Seis músicas que tentaram mudar o Brasil
Caetano Veloso, Geraldo Vandré, Chico Buarque, Elis Regina, Cazuza e Legião Urbana gravaram canções de protesto; veja
Leia mais: "Novas gerações estão mostrando sua cara" O que os manifestantes querem? Leia nos cartazes
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Em 1978, Chico Buarque cantava 'Cálice', que esconde na letra crítica a ditadura militar. Foto: Reprodução
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No período em que o Brasil foi governado pelos militares (1964-1985), artistas deixaram na história músicas de protesto ao regime - por isso, muitos foram reprimidos e punidos. Mesmo após a ditadura,
os problemas sociais e políticos do Brasil foram e continuam sendo apontados em canções de grupos como Titãs, Racionais MC's, Dead Fish, Ratos de Porão, Criolo e Emicida, entre tantos outros.
Recentemente, a letra do jingle de um comercial da Fiat foi incorporada ao movimento contra o aumentos das tarifas de transporte. O tema "Vem Pra Rua", criado por uma agência publicitária e interpretado pelo grupo O Rappa, virou hashtag popular nas redes sociais e participou, ainda que sem intenção, das manifestações.
O iG selecionou seis músicas brasileiras de protesto. Veja os vídeos:
música: "Cálice"
Chico Buarque e Milton Nascimento, com participação de Gilberto Gil trecho marcante: "Como é difícil acordar calado/ Se na calada da noite eu me dano/ Quero lançar um grito desumano/ Que é uma maneira de ser escutado"
contexto: O título da música é um jogo de palavras que mostra a ambiguidade entre "cálice" e "cale-se". Composta em 1973 por Chico e Gil, só pode ser lançada em 1978 por causa da forte censura do período. Pouco antes de "Cálice" ser composta, Chico viveu um auto-exílio na Itália, em 1969. Gil também esteve exilado por causa da ditadura e só retornou ao País em 1972.
Chico Buarque e Milton Nascimento, com participação de Gilberto Gil trecho marcante: "Como é difícil acordar calado/ Se na calada da noite eu me dano/ Quero lançar um grito desumano/ Que é uma maneira de ser escutado"
contexto: O título da música é um jogo de palavras que mostra a ambiguidade entre "cálice" e "cale-se". Composta em 1973 por Chico e Gil, só pode ser lançada em 1978 por causa da forte censura do período. Pouco antes de "Cálice" ser composta, Chico viveu um auto-exílio na Itália, em 1969. Gil também esteve exilado por causa da ditadura e só retornou ao País em 1972.
música: "O Bêbado e a Equilibrista"
João Bosco e Aldir Blanc, gravação de Elis Regina trecho marcante: "Chora a nossa Pátria Mãe gentil/ Choram Marias e Clarisses/ No solo do Brasil"
contexto: Lançada em 1978, deixou Elis Regina encantada com a letra, tanto que a cantora é a mais famosa interprete dessa música. Um hino da anistia, faz referência às viúvas de presos políticos (Maria, viúva de Manuel Fiel Filho, e Clarisse, viúva de Vladimir Herzog) e ao exílio de intelectuais como o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.
João Bosco e Aldir Blanc, gravação de Elis Regina trecho marcante: "Chora a nossa Pátria Mãe gentil/ Choram Marias e Clarisses/ No solo do Brasil"
contexto: Lançada em 1978, deixou Elis Regina encantada com a letra, tanto que a cantora é a mais famosa interprete dessa música. Um hino da anistia, faz referência às viúvas de presos políticos (Maria, viúva de Manuel Fiel Filho, e Clarisse, viúva de Vladimir Herzog) e ao exílio de intelectuais como o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.
música: "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores"
Geraldo Vandré trecho marcante: "Há soldados armados/ Amados ou não/ Quase todos perdidos/ De armas na mão/ Nos quartéis lhes ensinam/ Uma antiga lição/ De morrer pela pátria/ E viver sem razão"
contexto: Levou o segundo lugar no Festival Internacional da Canção, em 1968, e se tornou um hino de todos que buscavam a abertura política. Com o acirramento da repressão a partir do Ato Constitucional nº 5 (1968), Vandré foi exilado no Chile, Alemanha e França. Quando retornou ao Brasil, em 1973, continuou a ser acompanhado de perto pelos militares.
