domingo, 14 de agosto de 2011

ADVOGADA CEGA ENFRENTA E VENCE LUTA CONTRA METRÔ EM SÃO PAULO

A advogada que mudou as regras do Metrô de SP - 1
Cega desde os 4 anos, Thays Martinez lança na 3ª livro sobre sua relação com cão-guia barrado em estação

14 de agosto de 2011
Vitor Hugo Brandalise - O Estado de S.Paulo

A primeira tentativa de melhorar o acesso para cegos nas estações do Metrô de São Paulo foi marcada por uma ironia - e por um fato que hoje parece bizarro. Em uma tarde de maio de 2000, os primeiros pisos táteis da rede começaram a ser instalados na Estação Marechal Deodoro (Linha 3-Vermelha), no centro.

Na mesma tarde, na mesma estação, a advogada Thays Martinez, então com 27 anos, cega desde os 4, ficou conhecida no País inteiro: ela foi barrada, impedida de ultrapassar a catraca com seu novo e primeiro cão-guia, Boris. O Metrô proibia animais na rede, Boris teria de ficar na rua. Mesmo que estivesse ali a trabalho.

Ayrton Vignola/AE
Conquista. Thays com seu novo cão, Diesel: batalha jurídica durou 6 anos e terminou com acesso irrestrito

Foi o início de uma batalha jurídica que durou seis anos. E teve lances de desrespeito inimagináveis - como o do dia em que um funcionário desligou a escada rolante por onde desciam Boris e Thays, provocando um tranco que quase os derrubou. No final, a advogada ganhou na Justiça o direito de acesso irrestrito ao Metrô. E acabou mudando também as regras da companhia, que passou a aceitar cães-guia na rede.

Labrador treinado na ONG americana Leaders Dog for the Blind, Boris se aposentou em 2008, após memorizar, em 8 anos, mais de 200 caminhos na cidade. Em 2009, morreu. Thays, paulistana da Vila Leopoldina, zona oeste da capital, que teve sua cegueira causada por uma caxumba, agora já tem seu segundo cão-guia.

Um labrador preto chamado Diesel. Ainda sente falta de Boris, mas entende as diferenças: o primeiro, decidido e "brilhante"; o segundo, manhoso e "uma graça". Cada um com seu jeito de animá-la.

"O Diesel é solidário, fica triste junto. Aí, me forço a ficar alegre. Já o Boris pulava e mordia de leve, como que pedindo para não ficar assim (para baixo)", conta Thays. "Não conseguia resistir."

OBS. A PERSEVERANÇA É UMA VIRTUDE, QUE DEVEMOS CULTIVAR A VIDA INTEIRA.
TAHYS MARTINES MARCOU SEU NOME NA HISTÓRIA DO METRÔ DE SÃO PAULO.

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