sábado, 27 de agosto de 2011

TRANSCRITO DO "TERRA". MOMENTO É DE CAUTELA

Brasileiro coloca "pé no freio" em compras a prazo
27 de agosto de 2011

DIEGO VIEIRA
Direto de São Paulo

O recente movimento de desaceleração de compras a prazo é saudável para o Brasil e faz com que o crédito entre em conformidade com a realidade do País, apontam especialistas. Embora os números mostrem que o ímpeto do consumidor brasileiro pelo crédito tenha diminuído, o fenômeno fará apenas com que o ritmo de crescimento seja menor que o previsto, já que a expansão acontecerá.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) acredita que o número total de operações de crédito para pessoas físicas cresça 15,4% neste ano. O número é menor que estimativas do começo do ano, que apontavam alta de cerca de 16%. Em 2010, o total de aquisições de verbas subiu 18,8%.

"O crédito vem caindo gradualmente, se você olhar as estatísticas de crédito do consumidor. Nós temos um aperto na atividade econômica", disse Carlos Henrique Almeida, economista da Serasa, citando as medidas do governo para restringir a tomada de crédito e, assim, o aumento da inflação.

"O consumidor está colocando o pé no freio. Ele está usando o (crédito) rotativo do cartão e percebendo quanto paga de juros", disse Almeida.
O movimento de desaceleração também é sentido pelo comércio, mas, segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), não assusta.

"A expectativas de alta nas vendas pra esse ano era alguma coisa entre 6% e 7%. Até agosto, o (crescimento) acumulado de bens duráveis estava em 6,12% e de não duráveis em 6,4%. Com o movimento de desaceleração, devemos fechar em algo entre 5% e 6%", disse Emílio Alfieri, economista da ACSP.

Segundo Alfieri, o comércio e o crédito estão escorados na confiança do brasileiro, que tem atingido níveis recordes no ano (segundo a última leitura realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 124,4 pontos, maior patamar da série histórica). "Os índices futuros puxam muito nosso indicador e isso é bom. Pois quando não tem confiança no futuro, eles param de comprar a prazo", afirmou.

A perspectiva de crédito ao consumidor cresceu 0,1% em junho, na comparação com maio, para 100,2 pontos, segundo o último dado disponível da Serasa Experian. O indicador prevê as variações do crédito nos próximos seis meses, por isso, mostra que o o atual processo de desaceleração se encerrará ainda este ano.

Turbulência

A tendência de vigor da economia, do crédito e do comércio para o final do ano pode ser revertida, segundo Alfieri, por um fato novo negativo no cenário externo. Para o economista, a situação de países importantes, os europeus e os EUA, está sensível e, qualquer novidade negativa pode gerar uma nova crise, que afetaria o Brasil.

Ele disse, contudo, que o País está mais preparado para enfrentar um momento negativo hoje do que em 2008, quando a economia entrou em colapso. Alfieri também acredita que as catástrofes previsíveis (como crise de dívida em países europeus) não devem acontecer, pois os mecanismos de proteção devem resguardar o sistema.

OBS: O ENDIVIDAMENTO NESSE MOMENTO É PERIGOSO. OS BRASILEIROS JÁ ESTÃO MAIS ATENTOS ÁS SACUDIDAS DA ECONOMIA INTERNACIONAL. ISSO É MUITO BOM.

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