segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

UM COMPETENTE POLÍTICO, PEDRO SIMON FALA DE NOSSA SITUAÇÃO ATUAL.

'PT quer demais, e PMDB quer de menos' .

Senador gaúcho elogia 'mocidade' que tomou as ruas e diz que ainda não decidiu se buscará novo mandato em 2014

23 de dezembro de 2013 | 2h 05


 


ELDER OGLIARI , PORTO ALEGRE - O Estado de S.Paulo

O senador gaúcho Pedro Simon (PMDB), cujo mandato termina em 2014, está indeciso sobre uma nova candidatura. Em entrevista ao Estado, ele disse que está desanimado com a letargia do Congresso, do rumo da corrupção e a falta do PMDB. Também observou que os poucos avanços que viu em quase 60 anos de vida pública resultaram da pressão popular. "Eu só confio na mocidade na rua", disse. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Tribunal Federal pode proibir as doações de empresas para campanhas eleitorais. Não acha que o Congresso é que deveriO Supremo a tratar disso, no bojo da reforma política?
O Congresso nunca teve preocupação com a reforma política. Só se mexeu quando o Supremo estabeleceu, em 2007, de acordo com a Constituição, que quem muda de partido perde o mandato porque o mandato é do partido, não do cidadão. Aí o Congresso gritou. Agora está acontecendo a mesma coisa. O Congresso deixou um vazio em relação à contribuição de pessoas jurídicas. Diante disso, acho o Supremo está agindo corretamente.

Não seria essa a hora adequada para se fazer a reforma?
Já passou da hora. Mas o que se vê no Congresso é a busca de uma formula, uma nova lei para que as empresas possam dar auxilio nas eleições.

Como vê essa questão?
Democracia não é um cidadão se apresentar como candidato e várias pessoas jurídicas - como as financeiras e as empreiteiras - decidirem. Pessoas jurídicas não podem decidir eleições, como acontece no Brasil.

Acha que seu partido, o PMDB, que hoje tem um papel secundário na cena política, pode voltar a ser protagonista?
Pode. Mas tem que querer. Nós, do PMDB do Rio Grande do Sul, defendemos candidatura própria para Presidência da República há muito tempo. Mas a resposta do comando do partido tem sido que 'não temos alguém com viabilidade eleitoral'. No entanto, se você olha para o outro lado e fala com o Lula, vê que ele e o PT têm um plano de governo até o ano 3200, se depender deles (risos). Então de um lado o cara quer demais e do outro o cara quer de menos.

Como viu as manifestações de rua no mês de junho?
O Mensalão só saiu por causa dos jovens na rua. A Ficha Limpa também. Esse é um fato novo, essa gurizada e suas redes de debates, querendo debater, discutir, dialogar. Mas há uma coisa dolorosa, que são esses mascarados que quebraram vidraças do Ministério das Relações Exteriores, espatifaram portas da Prefeitura do Rio, enquanto a polícia só olhava. Então a grande verdade é essa: eu só confio na mocidade na rua, mas tem que cuidar desses exageros, dessa gente de má fé que está querendo perturbar.

O senhor se entusiamou?
Com os jovens na rua e fazendo o que fizeram? Sim. Lembrei do impeachment (do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992). que foi democrático, com amplo direito de defesa e o presidente caindo que nem caiu, com a mocidade na rua.

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