terça-feira, 22 de outubro de 2013

UMA ENTREGA DE RIQUEZA NACIONAL AO CAPITAL PRIVADO, POR UMA BAGATELA. ESSA ENORME PATIFARIA "RENDEU" AO PAÍS R$ 3,3 BILHÕES DE REAIS, USADOS PARA PAGAR DÍVIDAS CONTRAIDAS POR GOVERNOS INCOMPETENTES, NEGLIGENTES E COM FORTE CHEIRO DE CORRUPÇÃO. ACONTECEU NO GOVERNO FHC, EM 1997. DOIS ANOS APÓS, ESSA GIGANTESCA EMPRESA APRESENTOU UM LUCRO DE R$ 1,251 BILHÃO !!!

Em números: por que a venda da Vale foi um mau negócio para o Brasil

Postado por Cris Rodrigues5 Comentários

“Vale tem lucro trimestral recorde de R$ 10,6 bi, alta de 253% sobre 2009″
A frase é título de matéria da Folha.com.
A Vale do Rio Doce foi vendida por R$ 3,3 bilhões em 6 de maio de 1997, pelo governo Fernando Henrique Cardoso.
A Vale produz minério de ferro. De 1997 a 2010, o minério de ferro teve valorização de quase 600%, o que poderia explicar o aumento no lucro e no preço das ações da empresa e isentaria o governo FHC de alguma responsabilidade consciente pela perda de muito dinheiro que o povo brasileiro amargou com a venda da empresa. Se a acusação fosse criminal, poder-se-ia dizer, partindo desse pressuposto, que o governo cometera um delito culposo, não doloso.
Mas o site da Vale exibe sua trajetória. Com uma breve leitura, comparando com dados do Index Mundi referentes ao preço do minério de ferro, é só somar dois mais dois para ver que a privatização teria sido um mal negócio para o Brasil mesmo que o produto não tivesse valorizado no mercado internacional.
No espaço referente a 1999, dois anos depois da privatização, diz lá: “Vale tem o maior lucro de sua história: R$ 1,251 bilhão”. Em 1999, o minério de ferro valia 27,59 centavos de dólar por tonelada de métrica seca. Em 1997, quando foi privatizada, o preço era de 30,15 centavos de dólar. Ou seja, o maior lucro da história da empresa até então se deu em um ano em que o minério de ferro estava mais barato do que no ano da venda da Vale.
Isso é explicado por capacidade de gestão e interesse em fazer a Vale dar lucro. Capacidade de gestão seria perfeitamente conseguida em cargos dentro do governo FHC. O problema é que faltou interesse em fazer crescer uma empresa e fazê-la dar retorno para o povo brasileiro.

Em 1993, antes de FHC ser eleito, a Vale já era classificada pela Fundação Getúlio Vargas como “a primeira empresa no ranking nacional”. Dois anos depois é proposta sua “desestatização”.
Quer dizer, a privatização não é uma questão apenas de momento histórico e de oportunidade de mercado, mas de visão política de desenvolvimento. E nesse quesito qualquer um vê sem necessidade de lupa qual é o projeto comprometido com as empresas e submetido aos interesses estrangeiros e qual é o projeto comprometido com o povo.
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Preço do minério de ferro:


 1997: 30,15 centavos de dólar por tonelada de métrica seca (QDO ESTATAL)
 1999: 27,59 centavos de dólar por tonelada de métrica seca (QDO JÁ PRIVATIZADA)
 2010: 205 centavos de dólar por tonelada de métrica seca (QDO JÁ PRIVATIZADA)












Dados do site da Vale:
1993: “O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas classifica a Vale como a primeira empresa no ranking nacional”.
1995: “Vale é incluída no Programa Nacional de Desestatização pelo Decreto nº1.510, de 1º de junho, assinado pelo Presidente da República”.
6 de maio de 1997: “O Consórcio Brasil arremata 41,73% das ações ordinárias da Vale por R$ 3.338 milhões em moeda corrente”.
1998: “No primeiro ano após a privatização, a Vale atinge crescimento de 46% no lucro em relação a 96″.
1999: “Vale tem o maior lucro de sua história: R$ 1,251 bilhão”.
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Recomendo a leitura de “Venda da Vale: um golpe no Brasil”

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