domingo, 21 de abril de 2013

AS INFORMAÇÕES DEVEM SER VERDADEIRAS PARA SEREM CONFIÁVEIS

Site encaminha reclamações de cidadãos a órgãos públicos


Colab, que já funciona no Recife, começa a operar em São Paulo


18 de abril de 2013 | 20h 01

Breno Pires e Diego Cardoso, de O Estado de S. Paulo
No lugar de compartilhar fotos da balada, publique o registro de um buraco na rua em frente ao Mercado Municipal. Dentro da Colab, plataforma digital que começou a operar em São Paulo na terça-feira, 16, as curtidas servem para gerar cidadania. Baseado em três pilares - fiscalizar, propor e avaliar -, o Colab (o nome vem de colaborar) é a mais nova ferramenta para os cidadãos buscarem melhorias, seja nos serviços do cotidiano, seja na política.
 
Criado pela empresa pernambucana Quick, o Colab se propõe a organizar as informações que as pessoas publicam e a apresentá-las à prefeitura. São relatos, fotos e vídeos do que precisa de solução - principalmente, problemas urbanos, como lixo, trânsito, iluminação, segurança. Há ainda uma seção apenas para propostas e outra para avaliações de serviços.
Além do acesso normal por computadores, a plataforma tem aplicativo para smartphones com sistema Android ou iPhone. E as postagens podem ser apoiadas e compartilhadas, gerando repercussão, a fim de pressionar as autoridades.

A empresa que criou o Colab diz ter sistemas para que a postagem de um usuário seja encaminhada diretamente aos órgãos competentes. A meta é estabelecer um canal de comunicação fixo junto ao poder público, que então poderá atuar sobre os assuntos que circulam nos meios digitais. Não há, porém, como garantir que as denúncias e propostas vão gerar ações.
"A gente ainda não tem como garantir que vai ser levado em conta porque depende do poder público. O que a gente tem feito é encaminhar para o órgão responsável com o número de protocolo. A gente já começou a ter feedback de usuários dizendo que teve problema resolvido", disse. A empresa, no entanto, admite que não terá condições de encaminhar todas as denúncias e propostas recebidas.
O sócio-fundador do Colab, Gustavo Maia, ressalta que as pessoas já têm o hábito de fazer denúncias e pedir melhorias no Twitter, no Facebook, em blogs - faltava um canal para sistematizar a cobrança. "As pessoas já falam da cidade naturalmente. Falta o poder público ouvir. Essa é proposta do Colab. Nós levamos as informações organizadamente para as autoridades. Assim, a gestão não poderá dizer que desconhecia o problema", diz Gustavo Maia.
Com a proposta de atuação em várias cidades do Brasil, o Colab estreou primeiro no Recife, no dia 27 de março. Nas duas primeiras semanas, foram mais de 350 postagens na categoria fiscalizações, cerca de 170 propostas e 50 avaliações. Reclamações de usuários foram protocoladas e levadas às secretarias responsáveis na Prefeitura do Recife. Algumas delas foram atendidas.

Legitimidade.

A legitimidade da ferramenta depende também da independência do poder público e da não-vinculação política. Nesse sentido, o Colab garante que não vai aceitar recursos de prefeituras. A empresa buscará verba em propagandas na própria plataforma (é assim que o Facebook gera sua receita) e começará a fazer em breve rodadas de investimentos. "Ainda não contamos com os ads (anúncios) porque estamos no começo e é necessário ter muitos usuários. Mas existem algumas formas de monetizar através de empresas, com iniciativas que estamos estudando", afirma Gustavo Maia.
Ao mesmo tempo, a empresa diz que não tem pretensão política. "A gente vai estar sempre próximo de questões políticas, afinal de contas, a cidade está em questão. Mas não temos filiação nem vamos fazer parte de grupo algum". O que não quer dizer que os políticos não possam se interessar pelo trabalho. O Colab diz que já teve reuniões com políticos tanto de situação como de oposição no Recife. Candidato a prefeito da capital pernambucana nas eleições de 2012, Daniel Coelho é um dos que se cadastraram na rede.
A transparência na informação é justamente um ponto em que o Colab quer se distinguir dos serviços de informação oferecidos tradicionalmente por prefeituras, além da colaboração entre as pessoas, que podem apoiar fiscalizações e propostas de outros. Para aumentar a interação, a plataforma dispõe de um ranking de quem mais participa - medido pela quantidade de colabs (colaborações), uma pontuação virtual. Esse recurso, com o objetivo de estimular a atuação, é uma forma de "gamification", estratégia de envolvimento de usuário utilizada em redes sociais e no marketing.

OBS: NOVAS FERRAMENTA SURGEM NAS REDES SOCIAIS, PARA INTENSIFICAR O EXERCÍCIO DA CIDADANIA. NÃO PODEMOS FICAR À MERCÊ DOS PROFISSIONAIS DA POLÍTICA. DESSA FORMA ESTAREMOS PRODUZINDO A POLITIZAÇÃO DAS PESSOAS.

EM INDAIATUBA, UMA EMPRESA DO RIO DE JANEIRO CHAMADA "FIRJAN", OBTEVE UM PUNHADO DE INFORMAÇÕES NA PREFEITURA MUNICIPAL. ELA DEVERIA TER LEVANTADO OS DADOS DE FORMA ISENTA, PARA QUE A PESQUISA FOSSE REALISTA E CONFIÁVEL. SEGURAMENTE ELA DESCARTOU OS PONTOS COM MÁ AVALIAÇÃO DENTRO DA URBE E, ELENCANDO SÓ OS PONTOS BONS, CONSIDEROU NOSSA CIDADE A "Nº1 DO BRASIL". UMA PESQUISA DESSAS É FACCIOSA E ASSIM, NÃO CONFIÁVEL, FORJADA.


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