sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

COMPRAR AVIÕES MODERNOS COM SUA TECNOLOGIA É BEM DIFERENTE DO QUE FEZ JUSCELINO EM SEU GOVERNO, QUE COMPROU UMA SUCATA DA INGLATERRA (PORTA AVIÕES MINAS GERAIS), POR 82 MILHÕES DE CRUZEIROS, QUE DEPOIS CAUSOU UMA RIDÍCULA ENCRENCA ENTRE A NOSSA MARINHA E NOSSA AERONAUTICA. EM 2001, ESSE MONSTRENGO "MINAS GERAIS" FOI VENDIDO COMO SUCATA À UMA EMPRESA CHINESA POR 2 MILHÕES DE DOLARES.

'Propriedade intelectual sobre aeronave foi determinante', diz comandante.

Juniti Saito comemora decisão do governo federal pela compra de caça sueco Gripen NG

20 de dezembro de 2013 | 2h 03
Tânia Monteiro - O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, comemorou com o Alto Comando da Força Aérea a decisão da presidente Dilma Rousseff, anunciada anteontem, de comprar o caça sueco Gripen NG, depois de o processo se arrastar por quase duas décadas.
 
Comandante Juniti Saito mostra uma miniatura do caça Gripen NG - Dida Sampaio/Estadão
Dida Sampaio/Estadão
Comandante Juniti Saito mostra uma miniatura do caça Gripen NG

O senhor nunca perdeu a esperança, mesmo depois de tanto tempo e adiamentos?
As pessoas me questionavam muito. Eu era o único que não podia perder a esperança. Mas à medida que o tempo ia passando, a gente ficava sem saber o que dizer, embora a presidenta Dilma, desde o ano passado, tivesse avisado que este ano tomaria uma decisão. A expectativa era muito grande e agora estamos muito felizes. Será a primeira vez, depois de 40 anos, que vamos comprar um avião novo.

O Brasil vai ficar vulnerável neste período em que não disporá de caças em operação?
Não. O Brasil não vai ficar vulnerável de jeito nenhum. Vamos ter a Copa do Mundo de futebol e este e todos os eventos serão cobertos e protegidos, a contento, tanto com o F-5 quanto pelos Super Tucanos, além dos aviões radares. É claro que o F-5 não é o avião ideal. Mas nós vamos fazer a defesa aérea do País com ele. É o avião que temos.

A Dassault critica a decisão dizendo que o avião dela é melhor. E há críticas de vários setores por ser o Gripen monomotor e os demais, bimotores.
Todo mundo diz que o seu é melhor. E ser monomotor tem vantagens e desvantagens. Dois motores são mais fáceis de serem detectados pelos radares. O F-16, americano, um dos melhores aviões do mundo, foi muito testado, vendeu mais de quatro mil unidades, e é monomotor.

O preço foi determinante?
O preço não foi determinante. Foi importante. Assim como a transferência de tecnologia foi importantíssima também. Uma coisa é você transferir tecnologia de um equipamento pronto, quando você recebe explicações sobre o que foi feito. Outra coisa é você desenvolver o avião e ter a propriedade intelectual sobre ele.

O Brasil poderá vender o avião para outros países? Na proposta ficou estabelecido que em todo o mercado da América do Sul, África e países nos quais o Brasil tenha penetração comercial as vendas serão nossas.

Há críticas de que o Gripen não tem capacidade para fazer a cobertura do País, porque ele foi projetado para voar em países pequenos, como a Suécia, e não tem autonomia para voar em país continental como o Brasil.
Isso é coisa de pessoa que não entende. O raio de ação do Gripen é igual ao dos outros dois. Ele vai cumprir a missão e vai voltar. E todos os aviões podem ser abastecidos em voo. A FAB tem um grande poder de mobilização e todos os nossos aviões têm múltiplo emprego.

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UM FURACÃO NA PRESIDÊNCIA (1955-1961)

A compra do porta-aviões

Porta-aviões Minas Gerais No final de seu primeiro ano de mandato, ainda sob forte oposição de setores das Forças Armadas, Juscelino achou prudente atender a uma reivindicação da Marinha e da Aeronáutica – e autorizou a compra do porta-aviões inglês Vengeance, que no Brasil foi rebatizado Minas Gerais.
Custou 82 milhões de cruzeiros. "Se o preço da submissão da Marinha à Constituição é o porta-aviões", ponderou JK, "acho que vale a pena".
Logo se deu conta de que as coisas não correriam exatamente conforme planejara. Para começar, o compositor e cantor Juca Chaves glosou o acontecimento nos versos de uma marchinha:
    "Brasil já vai à guerra
    comprou porta-aviões
    Um viva pra Inglaterra
    de 82 milhões
    – ah, mas que ladrões!"
E foi o de menos, a irreverência do menestrel. Longe de aplacar os ânimos dos militares, o Minas Gerais veio abrir uma crise entre a Aeronáutica e a Marinha, que disputavam o direito de controlar os aviões embarcados. A pendenga se arrastaria até 1964, quando o governo Castelo Branco deu ganho de causa à Aeronáutica.

 

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