segunda-feira, 22 de abril de 2013

RETIRAR PETRÓLEO DO PRÉ-SAL, EXIGIRÁ ALTA TECNOLOGIA

Pré-sal


A entrada de estrangeiros para atuarem no setor teve um pico em 2011, quando começaram os diversos projetos da Petrobras para criar a infraestrutura para exploração do chamado pré-sal, porção do subsolo que se encontra sob uma camada salina situada alguns quilômetros abaixo do leito do mar.

A assessoria da Petrobras confirmou à BBC Brasil que prevê investimentos de US$ 53,4 bilhões no pré-sal para o período entre 2011 e 2015. Somente nas áreas de cessão onerosa (áreas que o governo concedeu à Petrobras – Lei 12.276/2010) serão investidos US$ 12,4 bilhões.

Foto Agência PetrobrasCom isso, a participação do pré-sal na produção brasileira de petróleo deve passar dos atuais 2% em 2011 (dado mais recente disponível) para 18% em 2015 e para 40,5% em 2020.

Navio em testes antes de seguir para bacias do pré-sal

Apesar de liderar a demanda por profissionais estrangeiros da área petrolífera, a Petrobras não contrata diretamente estes profissionais.De acordo com a legislação brasileira, que rege a estatal, não é permitida a participação de estrangeiros nos processos seletivos públicos da empresa. Somente brasileiros ou portugueses que tenham adquirido o direito de morar e viver no Brasil participam dos concursos.

A Petrobras terceiriza a contratação de profissionais estrangeiros. Estes trabalham para empresas brasileiras ou estrangeiras.

O engenheiro francês Guillaume Pringuay, que trabalha para a multinacional Technip, é um dos estrangeiros que está ajudando o Brasil a desenvolver a tecnologia para exploração petrolífera em bacias de grande profundidade, em parceria com a Petrobras.

Entre os anos de 2009 e 2012, ele trabalhou especificamente com projetos para familiarizar engenheiros brasileiros com a tecnologia para operações em águas profundas.

Foto Technip "Fizemos um trabalho muito grande de troca de experiências com os brasileiros. Os engenheiros no Brasil ganharam excelente experiência nos últimos anos, mas infelizmente eles ainda são poucos para a grande demanda da exploração em grande profundidade", disse Pringuay em entrevista à BBC Brasil.

Guillaume Pringuay, engenheiro francês no Brasil

Para ele, os desafios da prospecção de petróleo em profundidades acima de 2 mil metros ainda vai exigir que o Brasil continue trazendo profissionais estrangeiros nos próximos anos.

"Ainda haverá, por algum tempo, a necessidade do Brasil trazer engenheiros do exterior para suprir a demanda da exploração de águas profundas. Já habilitamos a tecnologia para prospecção em até 2.500 metros de profundidade no Brasil, mas ainda precisamos de mais gente trabalhando nisso", explicou o engenheiro francês.

Os especialistas em recursos humanos confirmam a tendência de mais contratações de estrangeiros na área petrolífera do Brasil.

"Na área naval, por exemplo, vemos muitos profissionais da Filipinas e até de países nórdicos (trabalhando no Brasil)", disse a BBC Brasil Agilson Valle, diretos da Talent Boutique, uma consultoria de RH especializada na busca de profissionais que queiram trabalhar na América Latina.

"Começamos a ver também muitos profissionais de outros países produtores na América Latina, como Colômbia, Venezuela e México", disse ela.

"Mas nesse setor os profissionais ficam por menos tempo no país ou em contratos de rotação."

Colaborou Camilla Costa, da BBC Brasil em Londres

OBS: FORMAR TÉCNICOS ALTAMENTE QUALIFICADOS, LEVA TEMPO E EXIGE RECURSOS. O GOVERNO BRASILEIRO PRECISA AVANÇAR MAIS NESSES SETORES.

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