domingo, 21 de abril de 2013

AS MARAVILHAS DA NATUREZA

Caverna multicolorida surpreende cientistas na Venezuela

Formação gigante de quartzito teria 25 quilômetros de galerias, cachoeiras e lagos, além de diversas espécies evoluindo em isolamento

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Divulgação/La Venta, Theraphosa
Primeiros trabalhos exploratórios na Imawarí Yeutá levaram 15 dias

"É como se há milhões de anos Deus tivesse usado massa de modelar colorida para construir esse lugar."
O venezuelano Freddy Vergara, um dedicado espeleólogo (estudioso de grutas e cavernas), não esconde seu entusiasmo ao descrever a maravilha cromática que seus olhos testemunharam pela primeira vez em março, quando ele participou dos trabalhos iniciais de exploração da caverna de Imawarí Yeutá, localizada na colina de Auyantepuy, no sudeste da Venezuela.
Esse não é um lugar qualquer: trata-se de uma caverna de quartzito (material com alto conteúdo de quartzo) encrustada em uma formação rochosa conhecida como "tepui" - uma enorme montanha em formato de "mesa", com um grande platô em seu topo em vez de um pico.

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Ela foi descoberta no dia 13 por uma equipe multidisciplinar formada por venezuelanos do grupo Theraphosa e italianos do La Venta e pode ser a maior de seu tipo no mundo - embora mais análises precisem ser feitas para que isso seja confirmado.
A expedição que localizou a impressionante caverna venezuelana foi organizada dois anos depois que uma fissura em uma grande estrutura rochosa foi avistada em Auyantepuy em 2011 pelo piloto de helicóptero Raul Árias.

Divulgação/La Venta, Theraphosa
Cientistas acreditam que ação de bactérias teria ajudado a formar caverna

"Fomos ao local para explorar o que havia e encontramos um monstro lá embaixo", disse Freddy Vergara, do grupo Theraphosa. "Você fica sem palavras só de olhar para a caverna."

Formação rochosa
Até algumas décadas atrás, a comunidade científica acreditava que o surgimento de cavernas em rochas de quartzito não era possível pelo fato de essas estruturas serem muito compactas e firmes, semelhantes a cristais - o que dificulta a erosão por fatores como água ou vento.
Em geral, a formação de cavernas é comum em estruturas de carbonato de cálcio, argila e conchas marinhas que no passado formavam o fundo de oceanos. Para se ter uma ideia, segundo Vergara, enquanto a erosão de cem metros de carbonato de cálcio leva cem anos, no mesmo período obtêm-se a erosão de apenas um metro de quartzo.
Por isso, acredita-se que a Imawarí Yeutá seja uma caverna de origem "bacteriológica".
"(Esse tipo de formação) é produzido pela ação de bactérias que vivem em condições extremas e de alguma forma conseguem enfraquecer o núcleo do quartzito e torná-lo arenoso, fazendo que fiquem mais sujeitos à erosão e formem essas estruturas maravilhosas, vivas", diz Vergara.
Dentro das câmaras, salões e galerias multicoloridas da caverna diversas formas de vida também evoluem em total isolamento.
Além de diferentes tipos de bactérias, também foi encontrada na Imawarí Yeutá uma espécie de pássaro de caverna que caminhava pelo chão - comportamento que nunca havia sido observado para indivíduos dessa espécie.

OBS: ESTÃO DE PARABÉNS OS VENEZUELANOS E OS ESPELEÓLOGOS DE TODO O MUNDO. ESSA DESCOBERTA ABRIRÁ NOVOS HORIZONTES AOS PESQUISADORES DE CAVERNAS.

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