segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

CONTINUA CONFUSA A SITUAÇÃO NA UCRÂNIA. CERTAMENTE TEM O DEDO DE PUTIN NESSA POLÍTICA DE SE AFASTAR DA UNIÃO EUROPÉIA E SE APROXIMAR MAIS DE MOSCOU. MAS NOS TEMPOS ATUAIS, OS DÉSPOTAS ESTÃO COM SEUS DIAS CONTADOS. APÓS DÉCADAS DE DOMINAÇÃO, OS UCRANIANOS JÁ CONHECEM AS TÁTICAS DOS RUSSOS.

Manifestantes tentam invadir palácio presidencial da Ucrânia com escavadeira.

Em mais um dia de protestos, multidão entra em confronto com a polícia e volta a exigir a adesão do país à União Europeia, rechaçada pelo presidente

Por Reuters |

KIEV - Centenas de milhares de ucranianos gritando "Abaixo  a Gangue" se reuniram neste domingo (1) para protestar contra a mudança radical do presidente Viktor Yanukovich em relação à União Europeia. Alguns usaram uma máquina escavadora para tentar passar pelas barreiras policiais.
A manifestação, de longe a maior já vista na capital ucraniana desde a Revolução Laranja, há nove anos, aconteceu um dia depois de uma incursão policial contra os manifestantes que os inflamou ainda mais depois da mudança na política de Yanukovich.
AP Photo/Efrem Lukatsky
Manifestantes usam uma retroescavadeira para tentar vencer barreira policial que protegia o palácio presidencial, em Kiev

No mês passado, Yanukovich (após meses de pressão da Rússia) mudou de ideia em relação a assinar um acordo histórico para estreitar as relações com a União Europeia, preferindo estreitar seus laços com Moscou.
Para tentar acalmar as tensões antes da manifestação de domingo, Yanukovich emitiu uma declaração afirmando que faria tudo que estiver ao seu alcance para acelerar os movimentos da Ucrânia em direção à UE.
Em um mar de azul e dourado, as cores tanto da bandeira da UE quanto da Ucrânia, os manifestantes invadiram a Praça da Independência de Kiev para ouvir Vitaly Klitschko, o pugilista peso-pesado que se tornou um político da oposição, pedir que Yanukovich renuncie.
"Eles roubaram o sonho. Se esse governo não quer cumprir a vontade do povo, então não haverá esse governo, não haverá esse presidente. Haverá um novo governo e um novo presidente", disse ele em meio a aplausos.
O nacionalista de extrema-direita Oleh Tyahniboh, outro líder de oposição, convocou uma greve geral. "A partir de hoje, estamos começando uma greve", declarou.
"Quero que meus filhos vivam em um país onde não batam nos jovens", disse o manifestante Andrey, de 33 anos, gerente de uma grande empresa que não quis dar seu sobrenome com medo de represálias.
"Estou feliz de termos acordado depois de um cochilo de 10 anos", disse ele, referindo-se à Revolução Laranja de 2004/2005 coliderada pela ex-primeira-ministra, agora presa por denúncias de corrupção, Yulia Tymoshenko, que frustrou a primeira candidatura de Yanukovich para a presidência.
Enquanto grande parte da manifestação foi pacífica, a cerca de um quilômetro de distância uma multidão de jovens radicais, pilotava uma escavadeira tentado atravessar as barreiras policiais que protegiam o quartel-general de Yanukovich.
Sua aproximação estava bloqueada por uma barreira de ônibus, requisitados pelo Ministério do Interior.
A polícia usou gás lacrimogêneo para afastar a multidão. Mas eles não se retiraram totalmente da área e a situação permaneceu tensa, com manifestantes entrando em confronto com os soldados do Ministério de Interior.
O ministro do Interior alertou que a polícia reagiria a qualquer desordem e disse que a Ucrânia não tem lugar entre a lista de países como a Líbia ou a Tunísia, onde levantes populares árabes derrubaram lideranças autocratas da velha guarda.
"Se houver qualquer chamada para a desordem, nós reagiremos", disse o ministro, Vitaly Zakharchenko, segundo a agência de notícias Interfax.

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