quinta-feira, 21 de novembro de 2013

COMO É IMPORTANTE O PLANEJAMENTO URBANO. A VERTICALIZAÇÃO URBANA SEM PLANEJAMENTO, FAZ COM QUE SE REDUZAM A QUALIDADE DE VIDA DE TODA A POPULAÇÃO E TAMBÉM PROVOCA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL. BELÉM É UM EXEMPLO.

Belém dos céus arranhados
Entre as características geográficas de Belém, está uma área de 1.065 km² da cidade, que comporta uma população de 1.424.124 habitantes (segundo as estatísticas de 2008 do IBGE/2008). De um lado, municípios e distritos que cercam a capital. Do outro, a Baía do Guajará. A cidade só cresce para um lado, deixando esses distritos e municípios cada vez mais próximos da capital. E se há um crescimento unilateral, o jeito é subir.

O vento que soprava do rio amenizando o clima equatorial agora esbarra em prédios arranha-céus que já saem do centro da cidade, invadida por edifícios desde a década de 40, obedecendo à lógica de produção e valorização do espaço da cidade, e se espalham pelos seus arredores.

Umarizal e Reduto, que desde a década de 80 viraram pontos disputados por construtoras com o objetivo de erguer edifícios, deram o primeiro aceno de que a verticalização da cidade era um reflexo das condições geográficas de Belém. Hoje, bairros considerados periféricos há cerca de 10 anos tornaram-se um terreno fértil à construção de novos prédios, como Marco, Pedreira, Telégrafo, São Brás e Canudos.

No início do século XX, a cidade recebeu diversas famílias européias, e a arquitetura da cidade começou suas primeiras mutações. Foi quando Belém recebeu o título de Paris n'América. A conurbação da capital paraense foi uma conseqüência natural de sua expansão limitada, que permitiu a verticalização da cidade. Na década de 50, esse processo já deu os primeiros passos fora do eixo central, que abraçava a Avenida Presidente Vargas. Seus arredores, os bairros de Nazaré e Batista Campos, já eram áreas nobres e começaram a 'crescer para cima', como uma maneira de escoar a malha urbana que se amontoava na capital.

'A verticalização é reflexo da ausência de grandes áreas (condomínio horizontal) em localizações estratégicas, com maior infra-estrutura em serviços, área comercial, segurança, lazer etc.', afirma a empresária Ângela Pereira, proprietária da imobiliária Chão & Teto.

Assumindo o ar cosmopolita e moderno, proporcionado pelo crescimento no número de prédios altos, na década de 80 os terrenos centrais tiveram seus preços inflacionados e um acentuado crescimento populacional. Foi quando a verticalização deixou de crescer um pouco no centro e chegou a alguns bairros mais afastados que, apesar de ainda serem considerados periferia, apresentavam avenidas largas que permitiam um acesso mais fácil ao centro.

Arranha-céus Há muito tempo o edifício Manuel Pinto, na esquina da Avenida Nazaré com Serzedelo Correia, deixou de ser o prédio mais alto de Belém. Construído em 1958 e com 26 andares, o edifício representou o ar cosmopolita em suas técnicas modernas, que Belém assumiu na metade do século passado e reinou absoluto pelas décadas seguintes como o maior prédio de Belém. 'Temos como referência que o edifício Manoel Pinto da Silva, considerado a primeira torre com conceito de arranha-céu construída em Belém', diz Ângela.
Atualmente, as torres Village Sun e Village Moon são os edifícios mais altos de Belém, localizados no bairro do Umarizal com 40 andares e 120 metros de altura. As torres não apenas são as mais altas de toda a Amazônia, mas ficam em 19º neste ranking por todo o Brasil.

O Umarizal é o novo bairro de 'espigões' de Belém, graças à valorização que o bairro passou devido aos grandes investimentos após a revitalização da Doca de Souza Franco. Desta maneira, o bairro do Umarizal ficou com os terrenos mais valorizados e os melhores equipamentos de serviços e de lazer. Essa tendência que se reproduz em Belém já vem ocorrendo em São Paulo, onde uma parcela da elite da sociedade pode se isolar nos altos de seus apartamentos. As próprias imobiliárias relacionam essa escolha a fatores primordiais da vida moderna, como praticidade, qualidade de vida e segurança. Esses conceitos, que mesclam sofisticação e modernização dos imóveis reproduzem uma tendência que se espalha por todas as outras capitais brasileiras.

Em 1954 o edifício Palácio do Rádio foi construído especialmente para abrigar a Rádio. Foi um dos primeiros prédios com mais de 10 andares erguidos em Belém. A capital paraense cresceu junto com a lógica da produção e valorização do espaço da cidade na década de 40. Surgida da Avenida Presidente Vargas, Belém se espalha por sua área metropolitana crescendo para onde ainda pode crescer.


Belém ainda não perdeu o ar tradicional das fachadas dos casarões, das igrejas e capelas do período colonial, que são mantidos, principalmente, em bairros como a Cidade Velha, Campina e Nazaré. Nas alturas, a vista de boa parte dos arranha-céus acerta a baía. É lá em cima onde o vento sopra mais forte agora.

O Manoel Pinto foi o primeiro arranha céiu de Belém. Eu creio que Recife, Belém, São Paulo e Rio de Janeiro foram as primeiras cidades a terem construções altas. 26 andares em 58 é realmente algo a se surpreender, principalmente pela implementação de técnicas modernas de construção na época, transporte vertical (elevadores), o próprio concreto, etc.... Diz que, quando foi inaugurado, ele era o 4º edifício mais alto do país e o 19º do mundo. No centro de Belém varios prédios são de décadas passadas( 50, 60, 70), mas nenhum tão alto quanto o MPS:









fonte: IBGE

A área urbana de Belém é pequena. A cidade é cercada por água ao sul e Oeste. Ao leste, quem delimita o espaço urbano de Belém é Ananindeua. Belém só pode expandir-se imobiliariamente ao norte, porém neste setor da cidade há carencia de infraestrutura(explica-se o fato de cada vez mais a construção de condomínios horizontais nesta parte da cidade com sua própria infraestrutura). Então só houve uma alternativa: Crescer pra cima, perto do conforto infraestruturais da cidade(onde ela concentra os serviços e se apresenta melhor). Mas atualmente, bairros cada vez mais periféricos ao centro, como Marco, Cremação, São Braz, Pedreira, estão apresentando crescimento, como a revitalização de avenidas, alargamentode vias, criação de opções de lazer, criação de postos de serviços e etc, fazendo com que a verticalização nestes se torne algo cada vez mais constante.
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