,
a partir do princípio de que o custo de retificação das contas públicas deve
ser assumido pelos mais ricos. A este respeito orientamos todas nossas
bancadas nos estados e municípios a serem porta-vozes desta política.
O Partido
dos Trabalhadores considera que a principal batalha da conjuntura é a que está sendo
travada contra o Projeto de Lei nº 4330, que expande a terceirização do
trabalho para todas as atividades econômicas, e se constituiu em um dos
principais núcleos da política neoliberal. Sua aprovação definitiva
representaria o mais rude golpe contra a classe trabalhadora desde a
consolidação dos direitos trabalhistas em 1943. O Diretório Nacional
recomenda, assim, que os parlamentares petistas continuem seu trabalho de resistência
contra essa medida, buscando unidade com representantes de outros partidos,
para impedir a aprovação deste projeto de lei.
O Diretório
Nacional também considera fundamental a ampliação da mobilização sindical e
popular contra a terceirização, nas ruas e nas redes, até que a pressão seja
suficiente para estabelecer nova relação de forças nas duas casas
legislativas.
A militância
petista, em suas entidades ou através dos diretórios partidários, nos locais de estudo
e trabalho, deve participar ativamente da organização e realização de todas as jornadas
de luta convocadas pela CUT e demais organizações sindicais. Sobretudo, o engajamento
e participação no 1º de Maio unificado em todo o País, em defesa dos direitos
da classe trabalhadora e da democracia. É um momento de cada diretório e núcleo
do PT se organizarem para realizar discussões sobre a conjuntura e preparar
cada militante para o debate e ação política.
É também o
momento da militância participar das conferências nacionais convocadas pelo
nosso governo.
O Diretório Nacional conclama a presidenta
Dilma Rousseff a assumir o papel de liderança na campanha contra a
terceirização, como já tem agido na disputa contra a redução da maioridade
penal, ao mesmo tempo que recomenda o veto presidencial caso o projeto de
lei 4330 venha a ser acolhido pelo parlamento.
O Partido
dos Trabalhadores reafirma apoio firme e decidido ao governo da companheira Dilma
Rousseff, ressaltando que continuará, dentro do gabinete de coalizão, a
representar os interesses das camadas populares e suas aspirações por
mudanças. O Diretório Nacional convoca todos os companheiros à enérgica
mobilização contra os agrupamentos empenhados em virar a mesa do jogo
democrático e regredir ao modelo neoliberal.
O Diretório
Nacional, ciente da necessidade de uma profunda avaliação sobre a orientação
política praticada desde o governo Lula e da urgência de uma ampla reflexão sobre
os desafios para a continuidade das reformas, conclama todos os militantes e amigos
do PT ao máximo empenho nos debates do 5º Congresso Nacional e a transformá-lo
em um grande momento de reafirmação da identidade e do vigor do principal
partido da esquerda brasileira.
São Paulo, 17 de abril de 2015.
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores”
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores”
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