quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A SOLIDÃO POR OPÇÃO EXIGE COMPETÊNCIA


 

 
 
Essa frase título é não minha. Foi cunhada por uma das figuras mais interessantes da história recente do Brasil. Quem não conhece, ou ouviu falar de um cidadão que resolveu em determinado momento de sua vida, ainda jovem atravessar o Oceano Atlântico num barco a remo? E estava sozinho na travessia! Obteve um pequeno patrocínio, preparou-se para que essa “aventura” tivesse êxito. Quando iniciou sua viagem histórica, a Imprensa divulgou, os pesquisadores ficaram preocupados e atentos aos movimentos daquele que hoje é um dos maiores velejadores brasileiros conhecidos no mundo. Seu nome hoje é lenda no País. Chama-se Amyr Klink. Nasceu em 1955. Filho de Pai libanês e Mãe sueca, natural de São Paulo, desde cedo teve muito contacto com o mar. Casado com Marina Bandeira Klink, pai de treis filhas, frequentando Parati, cidade histórica no litoral do Rio de Janeiro desde os 2 anos de idade. Foi esse lugar que o inspirou a viajar pelo mundo. No terreno dos esportes foi remador do Clube Espéria de São Paulo de 1974 a 1980. Desenvolveu suas aptidões para as actividades náuticas lendo em profundidade a Literatura Francesa. Em 1978 fez uma travessia de Santos a Parati sozinho. Distância de mais ou menos 500 km em uma canoa (pequeno barco cavado num tronco de madeira). Em 1980 realizou uma travessia de Parati a Santos e Salvador na Bahia a Santos em catamarã com vela, (barco com dois cascos). Na segunda viagem demorou 22 dias. Em 1982 viajou em barco a vela de Salvador a Fernando de Noronha e Guiana Francesa, já então a pesquisar formas de vencer ou aproveitar as correntes marítimas pois sua intenção era fazer uma grande travessia a seguir, atravessando o Oceano Atlântico no Sul, a remo, fato que ninguém fizera até então e iria sozinho. Andara de moto até a Patagónia na Argentina e já havia percorrido todo o território do Chile aos 19 anos, onde escalara montanhas. Já fizera incursões em barco a motor, ao rio Amazonas e seus grandes afluentes Rios Negro e Madeira. Adquiria assim conhecimentos para seu grande projecto. Em 1984 obteve um patrocínio e se fez ao mar na Namíbia, África para o Brasil. Tornou-se famoso a partir de então. Essa viagem foi transformada em livro “ Cem Dias Entre o Céu e o Mar”, obtendo sucesso literário. Em 1986 fez viagem à Antártica e Cabo Horn na África do Sul. Seu novo objectivo era fazer uma viagem à Antártica (Pólo Sul) e de lá ir ao Árctico (Pólo Norte). O Projeto chamava-se Invernagem Antárctica. Numa viagem que fez no Barco Polar Paratii 2, barco esse construído com a tecnologia moderna, todo em alumínio aeronáutico na parte interna e alumínio naval na parte externa com soldas e  nas soldas leva magnésio na composição, para evitar corrosão e assim dispensa pintura. Os mastros foram fabricados em fibra de carbono, na Espanha e pesam 4 toneladas cada um. Esse barco tem 30 metros de comprimento e 8.50 m de largura (boca). Seu peso varia de 75 toneladas a 110 toneladas quando cheio.
Essa fantástica viagem demorou 642 dias, percorreu 27 mil milhas e também foi transformada em 2 livros: “Paratii 2 entre dois Pólos” e “ As janelas do Paratii”. Em 1998 iniciou o Projecto “ Antártica 360”, uma volta ao mundo pelo trajecto mais difícil de ser realizado: a circunnavegação do Continente gelado e durante 79 dias navegou, sozinho os mares mais perigosos, entre icebergs. O relato dessa vagem está no livro “Mar Sem fim”.
Todas essas viagens despertaram o interesse dos Dirigentes Empresárias do Brasil e suas Federações que o convidam para fazer palestras muito concorridas, aos seus executivos.
Sua agenda está organizada de forma a que ele faça 80 palestras por ano e essas palestras são muito bem remuneradas, pois são riquíssimas em conteúdo. Perigos constantes mas administrados tecnicamente. O que os Empresários procuram saber é como reage um ser humano quando está em situações limite. Segundo Amyr, quando se está numa situação difícil, é arregaçar as mangas, dar mais do que receber e sair dali, do “local problemático”. Nesse campo Amyr é Doutor. No campo académico ele é formado em Economia pela Universidade de São Paulo e Pós Graduação em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie. O título desse artigo reproduz a máxima do planeamento: disciplina pessoal, perseverança, tenacidade. Tendo um Projeto elaborado para o longo prazo, Amyr se fez Navegador, Escritor, Empresário, Palestrante e ainda se põe a serviço dos pesquisadores brasileiros e dá a eles sua munição em alto saber e dessa forma está auxiliando no crescimento de seu País. Numa de suas viagens ao Pólo Sul, levou uma equipa completa de pesquisadores para que vivenciassem as suas peripécias, pois quando viajou sozinho, não pode registar os factos com filmes e fotografias e em equipe, esse ponto ficou muito mais fácil. Pode-se conhecer mais desse navegador, consultando o seu site que é: www.amyrklink.com.br
Em suas viagens procura obter informações para dar munição aos empresários e mesmo ao Governo Brasileiro. Por exemplo: a cidade de Palma de Maiorca na Espanha, fatura uns 4 bilhões de dólares por ano na guarda de embarcações, com marinas e tem excelentes atracadouros. O litoral brasileiro tem óptimos locais onde se poderão desenvolver grandes projetos. A atividade náutica é hoje uma das maiores multiplicadoras do negócio de turismo no mundo e o Brasil não poderia perder essas oportunidades. São números muito altos para o País desperdiçar.
 
Na foto abaixo, o lendário navegador brasileiro Amyr Klink em sua primeira viagem transoceânica da Namíbia ao Brasil em 1984. Tinha na altura 29 anos de idade.
 

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