Geraldo Vandré trecho marcante: "Há soldados armados/ Amados ou não/ Quase todos perdidos/ De armas na mão/ Nos quartéis lhes ensinam/ Uma antiga lição/ De morrer pela pátria/ E viver sem razão"
contexto: Levou o segundo lugar no Festival Internacional da Canção, em 1968, e se tornou um hino de todos que buscavam a abertura política. Com o acirramento da repressão a partir do Ato Constitucional nº 5 (1968), Vandré foi exilado no Chile, Alemanha e França. Quando retornou ao Brasil, em 1973, continuou a ser acompanhado de perto pelos militares.
música: "É Proibido Proibir"
Caetano Veloso
trecho marcante: "E eu digo não/ E eu digo não ao não/ Eu digo: É!/ Proibido proibir"
contexto: A primeira apresentação da música, cantada por Caetano ao lado dos Mutantes no 3º Festival Internacional da Canção, em 1968, durante a ditatura, teve péssima recepção. O público presente no Teatro da PUC vaiou, arremessou tomates e outros objetos. Pouco depois, em 1969, Caetano foi preso pelo regime militar e partiu para exílio político em Londres.
Caetano Veloso
trecho marcante: "E eu digo não/ E eu digo não ao não/ Eu digo: É!/ Proibido proibir"
contexto: A primeira apresentação da música, cantada por Caetano ao lado dos Mutantes no 3º Festival Internacional da Canção, em 1968, durante a ditatura, teve péssima recepção. O público presente no Teatro da PUC vaiou, arremessou tomates e outros objetos. Pouco depois, em 1969, Caetano foi preso pelo regime militar e partiu para exílio político em Londres.
música de protesto: "Brasil"
Cazuza
trecho marcante: "Brasil!/ Mostra tua cara/ Quero ver quem paga/ Pra gente ficar assim/ Brasil!/ Qual é o teu negócio?/ O nome do teu sócio?/ Confia em mim"
contexto: A faixa faz parte do disco "Ideologia", de 1988, terceiro de Cazuza, e foi composta em parceria com George Israel, do grupo Kid Abelha. Quando foi lançada, "Brasil" simbolizava o período de redemocratização do País, iniciado em 1985 com o fim da ditadura militar e que culminou com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que garantia a realização das eleições diretas para Presidente da República.
Cazuza
trecho marcante: "Brasil!/ Mostra tua cara/ Quero ver quem paga/ Pra gente ficar assim/ Brasil!/ Qual é o teu negócio?/ O nome do teu sócio?/ Confia em mim"
contexto: A faixa faz parte do disco "Ideologia", de 1988, terceiro de Cazuza, e foi composta em parceria com George Israel, do grupo Kid Abelha. Quando foi lançada, "Brasil" simbolizava o período de redemocratização do País, iniciado em 1985 com o fim da ditadura militar e que culminou com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que garantia a realização das eleições diretas para Presidente da República.
música: "Que País É Este?"
Legião Urbana
trecho marcante: "Nas favelas, no Senado/ Sujeira pra todo lado/ Ninguém respeita a Constituição/ Mas todos acreditam no futuro da nação/ Que país é esse?/ Que país é esse?"
contexto: "Que País É Este?" também é o nome do terceiro disco do grupo de Brasília. Composta por Renato Russo em 1978, ainda na fase do grupo Aborto Elétrico, foi lançada somente em 1987. A letra ácida critica diretamente a política vigente e mostra o descontentamento vivido pela população no período de regime militar.
Legião Urbana
trecho marcante: "Nas favelas, no Senado/ Sujeira pra todo lado/ Ninguém respeita a Constituição/ Mas todos acreditam no futuro da nação/ Que país é esse?/ Que país é esse?"
contexto: "Que País É Este?" também é o nome do terceiro disco do grupo de Brasília. Composta por Renato Russo em 1978, ainda na fase do grupo Aborto Elétrico, foi lançada somente em 1987. A letra ácida critica diretamente a política vigente e mostra o descontentamento vivido pela população no período de regime militar.
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