domingo, 17 de outubro de 2010

MARINA SILVA SE MANIFESTA E PV FICA NEUTRO

17/10/2010 - 17h07

"Independente", Marina diz que PT teve "maior acolhimento" de propostas do PV
Diego Salmen
Do UOL Eleições

Em São PauloApesar de declarar neutralidade no segundo turno da disputa eleitoral, a candidata derrotada do PV à Presidência da República, Marina Silva, afirmou neste domingo (17) que a candidatura de Dilma Rousseff (PT) se aproximou mais dos pontos defendidos pelo PV do que a candidatura de José Serra (PSDB).

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"Houve um acolhimento maior por parte da candidata do PT", disse a senadora, que classificou a posição tomada como "independente". "Houve um acolhimento significativo, mas um pouco menor, por parte da candidatura do PSDB", afirmou, em referência ao programa mínimo defendido pela sigla e apresentado no último dia 8 para servir de base para conversas com os candidatos.

Intitulado “Agenda por um Brasil Justo e Sustentável”, o documento continha propostas abordando dez temas distintos, da transparência nos gastos públicos à reforma política e ao aumento do investimento na educação, sem esquecer do meio ambiente.

Terceira colocada no primeiro turno com quase 20% dos votos válidos, a senadora se esquivou de dizer em quem votaria no dia 31 deste mês, a despeito da postura tomada neste domingo. "O voto é secreto e, para defender minha independência, vou reservar esse direito", disse.

Depois de dizer que sua participação no processo eleitoral "ainda está em andamento", a ex-ministra do Meio Ambiente não revelou se pretende se manifestar publicamente a respeito de eventuais acontecimentos nas duas campanhas. "Não falo sobre conjecturas", disse.

Críticas e elogios

Buscando se colocar como terceira via para uma eventual candidatura ao Palácio do Planalto em 2014, Marina manteve o discurso equilibrado que exibiu no primeiro turno, alternando elogios ("duas pessoas dignas, com origens no que há de melhor nesse país") e críticas às candidaturas do PT e do PSDB e seus respectivos legados para o país.

Para ela, os dois partidos "se deixaram capturar pela lógica do embate até as últimas consequências", e as divergências entre ambos são uma "ironia da história", uma vez que as legendas foram forjadas durante a resistência à ditadura militar.

Ela falou ainda em uma "dualidade destrutiva" que faz com que as siglas sejam "fiadoras de um conservadorismo renitente", e manteve a porta aberta para futuras conversas com os presidenciáveis, seja qual for o escolhido pela população. "Acredito que há terreno fértil para a continuação desse diálogo", afirmou.

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