quinta-feira, 7 de outubro de 2010

E AS PLATAFORMAS PARA EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO AGORA SÃO FABRICADAS NO BRASIL.

Eleições •
Em Todas as notícias Lula evita, mas aliados fazem campanha em batismo de plataforma

No palanque, políticos e sindicalistas fazem referências a Dilma; Lula brinca e diz que não vai entregar a faixa presidencial

Principal cabo eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou fazer campanha aberta para Dilma Rousseff (PT), sua candidata à sucessão, no batismo da plataforma P-57, em Angra dos Reis (RJ). Diferentemente dele, porém, outros oradores fizeram diversas referências implícitas à candidatura de Dilma e à continuidade do PT no governo federal.

Falando a uma plateia de operários do estaleiro Keppel BrasFels, Lula louvou-se pelo fortalecimento da indústria naval e criticou os governos anteriores por não fazerem navios e plataformas no Brasil – política adotada no atual governo, mas não citou Dilma nem as eleições. Foi o primeiro evento aberto de Lula desde o primeiro turno da eleição.

Lula e Sérgio Cabral em inauguração de plataforma da Petrobras

Dilma é a 95ª mulher mais poderosa do mundo, segundo revista
Ex-metalúrgico e vestindo uma camisa abóbora – como a dos trabalhadores –, Lula foi recebido com festa e apoio pelos operários na Brasfels. Passou mais de uma hora conhecendo a plataforma, posou para fotos e recebeu presentes de funcionários.

Operários levaram uma faixa de apoio, branca, com estrelas vermelhas e o texto em letras vermelhas, remendada de última hora para evitar fazer propaganda: “Sr. Presidente, obrigado por acreditar no nosso trabalho. Agora é festa!” A palavra “festa” substituiu “Dilma”, como se podia ler por baixo, o que compunha a frase “Agora é Dilma!”.

Nos discursos e no palanque – só com políticos da coligação que apoia Dilma –, o tom era o mesmo, com referências indiretas à petista. “Não posso usar hoje aquele (cumprimento) bom dia ('bom Dilma'), mas os companheiros podem continuar repetindo... Este ano é o ano das mulheres no Brasil. Novamente aqueles que pensavam assim põem a cabeça para fora e querem retomar o retrocesso. Temos de assumir a continuidade da mudança do País”, afirmou o presidente da Federação Única de Petroleiros, João Antônio de Morais.

“Vamos continuar com o grupo que está aí para gerar riqueza para o Brasil”, disse o prefeito de Angra dos Reis, Artur Jordão. O presidente do Sindicato das Indústria Naval, Ariovaldo Rocha, também reforçou. “Desejamos que esse grupo (do presidente Lula) siga preponderando em 31 de outubro.”

Lula: "Eu não vou entregar a faixa"

O governador reeleito do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), disse que Lula “vai deixar muita saudade” e “recuperou a auto-estima do Brasil”, mas, como o presidente, não falou diretamente de Dilma. Lula brincou ao comentar a passagem do cargo, em janeiro, para o candidato que será eleito em 31 de outubro, Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB). “Eu não vou entregar a faixa. Estou pensando em colar a faixa com aquela bichinha que não larga e sair correndo.”

O presidente da República criticou, em diversas ocasiões, a política do governo anterior de não construir plataformas no Brasil. “Quando olho o que era o estaleiro na década de 1970, olho o estaleiro até 2003, começo a imaginar por quanto tempo este país perdeu com gente que não compreendia a capacidade correta deste país”, afirmou.

“(Quando assumi) Trabalhadores especializados estavam vendendo cerveja em isopor nas praias do Rio. Diziam que era melhor comprar (plataformas e navios) fora, ficava mais barato. Mas cada plataforma que compravam lá fora, quantos adolescentes a gente permitia que se encaminhassem para a criminalidade por falta de perspectiva de trabalho. Era o Brasil que acreditava que tudo tinha de vir de fora, porque era mais barato e nós éramos cidadãos de segunda classe”, afirmou, sendo muito aplaudido.

A P-57 é uma plataforma chamada de “gigante”, com capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo – em comparação com a maioria, de 100 mil a 120 mil barris – e 2 milhões de metros cúbicos de gás diariamente, a partir do fim de novembro. A P-57 vai ficar localizada da porção norte da Bacia de Campos, no Parque das Baleias, no litoral do Espírito Santo.

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