quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Nos relacionando com o mundo

A Geografia, a memória e o conhecimento

Entre as matérias que conseguem penetrar mais profundamente nos estudantes em sua busca pelo conhecimento, está a Geografia, que por sua abrangência no Planeta Terra proporciona aos estudantes, uma gama de conhecimentos que uma vez consolidados, nunca mais serão esquecidos. São informações que o homem, com toda a sua tecnologia não conseguirá modificar. Essas informações estão estratificadas na superfície da Terra. Desde muito cedo os estudantes estarão às voltas com questões relacionadas com essa matéria. Assim, se numa aula dessa matéria o Professor quiser saber dos seus alunos qual o pico mais alto da Terra, muito provavelmente obterá a resposta correta: é o Everest. Essa noção de conhecimento está estratificada no cérebro dos jovens por memorização. Mas se o Professor quiser aprofundar o tema e perguntar em que Cordilheira fica, ainda assim a memória ajudará os alunos pois sabem, que fica no Himalaia. Mas se o Professor mais uma vez quiser aprofundar o tema e perguntar em que Continente fica a Cordilheira do Himalaia, chegarão à Ásia. Nova pergunta: em que País fica o Everest? Aí então haverá um fato novo, pois o Professor abriu as portas da Geografia Política. Nesse caso muitos jovens não terão a resposta, e terão que recorrer aos mapas. Localizarão a Ásia e em sua procura, localizarão o Himalaia e em seguida chegarão ao Everest. Assim verão que o maior Pico da Terra está no País chamado Nepal, bem próximo da fronteira com a China. Assim foi feita uma pesquisa geográfica, para se localizar uma informação política. Da mesma forma os jovens questionados pelo Professor localizarão outros Picos importantes e que estão em outras regiões. Usando a mesma metodologia localizarão o Aconcágua na Cordilheira dos Andes, na Argentina, próximo à fronteira com o Chile. Na América do Norte, temos as Montanhas Rochosas que são um prolongamento da Cordilheira dos Andes e bem ao norte, acha-se o Pico McKinley, no Estado do Alaska, que pertence aos Estados Unidos. Os alunos estimulados pelo Professor “viajarão “ à África e encontrarão o Kilimandjaro. É o ponto mais alto desse Velho Continente, e verão que fica no País Tanzânia, junto à fronteira com o Quenia. Na Europa encontra-se o Monte Branco que geograficamente, fica nos Alpes, e politicamente, na junção das fronteiras da França, Suiça e Itália.
Mas se o professor quiser saber quais os mais importantes rios da Terra, os mapas mostrarão. À sua pergunta: qual o maior rio da Terra em volume d’agua?
A resposta deverá estar na memória dos jovens: O Rio Amazonas. E onde fica o Rio Amazonas? A resposta virá, que é no Brasil. Mas se o Professor quiser saber onde se forma esse imenso rio? Deverão recorrer novamente aos mapas e verão que é na junção de dois outros grandes rios a saber: O Rio Negro que vem do norte do Brasil, do Estado de Roraima, com afluentes que vem da Venezuela. Ele tem um leito rochoso, com grandes cachoeiras e águas limpas.
O outro é o Rio Solimões que nasce no Peru, recebe água do degelo dos Andes, percorre parte da Amazónia com terreno fraco, provoca erosão e assim tem suas águas barrentas. São tão fortes esses Rios que percorrem muitos km sem que suas águas se misturem (uma parte tem águas limpas e a outra águas barrentas). Esse fenómeno é muito procurado pelos turistas que visitam a floresta amazonica. Os pesquisadores já têm informações de que o Amazonas ao despejar suas águas no Oceano Atlântico, na época das grandes chuvas chega a mais de 120.000 m3 por segundo e na seca uns 80.000 m3 por segundo. O Brasil tem a maior rede hidrográfica do Planeta, assim como o nosso País concentra mais de 12% das águas com condição de potabilidade da Terra. Outros rios importantes como o Mississipi com seu poderoso afluente Missouri, nos Estados Unidos têm uma das mais férteis bacias do Planeta. Na Argentina temos o Rio da Prata. Na África fica o mais extenso rio do mundo: o Rio Nilo, que nasce no Quenia, junto à