quarta-feira, 31 de agosto de 2011

INSTABILIDADE INTERNACIONAL FAZ COM QUE GOVERNO DILMA TOME DECISÕES CAUTELOSAS

Desaceleração preocupa e BC reduz taxa Selic para 12% ao ano

Com cinco votos a favor e dois contra, autoridade monetária corta juros, sem viés para a próxima reunião

Ilton Caldeira, iG São Paulo
31/08/2011

Com cinco votos a favor e dois contra, autoridade monetária corta juros, sem viés para a próxima reuniãoO Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira um corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, pondo fim ao ciclo de alta iniciado em janeiro. Com isso, a taxa Selic passou para 12% ao ano.

Nos últimos dias a presidenta Dilma Rousseff e o ministro Guido Mantega haviam ampliado a pressão para que o Banco Central desse início a um processo de corte na taxa de juros.

No comunicado divulgado após o encontro, que começou na terça-feira, a autoridade monetária afirmou que o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 12% ao ano, sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela manutenção da taxa Selic em 12,50% ao ano. "Reavaliando o cenário internacional, o Copom considera que houve substancial deterioração em reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos", afirmou.

"O Comitê entende que aumentaram as chances de que restrições às quais hoje estão expostas diversas economias maduras se prolonguem por um período de tempo maior do que o antecipado. Nota ainda que, nessas economias, parece limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalece um cenário de restrição fiscal. Dessa forma, o Comitê avalia que o cenário internacional manifesta viés desinflacionário no horizonte relevante", informou a autoridade monetária.

Para o Banco Central, a transmissão dos problemas no cenário externo para a economia brasileira pode se materializar por intermédio de diversos canais como a redução da corrente de comércio, moderação do fluxo de investimentos, condições de crédito mais restritivas e piora no sentimento de consumidores e empresários.

"O Comitê entende que a complexidade que cerca o ambiente internacional contribuirá para intensificar e acelerar o processo em curso de moderação da atividade doméstica, que já se manifesta, por exemplo, no recuo das projeções para o crescimento da economia brasileira. Dessa forma, no horizonte relevante, o balanço de riscos para a inflação se torna mais favorável. A propósito, também aponta nessa direção a revisão do cenário para a política fiscal", argumenta o BC.

"Nesse contexto, o Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012. O Comitê irá monitorar atentamente a evolução do ambiente macroeconômico e os desdobramentos do cenário internacional para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária", acrescenta o Copom.

Trajetória dos juros

Na última reunião do Copom, em 20 de julho, o BC já havia retirado do comunicado divulgado após o encontro a afirmação de que os juros subiriam por um "período suficientemente prolongado" de tempo, o que já dava uma sinalização de que o processo de aumento da taxa de juros estaria próximo do fim.

A decisão de cortar a taxa de juros foi tomada após cinco elevações consecutivas na Selic promovidas pelo BC sob o comando de Alexandre Tombini, e já era um movimento esperado e, em parte, antecipado pelo mercado financeiro desde o último encontro do Copom, no mês passado.

Nas duas primeiras reuniões de 2011, em janeiro e março, a Selic havia sido elevada em 0,5 ponto percentual. Em abril, junho e julho, o BC reduziu o ritmo e elevou os juros em 0,25 ponto percentual.

OBS: PEQUENA OSCILAÇÃO NA ECONOMIA PARA BAIXO, E AUTORIDADE ECONÔMICA TOMA MEDIDA DE ESTÍMULO Á RETOMADA DO CRESCIMENTO. NESSA HORA É PRECISO MUITO CUIDADO. E A CAUTELA TEM MARCADO AS POSIÇÕES DO GOVERNO DILMA. AS AUTORIDADES ECONÔMICAS TEM, ATRAVÉS DO DIÁLOGO, CAMINHADO PARA UMA CONVERGÊNCIA. DE UM LADO ESTÁ O BANCO CENTRAL, RESPONSÁVEL PELA POLÍTICA ECONÔMICA E DE OUTRO LADO ESTÁ O MINISTÉRIO DA FAZENDA, RESPONSÁVEL PELA GESTÃO FINANCEIRA DO GOVERNO. PONTO PARA DILMA E PARA O BANCO CENTRAL.

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