sábado, 27 de agosto de 2011

BRILHANTE EDUCADOR E PARLAMENTAR, CRISTÓVAN BUARQUE DEU SEU RECADO EM NOVA YORQUE

O Educador, o Humanismo e o Meio Ambiente


Nesse começo de 3º milénio está muito em evidência a questão da Amazónia. Técnicos de muitos Países se arvoram a emitir opiniões e a levantar dúvidas quanto a capacidade de o Governo Brasileiro conseguir reverter a derrubada dessa imensa e magnífica flora, que abriga em seu seio, enorme complexidade em termos de fauna.

No entanto o Poder Político brasileiro, na pessoa do Presidente Lula, já defendeu a causa de uma Amazónia a ser habitada e “explorada” por seus habitantes, hoje em volta de 25 milhões de pessoas e grande parte delas, conhecem a fundo essa riqueza da humanidade.

Como Senador, Cristóvam Buarque participou de um Congresso em Nova York no ano de 2000. Denominado “State of World Fórum”. Participante do evento, teve espaço para fazer uso da palavra, e que palavra!!! Durante sua explanação, em uma Universidade dos Estados Unidos, foi questionado por diversos estudantes presentes, sobre muitos assuntos relevantes e dentre esses assuntos, um jovem perguntou o que o Senador o que pensava da internacionalização da Amazónia.

Esse jovem estudante americano introduziu sua pergunta dizendo esperar uma resposta de um Humanista e não de um brasileiro. Esta foi a resposta do Sr. Cristóvam Buarque:

“De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazónia. Por mais que os nossos Governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso. Como Humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade.

Se a Amazónia sob a ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção do petróleo, e subir ou não o seu preço. Da mesma forma o capital financeiro dos Países ricos deveria ser internacionalizado.

Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono ou de um País. Queimar a Amazónia é tão grave quanto ao desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar Países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo.

O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar esse Património Cultural, como o Património Natural Amazónico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um País.

Não faz muito tempo um milionário japonês decidiu enterrar com ele, um quadro de um Grande Mestre. Antes disso, esse quadro deveria ser internacionalizado. Durante este encontro as Nações Unidas estão realizando o “Fórum do Milénio”, mas alguns Presidentes de Países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos Estados Unidos. Por isso eu acho que Nova York como sede das Nações Unidas deve ser internacionalizada.

Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os Estados Unidos querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos dos brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos Estados Unidos.

Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Defendo a ideia de internacionalizar as florestas do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de comer e de ir à escola.

Internacionalizemos as crianças, tratando-as todas elas, não importando o País onde nasceram, como Património que merece cuidados do mundo inteiro.
Como Humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia seja nossa. Só nossa”.

Senador Cristóvam Buarque, protagonista dessa entrevista.

OBS: BELÍSSIMO DEPOIMENTO DO BRILHANTE SENADOR, QUE JÁ FOI FILIADO AO PT. MAS ELE CONTINUA EM BRASÍLIA, NO SENADO BATALHANDO POR UM MUNDO MELHOR, POR UM ENSINO MELHOR.

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