Tanzânia, atravessa o Sudão, o Egito e desagua no Mar Mediterrâneo. Na Europa nossos jovens encontrarão nos mapas, o Rio Tâmisa na Inglaterra, o Rio Reno na França, em Portugal tem os Rios Douro, Mondego e Tejo que nascem na Espanha e em seu percurso atravessam Portugal e desaguam no Atlântico. Na Indía tem o Ganges e na China tem o Yang-Tzé, onde está em fase de conclusão a barragem de Três Gargantas, onde funcionará a maior usina hidroeléctrica do mundo. Se o Professor tiver como tema as cidades, poderá perguntar nome de capitais de Países. A memória mais uma vez ajudará os alunos. Muitas capitais são conhecidas. Mas se perguntar o nome de duas cidades do País além da capital, aí já complica. É preciso recorrer aos mapas. O saber localizar uma informação num mapa, é como localizar uma palavra no dicionário. Questão de saber usá-lo. Temos um imenso deserto no norte da África: o Saara. Existem outros, menores, em diversas partes do mundo, como o de Atacama e Calama no Peru, o Grande Deserto na Austrália.
Convém frisar dois pontos do Planeta, que foram modificados pelas mãos do Homem. São dois canais; o de Suez e o do Panamá, construídos para facilitar a navegação marítima. O mais interessante é que ambos foram idealizados pela inteligência da mesma pessoa. Ferdinand de Lesseps, diplomata e comerciante francês. Quando atuava como Embaixador francês no Egipto, ele elaborou um projeto, unindo o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho. Com isso houve uma enorme economia nos fretes marítimos, pois não precisariam mais contornar a África. Sua construção demorou 10 anos; de 1859 até sua inauguração em 17 de Novembro de 1869. O outro canal, do Panamá, deu muito trabalho e ceifou vidas. Começou a ser construído em 1880 pelos franceses, mas devido a região ser de pântanos, com clima tropical, provocou a morte de 22.000 trabalhadores; a maior parte deles vítima da malária, em 13 anos de atividade. Pararam em 1893, vencidos por essa adversidade. Os Estados Unidos tinham interesse no canal. Negociaram a obra com os franceses e fizeram contratos com o Panamá, obtendo uma concessão de quase cem anos para explorar o canal. A obra foi iniciada em 1904 e concluído em 1914. Havia uma diferença de nível entre os Oceanos Atlântico e Pacífico. Fizeram eclusas e assim em “degraus”, corrigiram essa diferença. São três as eclusas num canal com 80 km de comprimento onde passam atualmente 12.000 navios por ano. No final desse contrato houve pressão por parte dos panamenhos e o canal foi devolvido antes do prazo. O Panamá passou a auferir as receitas do Canal. Com a tecnologia, os transportes marítimos se modificaram. As cargas já são movimentadas por grandes guindastes que enchem os navios de conteiners. A largura dos navios é bem maior do que à época da construção do Canal de Panamá. O Panamá já aprovou em seu Parlamento um projeto para se aumentar a capacidade desse importantíssimo Canal. O Brasil tem empresas de construção, que estão trabalhando nesse momento no Panamá, onde ganharam concorrência para atuar no aumento de capacidade do canal. É importante que os jovens tomem conhecimento desse aumento do Canal, pois ao ser entregue para uso, muitos desses jovens já serão adultos e poderão acompanhar seus resultados, na medida em que os transportes marítimos se tornarem mais ágeis, haverá mais atividade econômica e com isso, melhoram as possibilidades de aumentar a geração de empregos. Estamos em 2010. Já existem obras nas duas extremidades, do lado do Atlântico e do lado do Pacífico, para se concretizar o aumento da capacidade do Canal. Pelas estimativas, essa grande obra deverá estar concluída, e entregue ao tráfego marítimo até o final de 2014 e não haverá dificuldades a nenhuma embarcação. E assim o pequeno País Panamá, poderá obter melhor desenvolvimento, com os aumentos de suas receitas, devido aos fretes. Se hoje passam 12.000 navios ao ano, após 2014 é possível que esse número possa alcançar de 15 a 18.000 navios ao ano, ao longo do tempo.

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