sábado, 13 de abril de 2013

COM MELHOR ORGANIZAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA BRASIL GARANTE POSIÇÃO

IDH 2012 mantém Brasil em posição intermediária


Na semana passada o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou os resultados da pesquisa IDH 2012, em que o Brasil aparece na 85ª posição, no meio do ranking de 187 países. Ainda que fiquemos classificados no grupo de “elevado desenvolvimento humano”, o segundo melhor da escala, a posição intermediária não é boa. Tanto mais porque estamos abaixo de países bem menos expressivos no contexto mundial e abaixo dos nossos vizinhos mais importantes da América Latina. Mas isto não é novo e nem vai se modificar rapidamente, já que as variáveis estruturais que embasam o cálculo do IDH não mudam rapidamente. Argentina, Uruguai e Chile, por exemplo, têm há anos estruturas de educação e saúde melhores que as nossas e nossos avanços nestas áreas não são suficientes para ultrapassá-los. É verdade que os indicadores brasileiros têm melhorado, mas o IDH trabalha com medidas relativas, ou seja, nós temos que melhorar mais do que os outros para ganhar posições no ranking.
O Governo Federal reclamou da divulgação do IDH porque a pesquisa saiu com o selo de 2012, mas na verdade considerou dados que vão de 2005 a 2010, portanto anteriores à gestão de Dilma. A grande imprensa pareceu ignorar este detalhe e chegou a atribuir ao Governo Dilma o mau resultado. O Governo retrucou, dizendo que, se os dados mais recentes tivessem sido incorporados, o Brasil subiria várias posições, pois houve avanços importantes nos últimos dois anos. Não há como saber se efetivamente melhoraríamos a posição no ranking; teríamos que calcular os avanços de todos os demais países, para fazer a correta comparação.
Este é sempre um problema presente neste tipo de estudo, pois se exige a comparação de países desiguais, com serviços de estatística muito diferentes. A maioria dos países africanos, por exemplo, tem problemas graves com a coleta de informações e a única forma de fazer a comparação é trabalhar com os dados disponíveis, normalmente desatualizados. Logo, sempre haverá defasagem entre a base de dados e o momento atual, suscitando críticas e queixas dos governantes. Imagine-se a qualidade do debate que vai ocorrer no ano que vem, com resultados não muito diferentes dos atuais e o processo eleitoral esquentando. A oposição vai acusar o Governo de não conseguir avanços e o Governo vai reclamar da metodologia da pesquisa e mostrar informações alternativas às do IDH. Um diálogo de surdos.
O fato é que há um longo caminho pela frente e, na melhor das hipóteses, os ganhos não ocorrerão no curto prazo. Na educação, por exemplo, há muito por fazer. A média de anos de estudo no Brasil, segundo o estudo do PNUD, é de apenas 7,2, abaixo da escolaridade obrigatória no País, que é o ensino fundamental completo (9 anos). Uma das causas é a alta taxa de evasão no ensino fundamental (24,3%). A título de comparação, a taxa de abandono no Chile é 3%. Com uma taxa de evasão tão elevada parece sem sentido a informação de que já teríamos alcançado a universalização do ensino fundamental; é que virtualmente todos entram na escola, mas muitos ficam pelo caminho, não logrando concluir o ensino fundamental ou sequer a 4ª série. Esses dados revelam que, por variadas razões, a educação ainda não é compreendida como algo realmente importante por boa parte da população brasileira, como um valor para o crescimento do indivíduo e da sociedade.
E isto se dá com maior intensidade na base da pirâmide social, onde muitas vezes as crianças não têm o necessário apoio dos responsáveis no processo de aprendizado. E não o tem pela ausência da figura do responsável ou pela sua incapacidade técnica, isto é, sua baixa escolaridade. As pesquisas sobre educação identificam uma relação direta entre mau desempenho escolar das crianças e baixo nível educacional dos responsáveis, gerando um ciclo de baixo nível de educação, normalmente associado à baixa renda. Na falta deste apoio decisivo, toda esperança recai sobre a escola, inclusive quanto às regras de socialização que vão além da educação formal. Impossível dar conta de tamanha tarefa com a estrutura atual. Isto nos remete naturalmente para a necessidade de escolas de turno integral nas áreas em que se detecta este tipo de problema. É o mínimo que se pode fazer para educar crianças que não têm o apoio adequado da família. Do contrário, vamos continuar verificando a verdadeira tragédia que é a prestação de serviços no Brasil, justamente porque dependem de uma mão de obra pouco educada e mal treinada.
O verdadeiro avanço que estamos devendo vai além do que os indicadores sociais captam; é o avanço representado pela compreensão da sociedade brasileira do valor da educação em caráter amplo, que transcende a educação formal da escola, para dizer respeito às próprias regras de civilidade: conduta ética, tratamento cortês, respeito ao direito dos demais cidadãos e valorização da vida humana acima de tudo.
 
OBS: TRANSCRITO DO GOOGLE.

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