sábado, 23 de outubro de 2010

UM OPERÀRIO COM RESPONSABILIDADE DE CLASSE

O exemplo dos gráficos

Um crime eleitoral estava sendo praticado em uma gráfica no bairro do Cambuci, na capital paulista. De propriedade de militantes do PSDB, parentes de indivíduos que ocupam cargos de direção na campanha tucana, a gráfica Pana imprimia material apócrifo, que utilizava ilegalmente a assinatura da CNBB, contendo calúnias contra a candidata petista.

Um dos ninhos da central de boatos e mentiras só foi descoberto graças à iniciativa corajosa de um trabalhador gráfico que denunciou o crime. A certeza do seu papel de cidadão e a consciência de classe adquirida nas lutas sindicais foram determinantes para que esse trabalhador anônimo se transformasse num exemplo a ser seguido por todos.

A direção do Sindicato dos Gráficos de São Paulo, tanto quanto os deputados e a militância petista que impediram a saída do material até a achegada da polícia, teve importante papel para amplificar a denúncia e chamar a atenção da opinião pública a respeito de mais essa baixaria da direita.

A manifestação que o Sindicato promoveu na madrugada do dia 19 em frente à gráfica, que contou com o apoio da CUT, foi o pontapé inicial de uma importante campanha promovida pela categoria em nome da democracia, em defesa da lisura do pleito e contra o baixo nível da campanha serrista. Em documento que está sendo distribuído por toda a sua base, o Sindicato alerta para que os trabalhadores fiquem atentos e denunciem qualquer iniciativa por parte dos patrões de imprimirem materiais ilegais e que agridam a ética na disputa eleitoral.

A atitude do trabalhador gráfico e da direção do Sindicato vêm ao encontro de um novo conceito de movimento sindical, inaugurado pela CUT e assumido por boa parte do movimento sindical: o “sindicato cidadão”. Para além das reivindicações trabalhistas - que são justas - compreendemos que os trabalhadores são membros da sociedade e nela exercem papéis de pais, mães, moradores de bairros, usuários de serviços públicos, consumidores. Enfim, atores sociais e políticos, cidadãos plenos.

Ser um “sindicalista cidadão” significa que o trabalhador e a trabalhadora deve participar da vida social nos seus mais diversos aspectos. Defender a melhora das condições de vida de toda a população, lutar por justiça social de maneira ampla, contra as discriminações raciais, de gênero, de origem, de opção sexual, defender a pluralidade de pensamento. Ser um cidadão pleno é, também, impedir que a eleição seja desvirtuada por ações criminosas como aquelas protagonizadas pela gráfica tucana.

Estão de parabéns os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores Gráficos de São Paulo que, conscientes do seu papel social e da importância da categoria, dão importante contribuição à democracia, fiscalizando e impedindo novos crimes. Está de parabéns o companheiro que deu bela demonstração de que os trabalhadores organizados, conscientes dos seus direitos e deveres, são fundamentais para a construção de um país justo e profundamente democrático.

João Felício é secretário de Relações Internacionais da CUT e secretário Sindical Nacional do PT

OBS: Transcritodo site do PT

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