Médicos formados na Europa chegam a Minas; três são brasileiros.
Para única estrangeira do grupo Mais Médicos é ‘desafio’ e ‘ajuda’.
Profissionais desembarcaram em Confins vindos de Portugal.
Pedro ÂngeloDo G1 MG
A médica portuguesa Maria José da Silva, ladeada pelos
médicos brasileiros Carlúcio de Souza, Sidney Cunha e
Artur da Silva. (Foto: Pedro Ângelo/G1)
Quatro médicos, formados na Europa e que trabalhavam em Portugal, desembarcaram na tarde desta sexta-feira (23) no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Eles foram os primeiros profissionais selecionados para atuar no Mais Médicos em Minas Gerais que chegaram ao estado. Do grupo, três são brasileiros, que após anos estudando e trabalhando no exterior, retornam ao país natal.médicos brasileiros Carlúcio de Souza, Sidney Cunha e
Artur da Silva. (Foto: Pedro Ângelo/G1)
Natural do Rio de Janeiro, Artur Cardoso da Silva, de 65 anos, é casado com a única estrangeira entre os recém-chegados de Portugal, Maria José Luis Mendes Cardoso da Silva, de 64. O casal, que se conheceu na faculdade de medicina, formou-se há 38 anos, em Coimbra e, atualmente morava no Porto.
O casal de aposentados optou pela cidade histórica de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para trabalhar. A escolha foi influenciada por amigos brasileiros. “Eles nos aconselharam a ir para Minas. Para Minas, porque é um dos locais mais cultos e mais pacíficos", falou.
Para Maria José, o Mais Médico é, ao mesmo tempo, um desafio e uma forma de ajuda à população. Já o marido disse acreditar que a adaptação ao Sistema Único de Saúde (SUS) não será difícil. Ele ressaltou que viveu situações complicadas como médico no exterior. "Quando comecei a trabalhar em Portugal como médico de família... Eu custumo dizer que fui trabalhar em uma garagem transformada em centro de saúde. Portanto, estou habituado a qualquer tipo de trabalho", afirmou.
O casal atravessou o Atlântico acompanhado por outros dois médicos mineiros que atuavam em terras lusitanas e que se graduaram na Espanha, em 2005. Nascido em Abadia dos Dourados, no Alto Paranaíba, Sidney Tomás Cunha, morava há 15 anos na Europa. Para ele, voltar para perto da família foi uma motivação para se inscrever no programa. “Por ser brasileiro e poder trabalhar em Belo Horizonte, além de estar próximo da família. E futuras possibilidades legais para poder trabalhar em definitivo no Brasil”, explicou o médico que vai atuar na capital mineira.
O grupo que desembarcou em Confins era formado ainda por Carlúcio Avelino de Souza, de 40 anos. O mineiro vai atuar no Norte de Minas, mesma região em que nasceu. Natural de Salinas, ele se mudará, em breve, para Rio Pardo de Minas.
O desembarque dos profissionais foi acompanhado pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG). O presidente da entidade, João Batista Gomes Soares, declarou que os brasileiros não devem “socorrer” nem ser "padrinhos" de profissionais estrangeiros.
Em entrevista à imprensa no Aeroporto de Confins, Sandra Kenedy, assessora especial da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, afirmou que espera que a atuação da fiscalização seja "bem feita". "Nós queremos que a fiscalização da atuação médica seja bem feita em toda a sociedade brasileira. Seja no programa Mais Médicos, ou não. Seja estrangeiro, ou não. Nós queremos, sim, que o papel do CRM seja feito como deve ser em qualquer situação", disse.
De acordo com o Ministério da Saúde, outros médicos vindos do exterior devem chegar a Minas Gerais neste sábado (27). A previsão é que três profissionais originários da Argentina e um do México aterrissem em Confins durante a madrugada. Além deles, no fim da noite, chegam mais duas pessoas residentes na Espanha. Um grupo de cinco brasileiros e um italiano ainda são aguardados em Minas.
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