quarta-feira, 9 de outubro de 2013

JAIME LERNER REVOLUCIONOU A MOBILIDADE URBANA EM CURITIBA. EM SEU PLANEJAMENTO, HAVIA "UM RAIO" DE AÇÃO EM CURITIBA ONDE TRAFEGAVAM LINHAS ESPECIAIS QUE TRANSPORTAVAM OS PASSAGEIROS ATÉ ESTAÇÕES LOCALIZADAS NOS LIMITES DESSE PERÍMETRO. SÓ FAZIAM CENTRO ATÉ ESSAS ESTAÇÕES. A SEGUIR, PASSAVAM ÔNIBUS QUE LEVAVAM OS PASSSAGEIROS AOS SEUS DESTINOS, COM EXCELENTES RESULTADOS FUNCIONAIS. NÃO É POR ACASO QUE CURITIBA É MODELO EM URBANISMO. INDAIATUBA DEVE FAZER PLANEJAMENTO VISANDO O LONGO PRAZO EM SUA MOBILIDADE URBANA. A GRANDE DIFICULDADE É QUE NOSSOS ADMISTRADORES LOCAIS, SÓ PENSAM NO CURTO PRAZO........

09/10/2013-13h35

Especialistas defendem redução do uso de carro em São Paulo


Publicidade

JULIANA VITULSKIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
 
O paulistano deve deixar mais o carro em casa. Essa é a opinião dos três especialistas que participaram, nesta quarta-feira (9) do painel "Eficiência no Transporte Urbano", no Fórum de Mobilidade Urbana promovido pela Folha, no Tucarena, em São Paulo.

Veja o especial sobre mobilidade urbana

O ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, Jaime Lerner, apontou para essa mudança de comportamento. "O carro vai ser o cigarro do futuro. É aceitável o uso do automóvel para uma viagem, para lazer, mas para uso diário, devemos priorizar cada vez mais o transporte publico", frisou.
Quem fez coro a esta opção foi o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. Para ele, além de reduzir o número de carros nas vias, é preciso dar mais flexibilidade aos horários de trabalho, reduzir as grandes viagens internas, dar preferência a transações bancárias via internet.
Na opinião dele, "é preciso também estimular as pessoas a caminhar e a pedalar mais, buscar novas rotas e modais além dos que já estão habituadas e o uso de carona."

FAIXA EXCLUSIVAS
Lerner elogiou a política de priorizar os transportes públicos adotada por São Paulo, mas enfatizou que o sistema precisa ampliar a integração e a qualidade para superar a falta de vontade política. "São Paulo pode ser uma das maiores cidades a ter o melhor transporte público do mundo", diz.
Segundo o urbanista, as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo deram grande passo ao reconhecer a prioridade do transporte público, mas é preciso dar um novo salto, que é sair da 'concepção de corredor' para 'concepção de rede'. "Haddad deve investir na transformação em dois grandes eixos, e o resultado é que vai convencer as pessoas a utilizar o transporte público", opina.
Lerner acredita que com o modelo do BRT (Bus Rapid Transit, em vigor há mais de 30 anos na capital paranaense) seja possível alcançar mais velocidade, capacidade e frequência de ônibus. "Hoje, 84% dos deslocamentos de São Paulo são realizados na superfície. Precisamos dar aos ônibus e táxis a mesma mobilidade do metrô e melhorar a integração do sistema como um todo".

ENTRAVES
Fernandes ressaltou que a mobilidade urbana atualmente baseia-se no tripé infraestrutura, planejamento urbano e mudanças comportamentais, tanto dos gestores, como dos usuários da mobilidade e do transporte público. "O planejamento urbano deve estar equilibrado às demandas de transporte público. Um bom exemplo é a zona sul de São Paulo, em que os estímulos a emprego e moradia se refletiram nos transportes", disse.
Foram destacados como entraves a falta de agilidade na liberação de licenças e outras burocracias. "Em contraponto, ao lançar 300 mil automóveis em São Paulo, que licenças foram cobradas pelo poder público?", questionou o secretário.

INDÚSTRIA
Quem também compôs o debate foi o presidente da Volvo Bus Latin America, Luís Carlos Pimenta, que destacou como tendência a implantação de ônibus elétricos. Segundo o empresário, o segmento tem investido fortemente em eletromobilidade.
No ano passado, foi lançado o primeiro ônibus híbrido elétrico em São Paulo, que permite renovação da energia e melhor rendimento se comparado ao biodiesel."As novas soluções nesse sentido buscam sustentabilidade ambiental e econômica. Os combustíveis fósseis serão cada vez mais escassos e a poluição urbana deve aumentar", disse.

INVESTIMENTOS
Com relação à Copa do Mundo, Lerner aponta uma falha no alvo dos investimentos, que deveriam priorizar mobilidade urbana e a infraestrutura aérea em vez da construção de novos estádios. "Estamos sendo muito subservientes à Fifa".
Os especialistas também são unânimes em criticar a maior destinação de incentivos do Governo Federal à industria automobilística. Segundo Fernandes, desde 2003 até agora, a inflação acumulada soma 83% (IPCA). No mesmo período, o diesel aumentou 94%, a gasolina, 44%, o preço do carro, 27%, e o do ônibus, 111%. "Com isso, as prefeituras é que sofrem com o congelamento das tarifas", disse.
Para Lerner, a redução do custo da tarifa é uma solução política e que depende da derrubada de barreiras burocráticas. "Elas geram corrupção e só as grandes empresas conseguem vencê-las atualmente, o que cria um ciclo. Por isso é melhor investir em soluções como o BRT que ficar anos fazendo lobby para construir uma linha de metro com o mesmo custo".

Nenhum comentário:

Postar um comentário