segunda-feira, 16 de setembro de 2013

EM BOA HORA, ECONOMISTAS ESPANHÓIS ESTÃO QUESTIONANDO AS TRANSAÇÕES MILIONÁRIAS, ENVOLVENDO JOGADORES DE FUTEBOL. COM ALTÍSSIMAS TAXAS DE DESEMPREGO ENTRE OS JOVENS (56 %) E QUASE 27% DE SUA FORÇA DE TRABALHO, ESSAS CONTRATAÇÕES CHEGAM A REPRESENTAR UMA ZOMBARIA AO POVO ESPANHÓL. NO BRASIL TAMBÉM VEMOS NOS NOTOCIÁRIOS ALTAS CONTRATAÇÕES, RENOVAÇÕES DE CONTRATOS ESCANDALOSAS, ENQUANTO NOSSO POVO "CURTE" MORADIAS NAS ENCOSTAS DOS MONTES, COM A ESMAGADORA MAIORIA DAS CIDADES JOGANDO SEUS ESGOTOS NOS RIOS E NOSSA SAÚDE PÚBLICA, AGORA É QUE COMEÇA A RECEBER APOIO DE MÉDICOS ESTRANGEIROS, NUM PROGRAMA LANÇADO POR DILMA E MUITO INTERESSANTE. ESSE PLANO ESTÁ RECEBENDO APLAUSOS DA POPULAÇÃO. ASSIM COMO OS ECONOMISTAS ESPANHÓIS ESTÃO QUESTIONANDO OS SALÁRIOS MILIONÁRIOS DOS "ASTROS" QUE JOGAM NA ESPANHA, NOSSOS ECONOMISTAS TAMBÉM DEVEM LEVANTAR ESSA QUESTÃO NO BRASIL. É UM ABSURDO A DIFERENÇA DE GANHO ENTRE MUITOS ASTROS BRASILEIROS E SEUS COLEGAS DE EQUIPE, ASSIM COMO É ENORME A DIFERENÇA ENTRE "ASTROS" BRASILEIROS E NOSSOS TRABALHADORES EM GERAL.


Espanha em crise questiona gastos milionários no futebol

Atualizado em 10 de setembro, 2013 - 07:03 (Brasília) 10:03 GMT
Jogador Gareth Bale protagonizou transferência mais cara da história do futebol (arquivo)
Mesmo mergulhada em profunda crise econômica, a Espanha é a recordista deste ano em compra e venda de jogadores de futebol, segundo o Football Transfer Review 2014, estudo feito pela consultoria esportiva Prime Time Sport e divulgado recentemente.
De acordo com o estudo, os clubes da La Liga, como é conhecida a primeira divisão do campeonato espanhol, triplicaram o investimento em contratações de jogadores (388 milhões de euros, ou R$ 1,1 bilhão) em relação à temporada passada e bateram o recorde histórico de vendas (480 milhões de euros, ou R$ 1,4 bilhão).
Há cinco anos o Real Madri se mantém no topo da lista tanto de compra como de venda de jogadores. É o clube que, nesse período, mais gastou (611 milhões de euros) e mais arrecadou com venda de jogadores (260 milhões de euros).
Depois de dois anos de "pouco investimento" (55 milhões de euros na temporada 2011/2012, e 30 milhões de euros na temporada 2012/2013), triplicou os gastos neste mercado de verão da Europa, desembolsando 183 milhões de euros.
O Real Madri realizou cinco das dez contratações mais caras da história da Europa — Bale, Cristiano Ronaldo, Zidane, Kaká e Figo.

Contradição

Ao apresentar o estudo, Jaime Castelló, professor do departamento de marketing da Escola de Negócios Esade, de Madri, ressaltou a "grande contradição entre o recorde histórico batido nesta temporada e a atual situação de crise econômica ocidental".
Castelló explicou que o grande paradoxo do futebol espanhol, que cresce e bate recordes em plena época de recessão econômica, se dá porque a economia desse esporte é um fenômeno global.
"O que alimenta esse fenômeno são os fundos de investimento globais e os contratos com emissoras de televisão em mercados em crescimento, como a Ásia", disse à BBC Brasil.
As altas cifras do negócio geraram críticas dentro e fora da Espanha, que em julho registrou uma taxa de desemprego de 26,9%, segundo os dados divulgados pela Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia (UE).
De acordo com o órgão da UE, o país tem ainda a segunda pior taxa de desemprego entre os jovens (56,1%) de toda a Europa, atrás apenas da Grécia.
Para o tabloide alemão Bild, é "absurda, perversa e sem medida" a contratação de um jovem de 24 anos por 101 milhões de euros (R$ 305 milhões) num país com esse nível de desemprego juvenil.
Para a rede de televisão americana CNN, a contratação mostrou que "o Real Madri não conhece a austeridade".
Muitos também questionaram os meandros financeiros da transação que permitiu a contratação do jogador. Segundo Derk Jan Eppink, membro das comissões de Orçamento e Monetária e Econômica do Parlamento Europeu, a operação foi financiada pelo Bankia, banco salvo da falência em 2012 pelo governo espanhol e nacionalizada após ter sido resgatada com recursos da União Europeia. "O contribuinte europeu é quem pagará pelo acordo", disse Eppink.
O clube negou à imprensa espanhola que tenha solicitado o empréstimo.

Bofetada

O economista José María Gay de Liébana, professor da Universidade de Barcelona e um dos maiores conhecedores da situação econômica dos clubes de futebol, diz que, para contratar Bale, o Real Madri conseguiu a garantia de quatro bancos espanhóis, em uma época em que o crédito está restrito na Espanha.
Liébana disse à BBC Brasil que Bale custou mais do que o faturamento de 14 clubes do campeonato espanhol, e que sua contratação não foi "moralmente correta".
"Como cidadão de um país que vive uma situação de crise, acho que contratar um jogador por 100 milhões de euros é uma bofetada na sociedade", disse à BBC Brasil.
A receita em merchandising somada à divisão dos direitos de transmissão de jogos, a mais desigual da Europa, distancia o Real Madri e o Barcelona dos demais times da Espanha.
Os clubes da Liga acumulam, segundo o jornal El País, uma dívida de 3,6 bilhões de euros (R$ 10,8 bilhões), dos quais 752 milhões (R$ 2,2 bilhões) são com o fisco.
"Se a administração não fosse tolerante com seus devedores, muitos clubes quebrariam. Não seria o caso dos dois grandes, Barcelona e Real Madri, mas os afetaria porque, se a bolha estoura, não teriam a quem golear", diz o jornal.
 

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