sábado, 26 de janeiro de 2013

TRABALHADOR DE VIGILÂNCIA É ATROPELADO E MORTO POR UM BEBADO

2013 09h50- Atualizado em 26/01/2013 09h51

Vigilante atropelado e arrastado por carro é enterrado em Campinas

Morte cerebral de José Carlos Dias foi confirmada na quinta-feira (24).
Polícia diz que suspeito de crime pode ser indiciado por homicídio doloso.

Do G1 Campinas e Região

O vigilante José Carlos Dias, arrastado por carro de engenheiro, com a esposa (Foto: Arquivo Pessoal)
 
O vigilante José Carlos Dias, arrastado por carro de
engenheiro, com a esposa (Foto: Arquivo Pessoal)

O vigilante José Carlos Dias, morto após ser atropelado e arrastado por um carro no distrito de Sousas, em Campinas (SP), no dia 19 de janeiro, foi enterrado às 8h30 deste sábado (26) no Cemitério Parque Nossa Senhora da Conceição. Ele estava internado no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desde o dia do acidente e a morte cerebral foi confirmada na quinta-feira (24).

De acordo com a Polícia Civil, o economista Fábio de Moraes Bernal, de 23 anos, suspeito de atropelar o vigilante, deve ser indiciado por homicídio doloso, quando se tem a intenção de matar, segundo o inquérito concluído pelo delegado Tadeu Almeida, do 12º Distrito Policial. O policial afirmou que, para a polícia, o crime é caracterizado como doloso por causa da imprudência do motorista. Segundo consta no boletim de ocorrência, o condutor tinha sinais de embriaguez na hora do acidente e trafegava pela contramão na Avenida Carlos de Couto.
“Agora o caso está com a Promotoria, que pode discordar, mas segundo a investigação, ele deve ser sim indiciado por homicídio doloso. A irresponsabilidade dele faz com que o crime seja caracterizado”, disse. Para o delegado, os promotores também vão entender o caso como doloso, por todas as declarações das testemunhas e pelas evidências de que o motorista foi imprudente.
 
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O advogado da família da vítima, Paulo Ciccone, afirmou que, nesse caso, o homicídio doloso se caracteriza por causa do dolo eventual, que é quando, apesar de não ter a intenção clara de matar, a atitude imprudente caracteriza a culpa. “Ele estava com sinais de embriaguez, segundo as testemunhas e, além disso, estava na contramão, ele dever ser indiciado por dolo sim”, explica.
O G1 não conseguiu contato com o suspeito de atropelamento e nem com o advogado até a publicação da reportagem para comentar o caso.

Apelo da família
“A minha família já foi destruída, agora eu não quero que outras sejam também, por isso que eu peço para que as pessoas nos apóiem”. É esse o sentimento da assistente administrativa Durvalina Dias, viúva de José Carlos. Ela afirmou ao G1 na manhã de sexta-feira (25) que uma possível condenação de Fábio Bernal não vai aliviar a perda do marido, mas vai servir para fazer justiça e para que isso não aconteça com outras famílias.

Durvalina pede o apoio da população e disse também que acompanhará o caso, juntamente com o advogado, para que a punição seja mais severa. “Eu quero o apoio de todos, minha vida está um caos, eu vou precisar de muito tempo pra me recuperar, mas eu quero que esse caso sirva de exemplo. Se for preciso vou até fazer um protesto”, conta.

O irmão de Durvalina, Levi Pereira da Silva, afirmou que a rotina da casa de sua irmã será alterada, já que a filha de José Carlos, Rafaela Dias, de 15 anos, vai precisar dos cuidados da mãe. “Minha irmã vai ter que parar de trabalhar no período da tarde para cuidar da minha sobrinha. Quem fazia isso era o José Carlos. Esse rapaz não sabe o mal que ele cometeu para gente. Nossa vida nunca mais será a mesma”, descreve. A família afirmou também que já está preparando um protesto contra a impunidade, mas não divulgou ainda data, nem local.

Doação de órgãos

Após a confirmação da morte cerebral de José Carlos Dias, na manhã de quinta-feira (24), a família autorizou que o HC da Unicamp fizesse a doação dos órgãos. O cunhado da vítima afirmou que foram doados dois rins, a medula e córnea. A família não quis saber quais foram os destinatários dos órgãos e a assessoria de imprensa do HC afirmou que o hospital não divulga essas informações.

O caso

O vigilante José Carlos Dias, de 47 anos, foi atropelado na noite do dia 19 de janeiro na Avenida Carlos de Couto, no distrito de Sousas. Ele pilotava uma moto, que foi atingida por um veículo conduzido por um economista de 23 anos, e foi arrastado por dez metros. Segundo a Polícia Militar, o motorista estava aparentemente embriagado, mas se recusou a fazer o teste do bafômetro. A informação foi registrada no boletim de ocorrência e o engenheiro foi liberado após pagar fiança de R$ 8 mil.
Após receber os primeiros socorros no local do acidente, a vítima foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital de Clínicas da Unicamp.

OBS: ONDE JÁ SE VIU; CIDADÃO, ESTUDA, SE FORMA EM ECONOMIA, NÃO RESPEITA AS NORMAS DE TRÂNSITO, ATROPELA E MATA CIDADÃO TRABALHADOR. SEGUNDO TESTEMUNHA, ELE ESTAVA NA CONTRA-MÃO. COMO FUNCIONA A "LEI DO BAFO"? ESSE CASO DEVERIA SER TOMADO COMO EXEMPLO E O CARA METIDO NA CADEIA. A FAMÍLIA DA VÍTIMA MERECE RESPEITO E UMA INDENIZAÇÃO. AÍ, CABE UMA BOA PERGUNTA: QUANTO VALE A VIDA HUMANA DE UM CHEFE DE FAMÍLIA? E O CARA, SOLTO SOB FIANÇA DE R$ 8.000,00, VAI CONTINUAR BEBENDO E MATANDO. ESTÁ CERTO ISSO?

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