domingo, 19 de maio de 2013

PROTEGENDO A NATUREZA

Anta atropelada em Campo Grande (MS) passa por cirurgia


Animal foi atropelado por uma moto e ficou gravemente ferido. Um aparelho foi inserido na mandíbula para a recuperação





O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) realizou uma cirurgia de grande porte para salvar uma anta (Tapirus terrestris) atropelada, no início do mês (02/05), por uma motocicleta na rodovia BR-262, em Campo Grande (MS). O procedimento, inédito no Estado, foi divulgado na última quarta-feira (15/5), quando o animal passou a apresentar bons sinais de recuperação.
De acordo com o médico veterinário do Cras, Álvaro Cavalcanti, o animal foi socorrido pela Polícia Militar Ambiental e, em seguida, levado ao Centro. O mamífero apresentava ferimentos graves. Com os dois lados da mandíbula quebrados, houve perda óssea do lado direito e o olho direito estava comprometido. “A cirurgia durou cerca de 50 minutos. Inserimos na mandíbula um aparelho linear de Kirchner que deveremos retirar em até 90 dias”, explica Cavalcanti.
O animal perdeu cerca de 40 quilos, mas já se alimenta de folhas e comida pastosa. Para recuperar o peso de forma mais eficaz, a anta está recebendo ainda uma complementação alimentar e hidratação com soro caseiro.
Para o veterinário é muito provável que o animal fique com sequelas do atropelamento. “Quando o animal chegou ao Centro, realizamos o raio-x para avaliar o trauma e, quando possível, realizaremos outro para verificar como ficou a mandíbula. Quanto ao olho direito, ainda tentaremos fazer a recuperação com anti-inflamatórios e antibióticos. Assim que possível faremos infiltrações na região subconjuntival”.
A cirurgia foi realizada pela equipe do Centro, com apoio de médicos veterinários autônomos colaboradores e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Após a recuperação, o animal deve seguir para um cativeiro.

A espécie

A anta é o maior mamífero herbívoro do Brasil e está na lista de animais ameaçados de extinção. Habita florestas densas ou abertas, primárias ou alteradas e mesmo cerradões e cerrados. A espécie está distribuída pela Venezuela, Colômbia, Paraguai, norte da Argentina, leste dos Andes e Brasil.
Durante o dia, a anta permanece entre a vegetação da floresta. Ao anoitecer, o animal emerge para buscar comida em matas e pastos. Alimenta-se de ramos jovens, galhos, gramíneas, plantas aquáticas, cascas de árvores, folhas de palmeiras, de arbustos e de árvores, mas também consomem uma quantidade substancial de frutos, como cajá, jamelão, açaí e dendê. Desempenha papel de dispersor de sementes.
Normalmente toma banhos, tanto de água quanto de lama, que ajudam a se livrar dos parasitos na pele. Ela mede até 2 metros de comprimento, o peso varia entre 150 a 250 kg, altura de 77 a 108 cm, o comprimento da cauda é 8 cm, tem focinho alongado com uma pequena tromba.
As pernas são curtas e geralmente negras. O pelo é uniforme, a coloração mais comum é marrom-acinzentada, a face é geralmente mais clara. A espécie utiliza um curso d’água, uma lagoa ou mesmo grandes poças para se refrescar e se esconder. No mundo existem apenas quatro espécies do mesmo gênero Tapirus.
O período de gestação dura de 335 a 439 dias. Gera um filhote por vez, que nasce listrado para se camuflar, acompanhando a mãe o tempo todo durante 18 meses a 2 anos.
Para saber mais sobre a anta acesse o Portal TG.

OBS: IMAGINEMOS A VELOCIDADE EM QUE ESTAVA O VEÍCULO, PARA CAUSAR ESSE ESTRAGO NA MANDÍBULA DO ANIMAL.  

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