domingo, 28 de julho de 2013

DIZ O DITADO QUE "O PEIXE MORRE PELA BOCA". MINISTRO FALA INVERDADES E ITAMARATI REBATE SEUS ARGUMENTOS. ALIÁS, CASO SEGUISSE CARREIRA NO ITAMARATI, BARBOSA SERIA UM PÉSSIMO EMBAIXADOR, POR SUA TRUCULÊNCIA FREQUENTE. A INDICAÇÃO DELE AO SUPREMO PARTIU DE UM OPERÁRIO PRESIDENTE, QUE NÃO OLHOU A COR DE SUA PELE, MAS SEU CONHECIMENTO JURÍDICO.

Itamaraty rebate Barbosa e cita programa de bolsas que beneficia afro-descendentes

Agência O Globo - 1 hora 9 minutos atrás

 


RIO - O Ministério das Relações Exteriores, procurado pelo GLOBO, disse que não comentaria as declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Em nota, o órgão classificou as acusações de discriminação "a título pessoal".
"Recorda-se, por oportuno, que o Itamaraty mantém programa de ação afirmativa - a Bolsa Prêmio Vocação Para a Diplomacia -, instituída com a
28/7/2013 às 15h11 (Atualizado em 28/7/2013 às 15h19)
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ABAIXO, O QUE DISSE BARBOSA À IMPRENSA:

Barbosa diz que o Brasil não está preparado para um presidente negro

Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro se disse perseguido pela imprensa


Barbosa afirmou que já foi discriminado pelo ItamaratyValter Campanato/20.05.2013/ABr
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, afirmou que o Brasil não está preparado para ter um presidente negro e voltou a negar que será candidato. As afirmações foram feitas em entrevista ao jornal O Globo, publicada neste domingo (28).
Para o ministro, o País ainda tem bolsões de intolerância muito fortes e não declarados que podem se insurgir de maneira violenta quando um candidato negro se apresentar. Como exemplo, Barbosa citou recentes matérias do jornal Folha de S.Paulo que, segundo ele, violaram sua privacidade.
Uma das matérias critica a compra de um apartamento em Miami (EUA) por meio de uma empresa aberta para que o ministro obtivesse “benefícios fiscais no futuro”. Segundo o jornal, o valor do imóvel é estimado entre R$ 546 mil e R$ 1 milhão. Na entrevista divulgada hoje, Barbosa rebateu a reportagem.
— O jornal se achou no direito de expor a compra de um imóvel modesto nos Estados Unidos. Tirei dinheiro da minha conta bancária, enviei o dinheiro por meios legais, previstos na legislação, declarei a compra no Imposto de Renda.

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Barbosa afirmou que se sente alvo da imprensa, que estaria ultrapassando seus limites por medo de que ele eventualmente se torne candidato. As últimas pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2014 apontam o ministro como um nome que teria força na disputa. Para ele, isso é resultado de manifestações espontâneas da população.
— Nunca pensei em me envolver em política. Não tenho laços com qualquer partido político. São manifestações espontâneas da população onde quer que eu vá. Pessoas que pedem para que eu me candidate e isso tem se traduzido em percentual de alguma relevância em pesquisas.
O ministro lembrou, ainda, de quando foi eliminado em uma entrevista no Itamaraty e afirmou que se trata de uma das “instituições mais discriminatórias do Brasil”.
— Passei nas provas escritas, fui eliminado numa entrevista, algo que existia para eliminar indesejados. Sim, fui discriminado, mas me prestaram um favor. Todos os diplomatas gostariam de estar na posição que eu estou.
finalidade de proporcionar maior igualdade de oportunidades de acesso à carreira de diplomata e de acentuar a diversidade nos quadros da diplomacia brasileira. Lançado em 2002, o programa já concedeu 526 bolsas para 319 bolsistas afrodescendentes. Dezenove ex-bolsistas foram aprovados no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata e integrados ao Serviço Exterior Brasileiro. As bolsas concedidas têm atualmente o valor anual de R$ 25.000,00 e devem ser utilizadas na compra de materiais de estudo e no pagamento de cursos preparatórios. Esse programa tem melhorado, de forma concreta e decisiva, as possibilidades de ingresso na carreira diplomática por candidatos afrodescendentes", diz a nota do ministério.
"Ademais, desde 2011, o Ministério das Relações Exteriores adotou reserva de 10% das vagas na primeira fase do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata, com vistas a promover o acesso de candidatos afrodescendentes ao Serviço Exterior Brasileiro", acrescenta o órgão.
Já a direção do jornal "Folha de S.Paulo", que para Barbosa atua de maneira intolerante, afirma em nota que "o presidente do STF não desmente nem corrige nenhuma das informações publicadas pela 'Folha de S.Paulo', que as reafirma. O ministro Joaquim Barbosa ainda não está acostumado ao cargo, que o expõe ao escrutínio público e reduz sua privacidade."
Sobre o episódio em que Barbosa sugere a um jornalista de "O Estado de S.Paulo" que chafurdasse no lixo, o jornal, em nota, informou que "a manifestação atual do presidente do STF parece mostrar que seu pedido de desculpas, à época do episódio, foi no mínimo insincero."
Ainda de acordo com o jornal paulista, "segundo nota oficial emitida pelo Supremo, o ministro Joaquim Barbosa reafirmava "sua crença no importante papel desempenhado pela imprensa em uma democracia" e "seu apego à liberdade de opinião".

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