quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

LULA ROUBA A CENA E BRILHA EM PARIS

‘A crise pode fazer aparecer algo de novo’, diz Lula118 Por Gianni Carta, de Paris

NA FOTO, LULA E DILMA NO EVENTO.

“Não estou acostumado a ter medo. Durante toda minha vida vivi em crise. Sou de um terra que se até 5 anos e idade você não morreu de fome é um milagre” , diz Lula em visita com Dilma a Paris. ”Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Luiz Inácio Lula da Silva fez um de seus mais primorosos discursos hoje à noite, quarta-feira 12, na Fundação Jean-Jaurès, em Paris, onde, em parceria com o Instituto Lula, foi organizado o “Fórum pelo Progresso Social: o Crescimento como Saída da Crise”.

O presidente francês François Hollande e a presidenta Dilma Rousseff, esta em sua primeira visita de Estado à França, abriram o fórum na terça-feira 11, mas foi Lula quem fez o último discurso.

Humor não escasseou na fala do ex-presidente.

“É a primeira vez que pessoas secundárias fazem o discurso final”, disse Lula referindo-se ao discurso a anteceder o seu do ex-premier socialista Lionel Jospin.

“Isso, na França, é muito ruim, porque somos pessoas sem mandato.”

A plateia visivelmente apreciou o discurso sério de um exímio orador que soube engajar personalidades presentes (como Jospin) e mesclar sua própria experiência com a crise econômica global.

“Não estou acostumado a ter medo. Durante toda minha vida vivi em crise. Sou de uma terra que se até 5 anos e idade você não morreu de fome é um milagre”, ofereceu Lula.

Os risos começaram com as primeiras palavras do ex-presidente. “Não falo francês, inglês e nem português.” Disse, então, que falaria devagar para as tradutoras entenderem o que ele diria.

Lula caçoou, ainda, de sua falta de opção na vida. Um jornalista, por exemplo, pode escolher sua profissão. Um metalúrgico não escolhe nada: ele vira metalúrgico para sobreviver.

No entanto, ao longo de mais de uma hora de discurso, ficou claro que o metalúrgico pode ser muito mais sábio do que jornalistas não somente na oratória, mas também na maneira de tratar quem o cerca.

Em 2002, quando subia a rampa do Palácio do Planalto, após ser eleito no primeiro mandato, Lula era criticado pelos “sociólogos” (especialmente por um específico), e pelos “economistas”. “Eles sabem tudo”, argumentou Lula, não sem sua costumeira ironia. Todos, na sua galgada ao Palácio do Planalto, “puxavam minha manga”.

“Não vai”, repetiam.

“Eles me diziam que o Brasil estava quebrado”, contou Lula para o deleite da plateia parisiense. “Mas eu queria fazer algo de diferente. A primeira coisa era que nos respeitássemos. Não somos uma republiqueta.”

Naquela época, contou o ex-presidente, os líderes latino-americanos ficavam presos em seus grotescos paradigmas. Quem, por exemplo, era o melhor amigo de Bill Cintion?

Segundo Lula, o Brasil dava as costas para a América Latina, e, de forma ignorante, para a África, por acreditar que o Oceano Atlântico é uma fronteira.

Em um momento, Lula declarou: “É muito fácil cuidar dos pobres, e muito mais difícil cuidar dos ricos”.

Antes, disse Lula: “O Brasil era um país capitalista sem capital”. O programa de inclusão social Bolsa Família, está claro, fez ingressar milhões de brasileiros na classe média.

Lula fez mais pelos pobres. Investigou, por exemplo, por que eles não tinha acesso ao crédito. “Porque o pobre não oferecia garantias”, descobri. Mas o ex-presidente acabou por acertar que o crédito do trabalhador é seu salário. E, assim, 40 bilhões de dólares foram colocados nas mãos dos pobres.

Por este e outros programas, muitos empresários não votaram em Lula nos seus dois mandatos, argumentou o próprio. “Eles têm medo de mim.” E emendou: “Mas hoje sabem que nunca ganharam tanto dinheiro – e nunca empregaram tanta gente”.

O ex-presidente disse que a crise pode abrir uma oportunidade para os governantes assumirem responsabilidades e tomarem decisões importantes. “Essa crise está nos chamando para as grandes decisões políticas que desaprendemos a tomar depois de um longo tempo de bem-estar social.”

Lula chegou até a questionar o dólar como moeda padrão internacional aqui em Paris. Para ele, é um absurdo um brasileiro ter de comprar um colar boliviano em dólares.

O ex-presidente arrancou aplausos quando disse que se a ONU pôde criar Israel em 1948, mas não faz o mesmo para um verdadeiro Estado da Palestina.

Por fim, ele criticou os banqueiros. “Vocês já viram banqueiros presos nas manchetes de jornais? Não?”

É simples: eles financiam a mídia.

OBS: QUANDO LULA AFIRMOU QUE O BRASIL ERA UM PAÍS SEM CAPITAL (AINDA COMO PRESIDENTE), TOMOU AS PROVIDÊNCIAS TÉCNICAS E A PARTIR DAÍ, O BRASIL COMEÇOU A POUPAR DOLARES COM OS SUPERAVITS DE NOSSA BALANÇA COMERCIAL. AGORA EM PARIS, DILMA AFIRMOU QUE O BRASIL TEM 378 BILHÕES DE RESERVAS EM DOLARES !!! NUNCA ESTIVEMOS EM SITUAÇÃO TÃO FAVORÁVEL.
NO MOMENTO, CONSIDERANDO NOSSA POSIÇÃO COMO "RISCO PAÍS", ESTAMOS EM  FINAL DE 2012, EM PLENA CRISE MUNDIAL, COM 150 PONTOS !!! CONVÉM LEMBRAR QUE, QUANDO LULA ACABARA DE SER ELEITO PRESIDENTE, EM FINAL DE 2002 E SE PREPARAVA PARA ASSUMIR O GOVERNO, NOSSO RISCO PAÍS ESTAVA ACIMA DOS 2000 PONTOS, SOB O COMANDO DE FHC, "O SÁBIO". 






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