Arquipélago de Alcatrazes, em São Paulo, é liberado para virar parque
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Área continuará sendo da Marinha, mas será administrada por Instituto e aberta a visitação
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O entendimento entre militares, grupos de defesa do meio ambiente e pesquisadores põe fim a mais de três décadas de polêmicas em torno dos testes de tiro, que eram feitos nos paredões rochosos da Ilha de Alcatrazes desde 1982. O auge das disputas ocorreu em dezembro de 2004, quando um incêndio destruiu quase 20 hectares da ilha principal. A suspeita, admitida pela própria Marinha, é que o fogo tenha sido iniciado por um dos testes de tiro no local.
Há mais de um ano nenhum tiro é disparado na ilha principal. A Marinha exigiu, porém, que alguns testes sejam mantidos esporadicamente na Sapata, um ilhota rochosa a cerca de 4 km da ilha principal. "Procuramos outros pontos no País, mas aquela região é a que tem vantagens logísticas e geográficas para a atividade", explica o vice-almirante Liseo Zampronio, comandante do 8.º Distrito Naval.
A Marinha concordou com a criação do parque, que será administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), mas manteve a posse do arquipélago. "O local, como propriedade, continua sob administração da Marinha e ela será consultada sobre qualquer decisão que envolva as ilhas", diz o capitão de fragata André Luiz Pereira, que representa a Marinha nos grupos de discussão ambiental.
A proposta do parque deve abrir ao turismo um dos pontos mais preservados de ecossistemas marinhos no Brasil. "Pesquisas mostram que essa riqueza de biodiversidade é comparável à do Atol das Rocas", explica a pesquisadora Kelen Leite, do ICMBio. Além do mergulho esportivo, principal atrativo do futuro parque, a observação de aves, golfinhos e baleias fará parte do pacote.
Manejo
Chefe da Estação Ecológica de Tupinambás, unidade de conservação mais rígida mantida no arquipélago, Kelen diz que a demanda de aproveitamento turístico do local é antiga. Ela garante, porém, que o uso sustentável no novo parque não põe em risco a preservação - no total, entre fauna e flora, há 45 espécies ameaçadas de extinção no arquipélago. "Após a aprovação do projeto, haverá a discussão para se definir um plano de manejo que respeite o trabalho que já foi feito.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o projeto do parque está em fase final de aprovação, mas não há previsão para ser colocado em prática.
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