quinta-feira, 23 de agosto de 2012

DADOS ESTATÍSTICOS FORNECIDOS POR JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO

A mãe de todas as eleições


09 de julho de 2012

PRIMEIRA PARTE


JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO - O Estado de S.Paulo

Se você não conhece um candidato a vereador pessoalmente, melhor repensar sua inserção na vida política da sua cidade. Nas próximas eleições, mais de 400 mil pessoas devem se candidatar a um assento numa câmara municipal. É 1 candidato a vereador para cada 320 eleitores, na média brasileira. Ou seja, há uma boa chance de qualquer um ter um primo, um vizinho, um colega de trabalho ou escola que seja candidato.

As probabilidades, é claro, variam de lugar para lugar. Quanto maior a cidade, menor a chance. Em São Paulo, o risco de trombar com um postulante (1 em 7 mil) é uma pequena fração do que é em Araguainha (MT), com seus 21 candidatos para 925 eleitores. Isso não serve de desculpa, todavia. É improvável que a Câmara da pequena cidade mato-grossense empregue um garagista com salário de R$ 23 mil - até por falta de garagem. A de São Paulo sim.

Na média, o candidato a vereador é cinco anos mais novo do que o candidato a prefeito, além de ter passado menos tempo na escola. Tem 45 anos, é homem e não chegou a completar o ensino médio. A maioria é de casados, embora 1 em cada 3 ainda seja solteiro. Tem uma boa chance de ser servidor público municipal. Se não, é provável que seja agricultor ou comerciante. Se for mulher, dona de casa ou professora.

A Câmara Municipal não é a única porta de entrada para a política partidária. Nenhum dos últimos presidentes brasileiros foi vereador. Nem Dilma Rousseff, nem Lula, nem FHC, nem Itamar Franco (tentou mas não conseguiu), nem José Sarney nem Fernando Collor - muito menos os militares. O último - e talvez o único - presidente que havia sido vereador foi Jânio Quadros. OK, não é o melhor exemplo. Mas que não sirva de desencorajamento.

Se ninguém está olhando, vereadores podem se sentir à vontade para fazer de conta que compareceram a sessões nas quais nunca estiveram, terceirizar seu voto para funcionários da Câmara e sabe-se lá mais o que. A prudência recomenda procurar conhecer pessoalmente um candidato a vereador e acompanhar o que ele vier a fazer, se for eleito. Nem que seja para ter um pistolão e se candidatar àquela vaga de garagista.

OBS: EXCELENTE ARTIGO PARA REFLEXÃO

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