Prefeito inscreve Campinas no Mais Médicos
iG Paulista - 20/07/2013 05h04 |Bruna Mozer | bruna.pinto@rac.com.br
O prefeito Jonas Donizette (PSB) decidiu inscrever Campinas no programa “Mais
Médicos” do governo federal, que prevê levar profissionais brasileiros e
estrangeiros para a periferia das grandes cidades e do Interior do País. A
confirmação foi feita ontem por Jonas durante a inauguração dos leitos de
internação reformados no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti. Até então, o Executivo havia negado qualquer possibilidade de participar do plano, mas o prefeito voltou atrás e afirmou que essa foi uma decisão exclusivamente sua, contrariando o posicionamento do secretário de Saúde, Carmino Antônio de Souza, que faz críticas ao programa.
“Mesmo que exista divergência, acho que é o momento de união”, disse o prefeito.
Mas Jonas contestou algumas propostas do plano, principalmente quanto à obrigatoriedade de que alunos de faculdades particulares tenham de trabalhar no Sistema Único de Saúde (SUS) como uma extensão do curso de medicina. O pessebista é a favor de que essa regra seja aplicada somente aos alunos da rede pública. “Eu acredito que esse programa deveria ter sido melhor debatido com a sociedade. Não são todas as medidas que nós concordamos.”
Apesar do interesse em receber médicos pelo programa e custeados pelo governo federal, ainda não há número de quantos serão pedidos. Na inscrição, cujo prazo vence na próxima quinta-feira, os municípios têm de indicar o número de necessários e em quais Unidades Básicas de Saúde (UBS) eles deverão trabalhar. O levantamento, de acordo com Carmino, ainda está sendo realizado.
Os municípios que não se inserirem nesta fase, poderão se inscrever em novas datas que serão definidas. Mas as cidades que aderirem ao projeto até na próxima quinta-feira poderão ser contemplados na primeira seleção de médicos participantes. A previsão é que comecem a trabalhar nos locais selecionadas em setembro. A Prefeitura não informou se fará inscrição ao plano nesta primeira etapa.
Déficit
Campinas sofre com a falta de médicos. No final do mês passado, Jonas anunciou a convocação de 243 médicos que realizaram concurso público para começarem a atuar na rede pública. Garantiu que, com esse número, o déficit de profissionais seria sanado. Mas, até agora, segundo Carmino, cerca de 70% dos convocados iniciou os trâmites para a admissão na Prefeitura. “Se essa quantidade de novos médicos se manter é bem considerável”, disse.
Na tentativa de aumentar o interesse dos profissionais em se manter no serviço público — muitos desistem alegando salário baixo e falta de condições de trabalho —, o prefeito anunciou, no mês passado, melhorias nos salários e benefícios, como o vale-alimentação.
Apesar deste cenário, Campinas está fora da lista de cidades que são consideradas prioritárias a receberem médicos de fora. Entre os 19 municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC), 11 foram consideradas “preferenciais” pelo Ministério da Saúde. Foram considerados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, entre as selecionadas, estão aquelas com 20% da população que vive nessa situação de pobreza, alta vulnerabilidade, baixa renda per capita, além dos Distritos Especiais Indígenas. “Comparativamente aos outros municípios, a nossa condição é mais adequada”, disse Jonas.
São consideradas
prioritárias: Cosmópolis, Hortolândia, Indaiatuba, Jaguariúna, Nova Odessa,
Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré, Valinhos e Vinhedo. Elas
fazem parte de uma lista de 1.557 cidades do Brasil que terão atendimento
preferencial no plano — a maior parte dos municípios está localizada nas regiões
Norte e Nordeste. No Estado de São Paulo, são 47 municípios.
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