Dilma reitera defesa de consulta popular para reforma política
BRASÍLIA, 5 Ago (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff voltou a defender
nesta segunda-feira que a população seja consultada sobre a reforma política,
como havia proposto em resposta às manifestações que tomaram as ruas do país em
junho, afirmando que as instituições devem ser mais abertas às ruas.
Em cerimônia de sanção do Estatuto da Juventude, a presidente disse
considerar que "consultar o povo nunca é demais", em referência à sugestão feita
pelo Planalto ao Congresso para que realizasse um plebiscito que definiria as
diretrizes para uma reformulação do sistema político.
"Quando eu propus a reforma política, propus antecedida por um plebiscito",
afirmou a presidente.
"Consultar o povo é democrático e é necessário para que as nossa instituições
tornem-se cada vez mais permeáveis às demandas da sociedade."
A presidente sugeriu a discussão sobre a reforma após as manifestações em
junho que chegaram a levar mais de 1 milhão de pessoas às ruas em um dia em
diversas cidades do país.
Embora tenha sido defendida mais de uma vez pela presidente, a proposta da
realização do plebiscito foi praticamente descartada por líderes aliados do
governo.
Até mesmo o vice-presidente, Michel Temer, chegou a afirmar no início de
julho que não haveria tempo hábil para a realização do plebiscito, além da
discussão e votação de uma reforma política com validade para as eleições de
2014.
No mesmo dia da declaração, porém, o vice-presidente divulgou nota
reafirmando que o governo mantinha sua posição favorável à realização do
plebiscito e de uma reforma que valesse para as eleições do ano que
vem.
Questionada nesta segunda sobre problemas de articulação com a base aliada,
que já impôs algumas derrotas ao governo principalmente em votações na Câmara
dos Deputados, a presidente saiu pela tangente e disse que, apesar da
possibilidade de haver diferenças com os aliados, no fim será decidido o que for
melhor para o Brasil.
Em rápida entrevista após a cerimônia, Dilma afirmou que a divergência é
"democrática" e que a "diferença de opiniões é possível".
A presidente deve reunir-se, no fim da tarde desta segunda-feira, com líderes
da base aliada na Câmara dos Deputados.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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